Em 1995, num concerto de beneficência de Gary Brooker (dos Procol Harum) em Inglaterra, conheci Pete Seeger, a quem referi que Georgie Fame era outro dos meus músicos preferidos.
Pete Seeger, que era dono e chefe de redacção da excelente revista de música alemã “Good Times”, disse-me que tinha então de conhecer o colega dele na revista, Uli Twelker, também um grande fã de Georgie Fame.
António Alfaiate e Uli Twelker conheceram-se depois pessoalmente em Londres num concerto de Alan Price (que gravou com Georgie Fame nos anos 60) e, desde então, têm-se encontrado regularmente, nomeadamente em espectáculos de Georgie Fame.
Uli Twelker já tinha escrito um livro sobre os Small Faces e entrevistado Georgie Fame várias vezes e eu encorajei-o a escrever um livro sobre ele e para o qual dei todo o apoio que me pediu.
Forneci cópias dos discos que ele não tinha, fotografias tiradas por mim, dei-lhe informações que fui obtendo ao longo dos anos e, “last but not the least”, revi o texto antes da sua publicação e fiz sugestões de alteração.
Aproveitei também para precisar as referências a Portugal que já constavam na versão original (a participação de Georgie Fame no “Zip-Zip” e o espectáculo no “Sobe e Desce” no Carvoeiro) e acrescentei os concertos no Casino do Alvor e as vindas a Portugal para jogar golfe, numa das quais, por ter chovido todo o tempo, aproveitou para fazer a letra de “But Not For Me".
A história dos concertos no Casino do Alvor é até muito curiosa. Georgie e o baterista dos Shadows, Brian Bennett, conseguiram um acordo com o Hotel Penina em que os concertos no Casino funcionavam como contrapartida da sua estada no hotel e acesso ao campo de golfe.
Georgie e Brian tocaram então acompanhados por Mário Jesus no trompete, Luís Waddington na guitarra e Dany Silva no baixo, revelou António Alfaiate.
O título do livro é retirado de uma resposta de Georgie Fame quando perguntado porque continuava activo aos 70 anos: “porque não há mais nada para fazer”.
Músico multifacetado, Georgie Fame teve o seu maior êxito de sempre em 1964 com "Yeh Yeh", mas nunca se confinou a um estilo musical preciso, tendo-se dedicado mais predominantemente ao jazz a partir da década de 80.
Esta pluralidade de tipos de música terá confundido o público, com os amantes de jazz a não o considerar um verdadeiro músico de jazz, por causa das suas origens R&B e pop e os amantes de R&B e pop a considerarem-no demasiado próximo do jazz.
Georgie Fame, que além de cantar é um exímio executante do órgão Hammond, é averso a acções de promoção – deve ser um dos raros músicos que não tem site na Internet – e o facto de nos últimos anos ter passado a auto-editar os seus CDs contribuem para o desconhecimento geral da sua prolixa actividade nos dias de hoje.
A publicação de "There's Nothing Else To Do" está a proporcionar a fãs portugueses a hipótese de conseguir trazer o músico britânico a actuar novamente em Portugal por exemplo com a Orquestra Jazz de Matosinhos.
Sonhar ainda não paga imposto, dizem.
Luís Pinheiro de Almeida
2 comentários:
BOA NOTÍCIA!!!!!!!!!!
JÁ MANDEI VIR, ESPERO QUE SEJA EM INGLÊS E NÃO EM ALEMÃO....
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