sexta-feira, 21 de novembro de 2014

LIVRO DE GEORGIE FAME COM MÃO PORTUGUESA


Acaba de ser publicado internacionalmente o primeiro livro sobre Georgie Fame, da autoria do jornalista alemão Uli Twelker, “Georgie Fame - There’s Nothing Else To Do – Life And Music”, e que tem a particularidade de ter sido revisto por um fã português do músico britânico, António Alfaiate.

Em 1995, num concerto de beneficência de Gary Brooker (dos Procol Harum) em Inglaterra, conheci Pete Seeger, a quem referi que Georgie Fame era outro dos meus músicos preferidos.

Pete Seeger, que era dono e chefe de redacção da excelente revista de música alemã “Good Times”, disse-me que tinha então de conhecer o colega dele na revista, Uli Twelker, também um grande fã de Georgie Fame.

António Alfaiate e Uli Twelker conheceram-se depois pessoalmente em Londres num concerto de Alan Price (que gravou com Georgie Fame nos anos 60) e, desde então, têm-se encontrado regularmente, nomeadamente em espectáculos de Georgie Fame.

Uli Twelker já tinha escrito um livro sobre os Small Faces e entrevistado Georgie Fame várias vezes e eu encorajei-o a escrever um livro sobre ele e para o qual dei todo o apoio que me pediu.

Forneci cópias dos discos que ele não tinha, fotografias tiradas por mim, dei-lhe informações que fui obtendo ao longo dos anos e, “last but not the least”, revi o texto antes da sua publicação e fiz sugestões de alteração.

Aproveitei também para precisar as referências a Portugal que já constavam na versão original (a participação de Georgie Fame no “Zip-Zip” e o espectáculo no “Sobe e Desce” no Carvoeiro) e acrescentei os concertos no Casino do Alvor e as vindas a Portugal para jogar golfe, numa das quais, por ter chovido todo o tempo, aproveitou para fazer a letra de “But Not For Me".

A história dos concertos no Casino do Alvor é até muito curiosa. Georgie e o baterista dos Shadows, Brian Bennett, conseguiram um acordo com o Hotel Penina em que os concertos no Casino funcionavam como contrapartida da sua estada no hotel e acesso ao campo de golfe.

Georgie e Brian tocaram então acompanhados por Mário Jesus no trompete, Luís Waddington na guitarra e Dany Silva no baixo, revelou António Alfaiate.

O título do livro é retirado de uma resposta de Georgie Fame quando perguntado porque continuava activo aos 70 anos: “porque não há mais nada para fazer”.

Músico multifacetado, Georgie Fame teve o seu maior êxito de sempre em 1964 com "Yeh Yeh", mas nunca se confinou a um estilo musical preciso, tendo-se dedicado mais predominantemente ao jazz a partir da década de 80.

Esta pluralidade de tipos de música terá confundido o público, com os amantes de jazz a não o considerar um verdadeiro músico de jazz, por causa das suas origens R&B e pop e os amantes de R&B e pop a considerarem-no demasiado próximo do jazz.

Georgie Fame, que além de cantar é um exímio executante do órgão Hammond, é averso a acções de promoção – deve ser um dos raros músicos que não tem site na Internet – e o facto de nos últimos anos ter passado a auto-editar os seus CDs contribuem para o desconhecimento geral da sua prolixa actividade nos dias de hoje.

A publicação de "There's Nothing Else To Do" está a proporcionar a fãs portugueses a hipótese de conseguir trazer o músico britânico a actuar novamente em Portugal por exemplo com a Orquestra Jazz de Matosinhos.

Sonhar ainda não paga imposto, dizem.

Luís Pinheiro de Almeida

2 comentários:

Anónimo disse...

BOA NOTÍCIA!!!!!!!!!!

JÁ MANDEI VIR, ESPERO QUE SEJA EM INGLÊS E NÃO EM ALEMÃO....

gps disse...

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