sexta-feira, 21 de novembro de 2014
REGRESSO AO LOCAL DO CRIME 38
Algures nas suas «Crónicas da América», o Luís Miguel Mira escreve:
«Moral da história: segue o conselho que há já quase 50 anos te dava o Cliff Richard e não esperes pelo dia de amanhã. Nunca deixes, por isso, de sentar a peida no primeiro balcão simpático que te aparecer pela frente. Seja ele qual for…!
Tomorrow,
why wait until tomorrow?
‘cause tomorrow,
Sometimes never comes…
O Sá Carneiro no dia em que morreu, e antes de ir ao encontro da fatídica avioneta, almoçou no «Tavares Rico».
No «Tavares Rico» almoçava todos os dias o Manuel Lagos, ao tempo um dos homens mais ricos de Portugal, que sabendo do prazer de Sá Carneiro por charutos lá deixara uma caixa de estupendos havanos para quando ele por lá almoçasse, fumasse um.
Nesse dia, o gerente do «Tavares» foi buscar a caixa, mas como tinha de arrancar para o comício no Porto disse-lhe:
Põe o champanhe no fresco e guarda o charuto.
Sabe-se como tudo acabou.
O gerente do «Tavares» num antigo número da «Pública», confidenciou: Ainda tenho a caixa e tenho o charuto. Já está todo a desfazer-se. Tenho-o até embrulhado num papel.
O povo na sua interminável sabedoria:
Não guardes para amanhã o que podes fazer hoje!
Andando à volta disto, uma outra história.
Um dia, o Manuel Guimarães, um velho amigo da Aida, visitou-nos para uma suculenta feijoada.
Conversa lenta e no chegar do tempo do café, a proposta para um charuto e um conhaque.
Já não havia tempo, tinha um compromisso e o charuto e o conhaque ficavam para uma outra almoçarada.
Passadas breves semanas, quando recolhia elementos para a sua habitual crítica gastronómica em «A Capital, sentiu-se mal.
Quando o INEM chegou ao restaurante, já não havia nada a fazer.
O Cliff tem toda a razão: amanhã pode já não haver tempo.
Colaboração de Gin-Tonic
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