quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

EU FALEI COM FIDEL


E foi emocionante, devo confessá-lo. Foi no dia 18 de Julho de 1991 em Guadalajara, México, na I Cimeira Ibero-Americana.

Portugal estava representado por Mário Soares (Presidente da República) e Cavaco Silva (Primeiro-Ministro), o que deu origem às habituais confusões.

Na sessão de abertura da Cimeira, houve um apagão e instalou-se um mini-caos à boa maneira latina.

Aproveitando a confusão, eu e outros jornalistas (latinos, claro) conseguimos chegar junto a Fidel e eu chutei a pergunta-provocação de improviso: "quando há eleições livres em Cuba?".

O que eu queria era fazer uma pergunta a Fidel - não importa qual e, naquela confusão, foi a que me ocorreu - e queria que Fidel me respondesse, não importa como, o que fez:

"Desde quando é que as eleições não são livres em Cuba?".

Chorei de alegria e de emoção. Fidel tinha respondido a uma pergunta minha!

Costumo dizer que vivi três situações em que verdadeiramente senti o peso da História: nas Pirâmides de Gizé, na sala do Conselho de Segurança da ONU e junto a Fidel.

2 comentários:

Unknown disse...

Quem sente o peso da história e transportou durante tantos anos o virutoso fardo de dela ser fiel testemunha e transparente relator tem como obrigação escrever memórias LT!! Partilhar o que sabemos (e o que já vivemos) é a humilde - porque humana - forma de atingir a imortalidade. Força, pá!!! Escreve!! Abraço!

ié-ié disse...

És um amigão! Abraço!

LT