segunda-feira, 23 de junho de 2008

FOI VOCÊ QUE PEDIU UM JB?


Sempre foi mais de gin do que de whisky, mas aprecia os anúncios do “JB”: a sincronia entre texto e imagens, a voz off , mas acima de tudo pela música.

Agradava-lhe ter aquela música. Não sabia como descobrir o nome, o intérprete.

Uma noite assistiu à apresentação, pelo Sr. João Bénard da Costa, numa das sessões “do seu cinema”, no Canal 2 da Televisão Pública, do filme “Badlands” de Terrence Malick.

A conversas tantas, Bénard da Costa fazia referência ao facto de uma das músicas do filme ser fundo musical de um muito conhecido anuncio. Lá estava a tal música. ´

Correu à procura da banda sonora de “Badlands”. Não a encontrou em parte nenhuma.

Contactou amigos um pouco por toda a parte, vasculhou no “Amazon”, mas nada feito, acabando por concluir que do filme não tinham extraído banda sonora.

Um dia, os amigos chamaram-no para a audição de um disco. Às primeiras notas reconheceu logo a música do tal anúncio, a tal música.

Como foi?

Entraram pelo “You Tube” dentro, chamaram “JB advertising” e depararam que já andara muita gente à procura do mesmo e que, algures perdida no mundo, já uma alma disponibilizara a informação.

Trata-se de uma compilação de trabalhos da “Orff-Schulwerk”, uma escola criada por Carl Orff e Gunnild Keetman, um disco, um divertimento simplesmente delicioso.

Depois foi só contactar a “Amazon” que, num abrir e fechar de olhos, colocou o disco a caminho de Lisboa.

Chamam-lhe o admirável mundo de novo. O mundo informático sempre foi um mistério que nunca resolveu muito bem e vê-se envolvido em sombras e ignorâncias várias, próprias de quem gostava ainda de escrever em ardósia, ou enviar mensagens por pombo-correio.

Recordou-se, então que, há uns tempos atrás, já Mr. Mouse lhe dissera que, quando muito jovem, imaginava a possibilidade de se dirigir à estante e retirar um filme, daqueles que se gosta mesmo, sem ter que ir ao cinema, assim como se retira um livro, ou um disco. Mas nem nos sonhos mais lindos admitia que isso um dia viesse a ser possível.

Agora sabe-se que já é. Por isto, e algo mais, há quem diga que os sonhos, alguns sonhos, mais tarde ou mais cedo, se concretizam.

Colaboração de Gin-Tonic

2 comentários:

ié-ié disse...

Curioso. Em Setembro de 1976 estava eu na Venezuela com grandes dificuldades em mandar o serviço para Lisboa. Nada funcionava, comunicações, telex. E logo pensei que o meu grande sonho de jornalista era estar sentado num banco no Hyde Park, em Londres, e mandar tranquilamente o texto para Lisboa. Ora bem!

LT

Rato disse...

...ou como diria o poeta quando jovem, "sempre que um menino sonha o mundo pula e avança..."