O QUE A CENSURA CORTOU 01

"Expresso", 19 de Janeiro de 2013, separata grátis

O "Expresso" iniciou hoje a publicação de três separatas, grátis cada uma, com a intervenção da Censura no semanário até ao 25 de Abril.

Trata-se de uma pesquisa do jornalista José Pedro Castanheira no âmbito do 40º aniversário do jornal de Francisco Pinto Balsemão. É a reedição do livro publicado em Abril de 2009 para assinalar o 35º aniversário do 25 de Abril.

No que à música diz respeito, encontrei algumas situações:

"Na crítica de discos, assinada por Fernando Guerra, proibida a notícia da "reedição de "A Batalha de Alcácer Quibir". Era um LP com poemas de Manuel Alegre (exilado em Argel), musicado por Rui Pato e Adriano Correia de Oliveira, que era igualmente o intérprete" (pág. 27).

"Fernando Guerra, crítico de música, escrevia àcerca de discos, edições e vendas. Lamentava, a propósito, a "retirada do mercado dos long playings de José Mário Branco e de José Jorge Letria, respectivamente "Margem de Certa Maneira" e "Até Ao Pescoço". Não percebemos porquê. Ou percebemos?" (pág. 37)

"O musicólogo Jorge Lima Barreto escreveu uma página compacta em torno da música "pop" em Portugal. Algumas das frases eram demasiado provocatórias" (págs 39 e 40)

"... também não foi poupada a crítica ao concerto da banda Procol Harum em Cascais. "O rigor da coincidência semiológica entre o público e o músico foi de tal forma nítido que quando os Procol Harum tocavam um trecho contra a guerra, recorriam à gravação de sons concretos de explosivos" (págs 42 e 43)

"Também não passou uma breve estranhamente intitulada "Nós os peões de brega". Era sobre o cantor Fernando Tordo e o poeta José Carlos Ary dos Santos, responsáveis por alguns dos maiores êxitos da música ligeira, mas sempre a pisarem o risco do tolerável. "Houve tourada no Coliseu com a dupla Tordo-Ary dos Santos, durante a chamada Grande Noite do Fado" (pág. 53).