domingo, 6 de janeiro de 2013

BELLS OF DUBLIN


The Chieftains com a comparticipação de Jackson Browne, Elvis Costello, Marianne Faithfull, Nanci Griffith, Rickie Lee Jones, Kate and Anna McGarrigle e Burgess Meredith.

The Bells Of Dublin – Christmas Eve, Past Three O’Clock – St. Stephens Day Murders – Il Est Né/Ca Berger – Don Oiche Ud I mBeithil – I Saw Three Ships A Sailing – Breton Carol – Medlley: O The Holly She Bears A Berry, God Rest Ye Merry Gentlemen, The Board’s Head – The Wexford Carol – The Rebel Jesus – Skyline Jig – O Holly Night – Medley: The Arrival of the Wren Boys, The Dingle Set, The Wren in The Furze, A Dance Duet Reels, Brafferton Village/Walsh’s Hornpipe, The Piper Through The Meadow Strayed, This is the Season To Be Merry) – Medley: Once in Royal David’s City, Ding Dong Merrily On High, O Come All Ye Faithful)

Mr. Ié-Ié adora discos de Natal.

Ele não se fica atrás, e junta-se ao clube.

Quer apenas dizer que gosta de discos de Natal, não os adora, mas isso é uma particularidade apenas sua, que não aquece nem arrefece.

Acontece que já por aqui deixou os vinis de Natal que, antes de haver CDs, lhe acompanharam os natais.

Este CD dos Chieftains é o mote que encontrou para entrar no findar da festa que hoje ocorre.

Não lembra onde leu, ou quem lhe disse, que era uma pérola.

Há uns 20 anos mandou-o vir da Amazon que, naquele tempo, salvo erro, se chamava CD Now.

Custou-lhe uma pipa de massa, com os portes a superarem o custo do disco.

E se, como o pai dizia, não há Natal sem música de Bach, ele acrescenta que não há Natal sem o tom e o som que os irlandeses lhe emprestam.

O avô, republicano histórico, benfiquista e anti-clerical dizia-lhe que a Igreja tinha liquidado a utopia do Natal. Acrescentava mesmo que o papel da igreja é dar cabo de uma série de coisas, a começar pelas crenças em que mergulha.

Tem a ideia que utopia quer dizer lugar nenhum, mas nunca soube a razão de o avô invocar a utopia quando falava do Natal.

O Sr. Bernardo Soares, num livro desassossegado, diz que a realidade do Natal é uma coisa subjectiva: a emoção, como veio, passou.

Gente envinagrada diz que o Natal é uma cerimónia primitiva, uma conspiração dos comerciantes contra os homens de boa vontade.

Muitos fogem do Natal para o mais longe possível, sem nunca o conseguirem, porque, mesmo em nenhures, há sempre uma qualquer luz a brilhar, um cheiro a rabanadas, a feliz cara de uma criança face a uma simples prenda.

Como lembrou alguém: quem critica o Natal como um pretexto forçado para reunir familiares, distantes ou não, se lembre que é um melhor motivo que o seu próprio funeral.

E dos Céus à Terra, houve a maior alegria quando foi Natal.

Por ele, bacalhau comido, colocou este disco dos Chieftains a rodar, fumou um pequeno Partacas, - sim, que os tempos de ir comprar Cohibas a Badajoz já lá vão e não acredita que voltem… - acabou o Cava Bruto Codorníu, um nice price que comprara no monhé de conveniência, aqui da rua, e, como não tem lareira, ficou a olhar para o tremelicar das luzinhas da árvore e do presépio, sabendo, de saber antigo, que muito pouco tempo faltaria para a Aida lhe dizer que ia começar a contar os dias que faltam para o próximo Natal.

Até lá!

Colaboração de Gin-Tonic

4 comentários:

filhote disse...

Bela dissertação, Gin-Tonic!

Um feliz ano novo para ti e toda a família!

gin-tonic disse...

Obrigado, Filhte.
Nunca me disseram que a vida era um rose garden, mas estão a abusar.
Bom ano e um grande abraço

Anónimo disse...

Partagás?

gin-tonic disse...

Partagas Club - Hecho en Cuba.
Obrigado, caro anónimo .
Um abraço