terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

MELANIE SAFKA


NEIGHBORHOOD RECORDS - 8E 006 94142 F - edição portuguesa (s/data)

Do You Believe - Stoneground Words

11 comentários:

Rato disse...

Esta senhora conseguiu dar-me há umas semanas atrás a maior desilusão musical da minha vida! Influenciado pelas boas críticas que li na Amazon, mandei vir um DVD recente, gravado em 2007. Digo já que não me considero masoquista e por isso mesmo só consegui ver alguns bocados, soltos, do "concerto". Ponho concerto entre aspas porque aquilo é um desconcerto total. Sinceramente, não consegui rever naquela presença (mais dilatada que a Mama Cass) nem sequer na voz (um estridente martírio para os ouvidos mais audazes) a minha intérprete favorita do final dos 60, princípio dos 70. Felizmente que tenho um outro DVD com registos daquela época e por isso fui logo a correr à estante buscá-lo (o outro foi direitinho para o lixo).
Entretanto, chegaram-me há dias dois albuns dos meados de setenta, um deles, o "Madrugada", nunca editado em CD e que um dia destes vai estar disponível no blog do Rato.

ié-ié disse...

Eu dessas estou safo, Ratão! Nunca alinho nisso, nunca compro nada "moderno" dos "antigos". Nem do Brian Wilson! É deprimente! E do McCartney compro, mas raramente vejo.

Ná! Nessas não me apanham. Evito desgostos! Mesmo discos, é com muito cuidado...

LT

paulo disse...

Rato, que fantástico! O Madrugada! Não posso perder essa!

JC disse...

1. Nada que não desse para perceber nos discos antigos de Melanie, Rato. Envelhecemos mal c/ eles e bem melhor sem eles. Tenho-os para ali...
2. Pessoa avisada, o LT. Eu nem os Stones fui ver.Excepção para Paul Simon, Marianne Faithfull e poucos mais.

Rato disse...

Completamente de acordo, YéYé, de futuro irei evitar o desgosto e constrangimento de situações análogas. Mas como há excepções, pelo menos nas escutas (como por exemplo o Young ou o Cohen) julguei (ou quis) que a Melanie fosse uma delas. Não é!
Ainda outro dis, por causa de um filme ("Love Actually / O Amor Acontece", cuja banda sonora se aconselha vivamente) ouvi uma espantosa regravação que a Joni Mitchel fez do seu "Both Sides Now", muito melhor do que o original do "Clouds". Enfim, uns, poucos, ainda sabem o que é envelhecer bem. Outros, pura e simplesmente, "transformam-se" noutras pessoas.

JC disse...

Mal de nós se nos mantivermos iguais, Rato, num mundo mtº tão diferente. A isso chama-se conservadorismo, embora alguns valores essenciais se devam manter. Paul Simon e M. Faithfull foram dos que souberam mudar mantendo esses valores essenciais. Haverá outros... Não mtºs. Hoje em dia, a música da Melanie do "Good Book" só faz sentido ser ouvida c/ um carácter nostálgico, à luz da época. Para isso, é melhor ouvir os originais. Tb por isso, prefiro ouvir os discos dos Stones do que vê-los sexagenários (quase septuagenários) em palco ou em DVD.

filhote disse...

Porém, JC, os Stones mantêm vivos os seus valores mais essenciais:

1. Tocar Rock'n'Roll num palco, seja ele pequeno ou grande (de Alvalade à Brixton Academy).

2. Tocar Rock'n'Roll até morrer.

3. Tocar Rock'n'Roll sem vergonha de ser vergonhosamente velho.

4. Tocar Rock'n'Roll e "papar" groupies, modelos, e afins, dos 17 aos 40 (Jagger, Wood...)

5. Tocar Rock'n'Roll e ganhar dinheiro. Muito dinheiro.

6. Tocar Rock'n'Roll, dispensando discursos solidários hipócritas (a la U2).

E a lista poderia ser infinita!

filhote disse...

Quem não gosta destes Stones, JC, nunca gostou dos outros. Por que são os mesmos. Crianças crescidas, adultos-não-profissionais.

Curiosamente, vejo-os ao vivo desde 82 (Madrid). Nessa época, já os criticavam pelas mesmas razões. "Rockers Trintões em cadeiras de rodas", era o cabeçalho de uma revista portuguesa. E o mesmo diziam deles nos anos 70...

Durante todas estas décadas, várias bandas de Rock'n'Roll tentaram beber do mesmo elixir satânico dos Stones - os Guns and Roses, por exemplo -, e sucumbiram à falta de fé pela causa.

Enfim, já assisti 14 shows dos Stones e, por mais incrível que pareça, à medida que os anos passam, cada vez me soam melhores. Seguem as pisadas dos mestres do Blues e do Jazz. É verdade que os discos que vão editando, de 1981 para cá, são absolutamente dispensáveis. Todavia, no palco a lenda não é lenda. É realidade. É vida. E quem nunca esteve numa dessas festas do Rock'n'Roll, que estivesse!

Enquanto os Stones andarem por aí, todos nos sentimos mais jovens!!!

JC, honestamente, gostaria que não o deixassem mais trabalhar pela idade e não por uma suposta incompetência?

filhote disse...

Quanto à Melanie, nunca fui fã dela. Aliás, considero que foi capaz de destruir uma bela canção dos Rolling Stones ("Ruby Tuesday").

filhote disse...

Ainda concluindo o assunto Stones...

Sou ultra-fã do Neil Young. Mas digam-me: não continua ele a fazer a mesma (boa) música que sempre fez? Disparando em palco rajadas de distorção por clássicos com mais de 30 anos? Apresentando uma atitude juvenil demolidora, sob um corpo obviamente envelhecido?

Tal como os Stones, não é verdade?

Suspeito que o incómodo em relação aos "meus queridos animais do antigamente" tenha origem na arrogância e riqueza que ostentam. Na bacoca aristocracia que representam.

Se assim for, meus caros, repito, quem não gosta deles agora nunca gostou no passado. Por que arrogância, ostentação, megalomania e afins sempre foram aspectos primordiais do DNA da banda. Desde os tempos em que o saudoso Brian Jones nos olhava com aquela expressão de superioridade de classe média alta britânica.

Tenho dito. Eheheheheheh...

filhote disse...

Agora, sim, para terminar...

Todos vocês sabem que sou "doente" da música do McCartney e do Brian Wilson. E, no entanto, quando estou nos shows deles sinto-me a participar de um exercício nostálgico. O que não deixa de ser curioso, atendendo aos últimos discos do Macca, experimentais e excelentes...

Nos shows dos Stones, embora esse aspecto seja incontornável, pela história que os "meninos" carregam às costas, não sinto o mesmo... talvez por se tratar de uma banda que se mantém inalterada no seu conceito fundamental (Jagger-Richards)... talvez por Jagger ter 65 no BI e apenas 30 no corpo (como é possível?)... talvez por que o Keith ainda é o rocker nunca adulterado (o último?)...

Não sei explicar por quê, mas, confesso, eu também seria suspeito para impôr qualquer justificação...