domingo, 15 de fevereiro de 2009

SOBERBO, SOBERBO!!!

Declaração de interesses: os Oasis são uma das minhas bandas de coração.

Posto isto.

Soberbo! É o adjectivo mais moderado que encontro para definir um concerto de puro rock que os Oasis ofereceram hoje à noite a um pouco mais de 11 mil pessoas - muito jovens - no Pavilhão Atlântico, em Lisboa.

Já não há bandas assim! Sem mácula!

A começar pela pontualidade britânica: às 21H00 Big Ben, soaram os primeiros acordes de "F* The Bushes". Exactamente 1 hora e 40 minutos depois, conforme previsto, Noel deixou a guitarra no chão com os últimos sons distorcidos de "I'm The Walrus" e foi-se embora, as usual.

Liam e Noel não se falam, nem trocaram uma palavra em palco. Não importa, desde que falem connosco. A verdade é que após os 40, já não são de grandes falas, mas Liam lá foi dizendo que o concerto tinha sido mágico (e ofereceu duas pandeiretas) e Noel lá pediu que Mourinho regressasse a Inglaterra para treinar o Manchester City.

Não sei como foram os anteriores 61 concertos desta banda, mas recuso-me a acreditar que alguma vez Liam e Noel tivessem visto um público assim a gritar (gritar? cantar!) a plenos pulmões "The Masterplan", "Wonderwall", "Don't Look Back In Anger" e/ou "Champagne Supernova".

Não pode ser possível!

Por isso Liam, de cabelo curto e patilhas, qual forcado em terras lusitanas, tenha soltado o tal "mágico" e Noel, logo a seguir a "Anger", tenha atirado ao ar a palheta e dado um pontapé, como um catraio feliz da vida. Não era caso para menos. Tinha deixado o povo cantar e o povo não se fez rogado.

Estou ansioso para ver o que Noel vai escrever no seu diário. Darei conta.

O contexto do concerto não é de somenos importância. Parecia um Marquee em ponto grande. Um palco discreto, luzes qb sem excessos nem mariquices, quatro ecrãs ao fundo para não dizer que não havia nada e ponto final.

The importance of the music...

O alinhamento do concerto pode ser visto aqui.

O melhor retrato que se pode fazer do concerto é que... passou rápido demais! Até a acústica do Pavilhão se portou sem precedentes.

O meu amigo Gin-Tonic teria feito o pino, caso tivessse ido ao concerto e ouvido "Ride My See-Saw", dos Moody Blues, durante a música ambiente, o que não é normal, e que também define a diferença fundamental dos Oasis.

16 comentários:

Anónimo disse...

Excelente crónica! Parabéns!

Anónimo disse...

absolutamente de acordo.

oasis forever!

filhote disse...

Chuif... chuif... e eu deste lado do Atlântico... chuif... chuif... por vezes Lisboa é mesmo o centro do universo... chuif...chuif...

Deve ter sido mesmo soberbo, senhores! Acredito! Dos Oasis nunca esperaria menos!!!

Anónimo disse...

Conseguiu exprimir tudo o que senti na noite de ontem! FENOMENAL!

Anónimo disse...

Assino por baixo este review!


Foi um concerto excelente! Sou grande fã da banda desde os tempos do Definitely Maybe e nunca pensei que em Portugal conseguissem, 14 anos depois da saída dos míticos Wonderwall e DLBIA, ter 10 mil almas portuguesas a cantar no Pavilhão Atlântico.

Andam por aí críticas ridiculas ao concerto (em revistas ditas da especialidade...) mas pouco importa. Nós que lá estávamos, ouvimos o "Well Done!" do Liam no fim do Wonderwall... E quem é fã da banda sabe que não é coisa que aconteça todas as noites!

Continuem Mad Fer It!!

paulo disse...

E o público não cantou o I Am The Walrus? Deve ser porque a letra é difícil...

ié-ié disse...

Cantou o refrão.

LT

NRF disse...

Grande crónica, e sinceramente eu tenho 27 anos, mas quando chegar a sua idade gostava muito de poder ter o seu gosto musical e continuar a vibrar assim com grandes bandas. Não o estou a chamar velho ;) isto é um elogio e respeito.

Ensine ai a malta de alguns meios jornalísticos por ex: Blitz, a assistirem pelo menos aos concertos, em vez de dizerem barbaridades que vai contra todas as regras do jornalismo. Enfim a noite fica para quem lá esteve.

Carissímo, caso não tenha reparado na edição online do blitz de hoje surge uma notícia sobre a indiferença dos Oasis em relação a Lisboa... alguém pode explicar aqueles senhores que aquilo foi escrito antes do concerto...!!!

Grande Abraço e excelente trabalho

Obrigado

Anónimo disse...

Belo apontamento! Simples, objectivo, sem peneiras. E reflecte bem o que se passou naquela noite mágica.

Vera Norte

J G disse...

Não fui ao concerto porque o SLB jogava na Luz à mesma hora.

Sendo assim "cedi" a minha habitual colaboração na crítica de concertos ao ilustre Miguel Ângelo (Delfins) que botou o seguinte discurso:

http://grandesons.blogspot.com/2009/02/oasis-no-atlantico-dias-do-passado.html

melga mike disse...

Melhor só mesmo com o My Generation em vez de I Am FM The Wallruss, não? E com Kasabian a seguir... ehehehe

Fiquei parvo foi com tanta miudagem ao rubro... tou nos mid30's, quando os vi a primeira vez, em 2000, na Praça Sony, tava nos mid 20's... e lembro-me de olhar em votla e ver muita malta da minha idade ou mais velho, e muitos geezers com t-shirts de Beatles...

Poucos meses deposi aquela vergunhÊra a sudoeste, com a miudagem que na altura teria os seus 20 ou nem isso a "preferir" Guano Apes...

Nunca, mas nuna pensei ver tanta maltinha nova no Atlantico... isso sim foi reconfortante. Acima de tudo. Dá-me esperança na humanidade na juventude portuguesa. Coisa que há muito não tinha.

Snif.

Rato disse...

Acabei de ouvir, pela primeira e, certamente, última vez, os dois primeiros albuns dos Oasis que em má hora encomendei por sugestão de alguns comentadores deste blog. Sorry, folks, mas detestei aquele som estridente de guitarras desfasadas. Fazem-me lembrar os Stooges de 69/70 mas para muito pior.
Já não me lembro quem comparou os Oasis aos Beatles. Francamente, não brinquem...
E se isto é a coisa melhor que os ingleses produziram nos últimos 15 anos então nem quero imaginar o resto...

filhote disse...

Calma, Rato, calma... vou-lhe confessar uma coisa... quando esses dois discos sairam detestei-os pela mesma razão que você aponta... eu gostava muito mais dos La's e dos Blur, por exemplo, que me faziam lembrar a British Invasion e os Kinks...

Ouvi esses dois discos umas quantas vezes e vendi-os ou troquei-os, já não me lembro.

1 ano depois, já a febre "What´s the Story" baixava de temperatura quando um amigo me trouxe de Londres esse mesmo disco em vinil. A capa era bonita - ainda é -, e sendo uma cópia em vinil, lá fui ouvir de novo...

Estalada! Levei uma estalada! De súbito, compreendia, sentia, gostava, amava a música dos Oasis!

Enfim, Rato, ponha os discos de molho e um dia volte a ouvir "Champagne Supernova" ou "Live Forever" de novo. Pode ser que resulte. Se não resultar, paciência, não se pode gostar de tudo...

Rato disse...

Obrigado pela sugestão, Filhote, ficaram mesmo "de molho... espesso"! Mas desconfio que te dê razão (e a todos os fans, que parecem ser uma catrafada deles), pois a idade já é outra e o tempo há que aproveitá-lo para outras escutas.
Mas sempre adianto que se passou algo idêntico comigo com os dois primeiros albuns dos Stooges de Igyy Pop - "The Stooges" (1969) e "Fun House" (1970), que referi no outro post. Detestei-os de igual modo nas primeiras audições mas com os anos vim a gostar efectivamente de algumas das faixas.
Mas como acima disse, a idade era outra...

Miguel disse...

O Noel já "postou" no seu blogue. Tenho a impressão que gostou do concerto :P
Muito bom mesmo!

Anónimo disse...

meus amigos,de facto que concerto...gostava de saber o alinhamento completo da musica ambiente, reconheci muitas das faixas, mas houveram outras que me deixaram boquiaberto...até nisso se nota o bom gosto...mas que diferença!!