"Don't Look Back", de D.A. Pennebaker, com Bob Dylan, Joan Baez, Donovan, Alan Price e outros, estreou-se em Portugal há 4o anos, no dia 29 de Janeiro de 1969, no cinema Estúdio.
Em Portugal recebeu o título de "Eu Sou Bob Dylan".
Escreveu então o crítico José Vaz Pereira no "Diário de Lisboa" (extractos):
Focando uma tournée do cantor em Inglaterra, Eu Sou Bob Dylan (Don't Look Back) apresenta-nos uma equipa desprovida de vedetismos e de imagens fabricadas - tal como o cenário, os personagens atrevem-se a ser reais, sem por isso deixarem de ser humanos. Empurrados na leva, precipitados na confusão, mas reconhecendo que os tempos estão a mudar.
(...)
Sem tratamento poético, com uma maravilhosa e balbuciante fotografia mas que ainda terá muita gente a criticá-la, Bob Dylan surge-nos como uma espécie de Arcanjo da era electrónica, com um empresário que lembra um personagem das Aventuras do Sr. Picwick com estranhos óculos de lentes pentagonais, com uma informalidade que começa a tornar-se formal e uma poderosa capacidade de comunicação.
(...)
Alguns momentos são saborosos: o incidente no hotel, a bulha com o estudante, o desmantelamento inesperado e feroz que Dylan executa em relação a essa pedra-base da sociedade americana que é a Time-Magazine em que o repórter da revista só consegue mastigar banalidades ante a saraivada acusatória que lhe é lançada ao rosto.
(...)
Há a intenção de evitar o despudor de certas manifestações colectivas de idolatria: as retiradas do homem que também diz que não é um pop singer e dos seus colaboradores fazem-se sempre em boa ordem, para dentro de carros monstruosos nestes tempos de congestionamento de tráfego. E as imagens dessas retiradas são as imagens clássicas do cinema americano que povoam a nossa adolescência: as luzes lá fora, o brilho das carroçarias, os anúncios ora acende ora apaga na noite e o primeiro cigarro do alívio e as máscaras a humanizarem-se e ontem Edward G. Robinson e hoje Bod Dylan (motivações diferentes) que dizem foi estupendo!.
Em Portugal recebeu o título de "Eu Sou Bob Dylan".
Escreveu então o crítico José Vaz Pereira no "Diário de Lisboa" (extractos):
Focando uma tournée do cantor em Inglaterra, Eu Sou Bob Dylan (Don't Look Back) apresenta-nos uma equipa desprovida de vedetismos e de imagens fabricadas - tal como o cenário, os personagens atrevem-se a ser reais, sem por isso deixarem de ser humanos. Empurrados na leva, precipitados na confusão, mas reconhecendo que os tempos estão a mudar.
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Sem tratamento poético, com uma maravilhosa e balbuciante fotografia mas que ainda terá muita gente a criticá-la, Bob Dylan surge-nos como uma espécie de Arcanjo da era electrónica, com um empresário que lembra um personagem das Aventuras do Sr. Picwick com estranhos óculos de lentes pentagonais, com uma informalidade que começa a tornar-se formal e uma poderosa capacidade de comunicação.
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Alguns momentos são saborosos: o incidente no hotel, a bulha com o estudante, o desmantelamento inesperado e feroz que Dylan executa em relação a essa pedra-base da sociedade americana que é a Time-Magazine em que o repórter da revista só consegue mastigar banalidades ante a saraivada acusatória que lhe é lançada ao rosto.
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Há a intenção de evitar o despudor de certas manifestações colectivas de idolatria: as retiradas do homem que também diz que não é um pop singer e dos seus colaboradores fazem-se sempre em boa ordem, para dentro de carros monstruosos nestes tempos de congestionamento de tráfego. E as imagens dessas retiradas são as imagens clássicas do cinema americano que povoam a nossa adolescência: as luzes lá fora, o brilho das carroçarias, os anúncios ora acende ora apaga na noite e o primeiro cigarro do alívio e as máscaras a humanizarem-se e ontem Edward G. Robinson e hoje Bod Dylan (motivações diferentes) que dizem foi estupendo!.
2 comentários:
GRANDE FILME!!!!!
Cate Blanchett é que encarna o lado mais feminino de Mr. Bob Dylan no filme do ano passado
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