domingo, 6 de janeiro de 2008

GRAVADOR DE BOBINAS



É cá está o gravador de bobinas, também Bang & Olufsen, onde, antes do advento da K7, nos deliciávamos a gravar, seja o "Em Órbita", a "23ª Hora", o "Enquanto For Bom Dia", o "Eco", ou o "Clube das Donas de Casa".

19 comentários:

filhote disse...

Mas que sublime colecção de aparelhos, caro Ié-Ié!!!

josé disse...

E as gravações? As fitas? Perduram, ainda?

Estes exemplares, são de beleza rara e qualidade segura.

Sorte, ter coisas assim. Por mim, no final dos sessenta, ouvia num rádio Phillips idêntico ao da capa do disco FM New Songs in the radio, no blog do rato.

ié-ié disse...

Há dezenas e dezenas de bobinas. Para catalogar nas férias...

LT

NS disse...

Já que estamos numa de mostrar as geringonças deixo aqui o meu último post...

josé disse...

Bobinas com os programas do Em Órbita? Isso é raridade!

É passar a cd e vender o produto aos aficionados.

Tipo: Em Órbita revisitado. O som do estrangeiro no Portugal dos sessenta.
Os Russos pela mesma época, não tinham tanta liberdade. Nem metade, sequer.
No entanto, aqui havia fassismo...como nunca cansam de nos lembrar os antifassistas que gostavam do sistema eslavo.

Desculpa lá por ir um bocado por fora, mas não aguento estas coisas, sempre que me lembro.

E continuo a dizer que isto é que é verdadeiramente o "Conta-me como foi". The real thing, não o sucedâneo propagandístico, um pouco antifassista.

josé disse...

E daqui a pouco está aí o Aristides a dar-me cabo do miolo...

DANIEL BACELAR disse...

o meu era um "grundig"
Que saudades!!!

filhote disse...

Sobre essas oportunas considerações do "antifascismo"...

1. No lançamento do livro "Os Beatles em Portugal" (antiga Primorosa de Alvalade-2002???) David Ferreira afirmou: << nessa época, em Portugal, não podiamos ouvir os Beatles >>. Estranhei a afirmação, e perguntei ao meu pai: << é verdade? >>. Ao que ele respondeu: << aqui?!? só se fosse na Rússia! >>.

2. Com o meu avô, João de Freitas Branco, comunista confesso, de quem tenho saudades todos os dias, mantinha acesas discussões de política. E quando ele de forma idealista defendia os regimes do leste europeu, eu perguntava-lhe: << mas o avô gostava de viver em Moscovo? >>. Ele logo ripostava, desconcertante: << não é isso que está em causa >>...

josé disse...

Daniel Bacelar?

Hoje na hora do almoço, ouvi um programa na Antena 1 sobre os Sheiks, com entrevistas e música ao vivo.

Gostei. Particularmente de uma com mistura de ritmo rock e música portuguesa, cantada em português por Carlos Mendes.
Não aprecio os Sheiks quando cantam em inglês, mesmo o tal Missing You. Parece-me sempre um inglês tecnicamente macarrónico, tipo Mourinho.
Em português, é uma maravilha.

josé disse...

O comunismo, por cá, era um modo de vida resistente.

Muitos dos melhores indivíduos, idealistas, intelectuais e coisa assim, eram comunistas. Acreditavam naquilo piamente. Sartre, Althusser, os franceses todos dos cinquenta, logo a seguir á guerra. Léon Blum, e mais.

Os de cá, também eram aferrados ao sistema socialista que prometia um Homem novo para dali a poucos anos, ou até meses, em alguns casos ( Vasco Gonçalves).
O seu avô, Freitas Branco é uma das figuras intelectuais do pais. Mas tal como outros, ideologicamente marcado pela esquerda.

Eu tenho respeito, muito respeito mesmo, por pessoas que acreditam em ideias. Não tenho respeito nenhum por certas ideias, particularmente as colectivistas.

Fui sempre assim.

VdeAlmeida disse...

Meu caro José:
Dividir o mundo dos anos 60 entre fascistas e comunistas, é quase vê-lo a preto e branco.
Os antifassistas (como lhes chama de forma zombeteira) não eram todos admiradores dos países de leste. Havia muito boa gente que combatia Salazar e não comungava os ideais comunistas.
E já agora, a liberdade não se mede em metades: ou há liberdade ou não há. E cá não havia.

josé disse...

A preto e branco é exactamente como os comunistas vêem o mundo: fascistas e anti-fascistas. Bem, ainda há os socialistas que não sendo fascistas também não são comunistas: são compagnons de route.

É verdade que nos anos sessenta, não eram apenas os comunistas que eram perseguidos. Mas eram só os comunistas ( ou supostos como tal, como acontecia com alguns socialistas) que ficavam na prisão por uns tempos.
Estou a falar dos anos sessenta, só.

O problema deste país, depois do 25 de Abril, foi o "antifascismo" militante.
À sombra do antifascismo e das perseguições políticas que deram direito a cadeia, fizeram-se carreiras políticas com muito sucesso ( ALberto Martins, por exemplo).
E fez-se também uma Constituição que permitiu o que temos hoje: empresas públicas que o não são: empresas privadas que o não são também.

O artigo de António Barreto no Público de hoje explica melhor o que quero dizer.

Por isso, a minha opinião é esta: se estamos como estamos, atrás de todos na Europa, a culpa é exclusivamente do "antifascismo".
O antifassismo, para dizer melhor.

Poupa-me o resto da explicação porque isto é só uma opinião.

Nowhereman disse...

Mas isto não era um blog de música? Desculpem se me enganei...

josé disse...

É verdade. Eu é que nunca resisto a estas músicas alternativas.

Não levem a mal, que isto são apenas opiniões.

E a música não tem ideologia. Nem sequer a de Wagner.

ié-ié disse...

Lembro-me bem de João de Freitas Branco na televisão. Era um comunicador nato (ou seria do pacto de varsóvia? - piada foleira!). Aprendi imenso com ele. Outro comunicador nato (este sim, nato - mais uma piada foleira!) era o Vitorino Nemésio. Na televis~~ao a preto e branco (eheheh!).

LT

filhote disse...

O melhor programa de TV do meu avô, João de Freitas Branco, terá sido Melomania, idealizado em parceria com o Augusto Cabrita.

Queirosiano disse...

Que idade tinha o David Ferreira na altura em que segundo ele não se podia ouvir os Beatles em Portugal ? 10 anos ?
Não se podia ouvir os Beatles, não se podia passar rock na rádio, não podia haver espectáculos ié-ié nem grupos, não se podia vender discos, etc. Aliás, este blogue não existe...
É reconfortante termos de vez em quando a prova de que o ridículo não mata.

Anónimo disse...

Não quero fazer propriamente um comentário,mas fazer uma pergunta á qual gostava de obter resposta.Aí vai: em 1962 adquiri umgravador grundig que usava bobines (plastic base recording tape).O gravador desapareceu e pretendia saber se há maneira de passar as gravações dessas bobines para um cd por exemplo.

Talvez tenha sorte,quem sabe entre os aficcionados encontre alguém que me dê uma resposta...

ié-ié disse...

Há quem faça isso comercialmente. Pergunte neste sítio...

http://www.vinilparacd.com/

LT