terça-feira, 21 de outubro de 2014
REGRESSO AO LOCAL DO CRIME 07
O detective saiu também. A porta fechou-se. O barulho confuso lá fora dilui-se um pouco e Breeze e eu sentámo-nos a olhar um para o outro atentamente.
Passado um pouco, Breeze cansou-se de olhar para mim e tirou um charuto da algibeira. Rasgou a película de celofane com um canivete, cortou a ponta do charuto e acendeu-o com todo o cuidado, girando-o de encontro à chama e segurando o fósforo ainda mais um pouco a olhar pensativamente para nada.
Deu algumas profundas fumaças no charuto para se assegurar de que ele ardia da maneira que ele gostava, sacudiu o fósforo com gestos lentos e inclinou-se para o pousar no peitoril da janela aberta.
Depois fitou-me mais um pouco.
- Você e eu – declarou – vamos entender-nos.
- Isso é óptimo – respondi.
Raymond Chandler em "A Janela Alta," Colecção Vampiro nº 155, Livros do Brasil, Lisboa s/d
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