quarta-feira, 15 de outubro de 2014

REGRESSO AO LOCAL DO CRIME 01


Dando voltas a uns papéis velhos encontrou um recorte, Novembro de 2012.

Nele se podia ler o fim das excepções à lei do tabaco:

O fumo do tabaco será proibido em todos os restaurantes, bares e discotecas. A nova lei "está pronta", mas só deverá ser aprovada em 2014, para coincidir com a conclusão de uma directiva europeia que irá definir ainda algumas regras como a dimensão dos avisos colocados nos maços de cigarros.

Foi quando lhe veio à porta da memória que, quando andou por aqui a colocar velhas marcas de cigarros, prometera, ao dono do kioske, trazer caixas de charutos, cigarrilhas e latas de tabaco para cachimbo.

Claro que a promessa ficou para um qualquer 30 de Fevereiro de um ano por inventar, como cantava o Sr. Vitor Espadinha.

Mas, como dizem, os alentejanos, o prometido é como jurado e por aqui, durante uns tempos, andará a ensaboar a cabeça aos ié-ié-viajantes.

À força de nos quererem de boa saúde, tudo fazem para nos tirarem os vícios e sem os quais a vida seria uma chatice.

Jules Romains, citado por Manuel António Pina, dizia que a saúde é um estado precário que não augura nada de bom.

Tiram-nos o sal do pão - menos um grama de sal por dia salvaria 2649 vidas por anos, se fossem quatro gramas chegaríamos às sete mil, dizem os higienistas - cortam nas chouriças e no açúcar – já houve quem reclamasse uma lei que obrigue a que os pacotes de açúcar servidos nos cafés com a "bica", não tenham mais de 6 gramas, isto para combater a diabetes, a obesidade, as doenças cardiovasculares e cerebrovasculares - impedem-nos de cigarrar após a refeição num qualquer restaurante, o que considera uma intromissão intolerável na liberdade dos cidadãos.

Querem dar-nos cabo da vida, é o que é.

A procura da raça pura, de pessoas imaculadas, a tentativa desesperada para morrermos cheios de saúde e ele não sabe que puto de piada tem o morrer cheio de saúde.

Cada um deve viver a vida como muito bem entenda, dizia a minha avó, uma analfabeta repleta de sabedoria filosófica.

Deixem-no, pois, continuar a frequentar tudo o que o transporte aos “musts” do perfeito colesterol.

Chamem-lhe o que bem entenderem.

A idade deu-lhe a imunidade de com isso se preocupar… zero!!!

Irão aparecer caixas de charutos, cigarrilhas, depois, se não acontecer um outro qualquer 30 de Fevereiro de um ano por inventar, passará às latas de tabaco para cachimbo, tudo acompanhado com algumas dicas ou bitaites.

Mas não o acusem de promover o consumo do tabaco.

Conta para isso com a inteligência dos viajantes deste blogue.

A partir de amanhã, começam as charutadas.

Colaboração de Gin-Tonic

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