sexta-feira, 22 de dezembro de 2017
VOLTOU O SENHOR NATAL
José Carlos Ary dos Santos conseguiu, numa só frase, resumir o muito que se possa dizer do Natal:
Natal é quando um homem quiser.
O mais certo é que Simona Angioni, leitora de um jornal milanês, nunca tenha lido Ary dos Santos, mas enviou para o jornal uma carta em que se fica com a sensação de que gostaria de ter lido uma outra linha do poema de Ary:
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer, Natal é sempre o fruto que há no ventre da mulher.
E esta é a carta da leitora Simona Angioni:
Eu sou quem decide quando é Natal. Vocês põem-no sempre no mesmo dia, como uma marcação no cabeleireiro. Não funciona assim. Transfiro o Natal para onde quero. Para um banco de onde se vê o rio, para uma esquina da noite, entre lençóis vermelho fogo, para uma sala burguesa cheia de familiares à hora do chá. Ou no Verão, num alpendre, às duas da tarde de uma terça-feira qualquer. Quando souber a data, digo-vos. Agora não é altura para um feriado. Há demasiada leveza. De qualquer maneira, quando o momento chegar vocês compreenderão sozinhos. Haverá uma barriga. E um choque surpreendente para sair para o ar livre.
Ora se o Natal é quando um homem quiser, democraticamente falando se dirá que todos têm direito a fazer um disco do Natal.
É o caso de António Severino, emigrante por terras de França, que pediu a José Crispim que lhe ajeitasse uns versos, socorreu-se da música do Fado Latino, rodeou-se do Conjunto de Guitarras de António Chaínho e resulta uma história arrepiante que nos diz que os filhos não devem pagar os erros dos pais.
Outros Natais.
Texto: Gin-Tonic
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