sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

UM AMIGO PARA NOS ACENDER O DIA


POLYDOR  - 2371. 223

Lado 1

White Christmas – Midnight in December – Jingle Bells – Come Ye Shepherds – Oh Christmas Tree – Christmas Night – Tomorrow Brings Santa Claus –Oh Miracle Upon Miracle – When the Snow Falls from Heaven -  The Bells Never Sound Sweeter – In Dulce Jubilo – Joseph Dear. Joseph Mine – Sleigh Ride in the Winter Forest – Silent Night

Lado 2

Ring Little Bell Cling-a-Liing-Ling – Let’s Be Gay and Merry – Happy Christmastide – The Snows Falls Softly – Snowflakes – The Wind Blows on the Mountain – Children, Tomorrow Is the Day – Every Year Anew – Merry Christmas Everywhere – The Christmas Tree Is Alight With Candles – A Rose Has Come to Bloom – Come Ye Children – The Christmas Tree is the Finest Tree – Ah! Ah! Ah!

 O Natal será sempre o encanto e a ternura da impossibilidade.

 O sem sentido de alguns presentes, como naquele conto de O’ Henry: ela vendeu o lindo e comprido cabelo para lhe comprar uma corrente para o relógio, de que ele tanto gostava; ele empenhara o relógio para lhe comprar as travessas, de que ela tanto gostava, para colocar no cabelo.

Karl Valentim preferia que cortássemos do calendário o Dia De Natal, se com isso conseguíssemos que os restantes 364 dias do ano fossem todos de Natal.

Gostaria que o Natal não tivesse o carácter de que se tem revestido nos últimos anos: um consumismo desenfreado que dele fazem o dia mundial da hipocrisia.

As noites de Natal, aquelas que não mais pode repetir, passava-as em casa do pai, a família mais chegada, a comer bacalhau cosido com couves, a beber vinho tinto alentejano, a conversar pela noite fora, rematando-se a festa com carne de porco frita envolta em ovos mexidos, a que se seguiam os doces, umas fatias douradas da parida, dizia a avó, filhós e uns cálices de licor de ginja que, por Junho, se tinha colocado a marinar numa grande garrafa de vidro, juntamente com açúcar amarelo, aguardente branca, um pau de canela.

A manhã começava a nascer, saía para regressar onde vivia e gostava do cheiro de Natal que sentia pelas ruas.

Tentamos fazer o mesmo com os filhos, a reinvenção dessas noites felizes, mas é mais que certo: nunca se volta aos sítios onde fomos felizes.

Falta, essencialmente, esse passe de mágica, que eram as conversas do pai, um brilhante contador de histórias.

Há coisa melhor que o Natal?

Há: os amigos!

E que mais podemos querer do que um amigo para nos acender o dia, e que esse dia seja Natal?

O Natal é um cantinho bom do ano, um aconchego.

Bom Natal!

texto: Gin-Tonic

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