terça-feira, 16 de outubro de 2012

MEMÓRIA DE ADRIANO



ORFEU - DAFP 602

DISCO 1

Face A

Trova do Vento Que Passa – Capa Negra, Rosa Negra – Trova do Amor Lusíada – Barcas Novas – Pátria – Para Que Quero eu Olhos

Face B

Sou Barco – Margem Sul – Pedro Soldado – Lira – Menina dos Olhos Tristes – Erguem-se Muros

DISCO 2

Face A

Canção com Lágrimas – Canção do Soldado – Cantar de Emigração – O Sol Perguntou à Lua – Sapateia

Face B

Tejo Que Levas As Águas – As Balas – No Vale Escuro – Recado A Helena – Cantiga de Montemaior

Todos os países esquecem gente.

Uns mais do que outros.

Certamente o nosso é dos que mais esquece.

Adriano Correia de Oliveira morreu há 30 anos.

A saudade é um luto, a memória um tempo que passa e sempre alguém que diz não.

Tinha passado um ano sobre a morte de Adriano, a Orfeu fez publicar o duplo LP a que chamaram “Memória de Adriano”, que incluía um single com dois temas inéditos: “Canção do Linho” e “Tão Forte Sopra o vento”, música de Adriano para dois poemas de Alfredo Vieira de Sousa.

As escolhas do disco são criteriosas, têm o dedo de José Niza e provam para quem ainda, naquele tempo, não soubesse, que Adriano foi o mais autêntico intérprete de um país que esteve em guerra, um país votado ao abandono, à miséria, à frustração, mas um país onde as suas gentes, num canto qualquer do seu ser, cuidaram de guardar um naco de esperança.

Abril concretizou essa esperança.

Durou pouco, mesmo muito pouco.

Ao longo dos anos têm-nos sonegado essa esperança.

Hoje, claramente, sabemo-lo.

Colaboração de Gin-Tonic

2 comentários:

Jack Kerouac disse...

Belas palavras.

JC disse...

"Adriano foi o mais autêntico intérprete de um país que esteve em guerra, um país votado ao abandono, à miséria, à frustração, mas um país onde as suas gentes, num canto qualquer do seu ser, cuidaram de guardar um naco de esperança". Talvez a melhor descrição da música e do papel que Adriano Correia de Oliveira tiveram no Portugal de 60/70. Grande abraço, Gin-Tonic