terça-feira, 4 de novembro de 2008

O CÃO E O GATO (ESTEVES)

DERAM - EPDM 1000 - edição portuguesa

Matthew And Son - Granny - I Love My Dog - Portobello Road

Ora aqui estão, na mais perfeita das confraternizações, o Cão e o Gato (Esteves). É o primeiro Cat Stevens editado em Portugal (infelizmente não tem data) e inclui "Matthew and Son", "Granny", "I Love My Dog" e Portobello Road".

Arriscando-me, como de costume, a ser trucidado, direi que este Cat Stevens do seu início (também incluo aqui temas como "First Cut Is The Deepest", "I'm Gonna Get Me A Gun" e "Baby Get Your Head Screwed On", p. ex.) é o que mais vale a pena, antes de Stevens se ter decidido a não seguir o conselho que dá nesta última canção.

É que quando o pretensiosismo entra em cena, normalmente dá mau resultado. E quanto a mim acho que deu!

Colaboração de JC

9 comentários:

ié-ié disse...

Sou (muito) fã de Cat Stevens. Por isso, não sou tão radical quanto JC. Reconheço que o Gato começou a gatinhar muito bem, muitíssimo bem, em 67 e até 72. Aqui, com "Catch Bull At Four", já começa a dar mostras do tal "pretensiosismo" mas, mesmo assim, nada de desprezível. "Foreigner" (73) ainda tem "How Many Times", "Buddha" (74) "Oh Very Young", por exemplo, e por aí... Vai fraquejando, é certo, mas, mesmo assim, como uma boa bitola.

Se repararem no número de catálogo deste EP, é o primeiro da Deram em Portugal.

LT

Muleta disse...

também concordo: nos tres primeiros albuns da segunda fase da carreira (Mona Bone Jackon, Tea for the tillerman e Teaser and the firecat -- estes dois últimos fundamentais) o rapaz deu uma volta bem interessante, depois começou a perder-se.....
mas tb nao se deve esquecer o inicio da carreira dele, com o fenomenal Matthew & Son, I'm gonna get me a gun, in the blackness of the night.....

josé disse...

Ora boa dica. O que faltava para escrever sobre Cat Yussuf Stevens

Gonna get me a gun...

Vicky Paes Martins disse...

Com todo o respeito,Muleta wrote.."o rapaz deu uma volta bem interessante, depois começou a perder-se.....", ao contrário, o Gato Esteves, diz q se encontrou.A religião foi a Yoko Ono dele, penso eu de q.Oiço, com alguma frequência o "Another Cup" do Yusuf, e fico com pena, porq se perdeu um compositor de excepção.Desde o "Don't Let Me Be Misunderstood", aonde ele procura alguma compreensão até ao "I Think I See The Light", soa-me a cansado, triste, só, e sinto q lhe devo prestar alguma solidariedade...very sad...night as broken...

josé disse...

Também gosto do An Other Cup. Maybe there s a world, é tão boa canção como qualquer outra de Cat Stevens Yusuf.

E há, de facto, um tom algo melancólico, indefinível, no disco.

Rato disse...

O percurso musical do Cat Stevens foi muito parecido com o dos Moody Blues, já aqui dissecado.
Começa como um bom cantor pop (mesmo assim muito superior à fase idêntica dos Moodies) e só a paragem, forçada, o faz renascer através de um tipo de música completamente diferente.
Dá-nos então, entre 1970 e 1971, a sua trilogia dourada: "Mona Bone Jakon", "Tea For The Tillerman" e "Teaser and the Firecat", os clássicos que irão durar para sempre.
1972 marca o início da decadência, mas mesmo assim "Catch Bull At Four" e "Foreigner" ainda são grandes albuns. A partir do "Buddha and the Chocolate Box" (1974) é que a "crise" se instala definitivamente, sendo então necessário andar de lupa em punho à procura das boas canções.
Depois da travessia no deserto, o regresso, em 2006, com "An Other Cup", leva-o, felizmente, de regresso ao período de ouro do início dos anos 70.
Mas, e tal como os Moody Blues, não fosse a fase clássica e Cat Stevens hoje, não teria o lugar de destaque que inteiramente merece no panteão da música popular. Seria apenas mais um nome de referência da música pop.
Doa a quem doer, factos são factos, e não há "volta" a dar-lhe.

Anónimo disse...

O gato também tinha (tem) dotes de artistas

Várias das capas tinham a sua autoria como se pode consultar no livro "Covers" de Phil Ochs já referenciado no blog (edição da Tashen, a preço económico)

filhote disse...

Quando oiço "The Wind" arrepio-me todo...

... e quantas vezes este filhote não cantou "Father and Son" com o Papá?!

Anónimo disse...

correcção:

O livro da Tashen "1000 records covers" é de Michael Ochs (irmão de Phil Ochs conforme já referido no blog)