quarta-feira, 19 de novembro de 2008

SAÍ PELA DIREITA BAIXA...


PYE RECORDS - 7 N 45485 G

Lady In Blue - Darling Michèlle

Há umas semanas atrás, quando aqui publiquei uma capa, ficou em destaque o selo da “Discoteca Roma”. Já comprei discos em tudo o que é sítio, alguns bem incríveis.

“Lady in Blue”, de Joe Dolan, comprei-o na Discoteca "Cantinflas”, de Carlos Alberto Paiva, Largo Martim Moniz, em Lisboa, como se pode ler no carimbo estampado, no lado direito, da contracapa do disco.

A “Discoteca Cantinflas” situava-se, juntamente com outras barracas de vendas de discos, no espaço do Martim Moniz, frente ao que hoje é o mamarracho do Centro Comercial Mouraria.

Ali comprei muitos discos e um dia disse ao Sr. Paiva que não achava muita graça àquela história do carimbo nos discos. O Sr. Paiva olhou-me, beata ao canto do lábio e, muito mal disposto, foi dizendo que era mesmo assim e não percebia a indignação porque os gajos no Chiado punham a etiqueta deles mesmo na capa do disco e não estava a ver ninguém a reclamar…

Engoli em seco e, incapaz de articular fosse o que fosse, saí pela direita baixa...

Colaboração de Gin-Tonic

20 comentários:

Anónimo disse...

Yellowstone e Danova são os autores de diversas composições eternizadas pelo nosso Marco Paulo

Será que Lady in Blue também foi gravado em língua lusa pelo nosso homem dos Discos d' Oro ?

JC disse...

Atenção, este não sou eu.

Jack Kerouac disse...

Este Joe Dolan não é o do "Make me an island" ? acho que é assim o título, ou pelo menos o refrão.

Rato disse...

É sim senhor, e bem que podia ter escolhido outra profissão...

Karocha disse...

Discoteca Roma.

Os "rios" de dinheiro que lá gastei, nos últimos tempos tbém tinham o hábito do carimbo :-)
Há uns anos atrás encontrei o Ramiro disse-me que se ia embora as vendas estavam más e passado um ano ou dois fechou!

Rato disse...

Também eu era um assíduo cliente da Discoteca Roma. Em 1974/75 andava no Técnico e vivia no prédio da Av. de Roma, mesmo por cima do então chamado "Tutti Mundi". Tinha a Valentim de Carvalho ali logo à frente (olá miaunandinha) e um pouco mais abaixo a Sinfonia. Mas que farturinha...
Mesmo depois de já lá não morar continuei a fazer "peregrinações" periódicas àquela zona até ao fecho de todas aquelas lojas do meu contentamento (a Sinfonia parece que ainda resiste, não sei é se ainda vende discos. Provavelmente não, até porque a secção era muito pequena, logo à entrada)

Karocha disse...

Para o Rato

Lol

era tanto o que eu comprava que no natal ofereciam-me uma prenda :-)
Uma vez fiz uma contagem, LPs 3000
Singles mais de mil...
Fora a colecção de discos para grafenola...

Jack Kerouac disse...

Eina cum katano, tanto disco, mesmo sem contar com os da grafenola.

Anónimo disse...

Joe Dolan foi nº 3 em Inglaterra com "Make Me An Island" em Junho de 1969

JC disse...

Comprei os meus 2 primeiros CDs na Roma, para aí em 1986 ou 87. "Disraeli Gears" e "Fresh Cream". Vendiam-se dentro de uma cx de cartão, tipo cx de sapatos.
A D. Roma é um bom exemplo de uma estratégia errada. Era uma boa loja especializada em música erudita, prestando um bom serviço nesta área, mas, depois, em vez de evoluir baseada nesse conceito decidiu competir c/ a FNAC num campo que não era a sua vocação e onde não tinha experiência. ..."Tramou-se"!

Karocha disse...

E o que me custou vendê-los...
Muito chorei, não tenho vergonha nenhuma em o dizer!
Tinha alguns oferecidos verdadeiras raridades!
Uma vez o Tab Martin desatou a chorar em minha casa ao ouvir um disco dele, não acreditava que eu o tinha era uma edição única,não tinha tido sucesso...

Karocha disse...

Ai Kredo fui ao youtube e o homem está um canastrão(o Joe Dolan)!
Também sou suspeita adoro o Demis e quanto mais velho melhor...

gin-tonic disse...

O canastrão do Joe Dolan morreu em Dezembro do ano passado. Tem uma pancada suave por "Make me an Island". Há certas canções, mesmo sendo o que são, ouvidas em certos tempos da vida, deixam marcas. Quém é que as não tem, quase parafreseando o Tony de Matos, nas cartas de amor.

Karocha disse...

É bem verdade...
Não sabia peço desculpa pela desatenção :-)

Rato disse...

Ó maltês, acho que não houve qualquer "competição" entre a ROMA e a FNAC. Para haver essa tal de "competição" os contendores têm de possuir "armas" pelo menos idênticas. Senão é outra coisa, chama-se "chacina", que foi o que a FNAC fez com tudo o que mexia. E hoje estamos a pagar a factura por esse extermínio. Que mesmo assim não é mais elevada pois felizmente existe uma coisa chamada internet.

JC disse...

Ó Rato! Mas o que é um facto é que a Roma tentou competir, com a abertura dos megastores, e foi esse o seu erro: tentar competir no mesmo mercado com armas dissemelhantes. Claro que foi chacinada, mas o que se poderia esperar? A FNAC está lá para fazer o seu negócio (não é a Santa Casa da Misericórdia)e não tem culpa (até agradece) das asneiras dos outros. Não verto uma lágrima pela Roma, VC, e etc, pois foram mal geridas e hoje, e mtº sinceramente, a compra pela internet possibilita que exista a maior liberdade de sempre na compra de música e livros. Ou não te lembras quando, apesar das lojas como a Roma e a VC, era preciso ir a Londres, ou pedir a alguém que lá fosse, para trazer o que por cá não havia- e, mesmo assim, c/ meses de atraso? A FNAC fez o seu trabalho e fê-lo bem feito. Devemos olhá-la como um excelente exemplo de negócio e de rigor estratégicos. Bom seria que o exemplo fosse copiado pela maioria das empresas portuguesas, em várias áreas. Olha o que se passou agora com a Byblos? Vaticinei-lhe a morte no próprio dia da inauguração!!! E, atenção, a internet,que, como dizes, ainda bem que existe, foi tb responsável pelo extermínio dessas pequenas lojas. Se não existisse, elas teriam sobrevivido c/ maior facilidade. Outro exemplo. Na Roma davam-te informação s/ as interpretações de referência da música erudita, podias ouvir excertos de várias e até mandar vir se não houvesse. Era o seu serviço "plus", digamos assim. Nada que não seja possível fazer hoje, sem sair de casa, conjugando, por exemplo, a net e os catálogos da Penguin. O desenvolvimento das novas tecnologias tornou esse serviço, em grande parte, obsoleto. Bom...
Abraço
Maltês

Rato disse...

"A FNAC fez o seu trabalho e fê-lo bem feito". De acordo, ainda me lembro de sentir uma grande satisfação interior quando a 1ª loja abriu no Colombo. Pensei cá para os meus botões: ora até que enfim que vamos ter acesso aqui às coisas que temos de procurar lá por fora. Não me enganei lá muito e os primeiros anos até foram bons.
"Devemos olhá-la como um excelente exemplo de negócio e de rigor estratégicos". Aqui não concordo, claro, mas por causa do tempo "presente" do verbo, pela simples razão que a FNAC dos primeiros anos também ela já desapareceu há muito, as diversas lojas que hoje vemos espalhadas pelos centros comerciais já não têm nada a ver com "rigor". Fazem-me lembrar uma enorme "feira da ladra" para ricos (atenção que eu gosto da "feira da ladra", mas da outra, da verdadeira), onde o pior de tudo ainda são todos aqueles funcionários da treta (estão ali com o mesmo à vontade e saber que estariam num talho ou numa mercearia, por exemplo), que têm o estranho hábito de nos olhar do alto da sua ignorância e indelicadeza.

JC disse...

Rato: vamos lá ver. Com o desenvolvimento das compras on line e dos downloads de música, claro que a FNAC não poderia deixar de se adaptar, daí pouco ou nada ter já a ver com as lojas iniciais. Se mantivessem a estrutura desses tempos já lhes tinha acontecido o mesmo que à Byblos, não é assim? O que digo só prova que o rigor continua a presidir ao negócio: soube adaptar-se para não morrer. Em nossa opinião, ficou pior? Claro, mas não tinha outra hipótese se não reconverter-se perante a recente evolução do mercado. Ficámos pior? Em certa medida, sim, pois nada substitui o "gozo" de passear nas lojas e manusear os discos e folhear os livros. Mas, por outro lado, "temos agora a net, "todo o mundo à distância de um clique".
Abraço

Rato disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rato disse...

Pensando bem , JC, és mesmo capaz de ter razão. Nós às vezes é que temos a presunção que eles existem para nos servir quando é precisamente o contrário.