Ao pedirem-me estas linhas disseram-me: ”Tu também gostavas dos Beatles, não era?”. Quase um insulto! Será que sou surdo, pensei? Será que estava em retiro nesses dias? Que nada era um elogio e aí eu descansei, reclinei-me e ouvi ”While My Guitar Gentley Weeps”.
Mas quando acabou, fiquei mudo, porque as palavras são silêncio. Então querem que eu escreva sobre o Álbum Branco. Mas como é possível?! Dizer banalidades, que é bom, que foi considerado uma das melhores peças da música “moderna” (terrível adjectivo), sei lá!
O Álbum Branco não é para ser falado é para ser ouvido. O que adianta falar dele se não o ouvimos, se não entendemos o que queriam dizer, o que estava em preparação na evolução dos Beatles. Antes foi Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band. O psicadélico, a aventura, mas a união.
O Álbum Branco é a questão, são as perguntas, são as emoções individuais a sobressair. Era o momento em que começavam a questionar a continuidade como agrupamento. Os muitos anos juntos, as muito e longas tours, as presenças vibrantes vindas de fora, como Ono, já estavam a deixar as suas marcas. Esvaía-se essa imagem de unidade e de universalidade vista na capa de Sgt Peppers.
O Álbum Branco no vazio da sua luz e com a maioria dos trabalhos a ser conduzidos de uma forma individual mostra o futuro das vidas separadas.
Oito meses de trabalho, talvez um pouco descolado, deu à luz, prematuramente, mas já com os meses necessários, a primeira obra dupla da banda e também o primeiro duplo a atingir o topo de vendas no Reino Unido quase de imediato. Há quem diga que é um álbum de viragem do tipo de música pela sua descolagem do som psicadélico de Sgt Peppers e o prenúncio de novos sons a ouvir nos anos 70.
Pode ser que assim seja, mas, para mim, somente ouvinte e amante de música, é, não o álbum que mais me toca da banda, mas um trabalho marcante e cujos sons ainda estão nos meus ouvidos: “Ob-La-Di, Ob-La-Da”.
Nuno Caldeira da Silva
Nuno Caldeira da Silva, 60 anos, Conselheiro Politico na Delegação da Comissão Europeia sediada em Banguecoque, Tailândia.Anterior Presidente da PT Internacional, ICL/Fujitsu Financial Services, ICL Portugal
Mas quando acabou, fiquei mudo, porque as palavras são silêncio. Então querem que eu escreva sobre o Álbum Branco. Mas como é possível?! Dizer banalidades, que é bom, que foi considerado uma das melhores peças da música “moderna” (terrível adjectivo), sei lá!
O Álbum Branco não é para ser falado é para ser ouvido. O que adianta falar dele se não o ouvimos, se não entendemos o que queriam dizer, o que estava em preparação na evolução dos Beatles. Antes foi Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band. O psicadélico, a aventura, mas a união.
O Álbum Branco é a questão, são as perguntas, são as emoções individuais a sobressair. Era o momento em que começavam a questionar a continuidade como agrupamento. Os muitos anos juntos, as muito e longas tours, as presenças vibrantes vindas de fora, como Ono, já estavam a deixar as suas marcas. Esvaía-se essa imagem de unidade e de universalidade vista na capa de Sgt Peppers.
O Álbum Branco no vazio da sua luz e com a maioria dos trabalhos a ser conduzidos de uma forma individual mostra o futuro das vidas separadas.
Oito meses de trabalho, talvez um pouco descolado, deu à luz, prematuramente, mas já com os meses necessários, a primeira obra dupla da banda e também o primeiro duplo a atingir o topo de vendas no Reino Unido quase de imediato. Há quem diga que é um álbum de viragem do tipo de música pela sua descolagem do som psicadélico de Sgt Peppers e o prenúncio de novos sons a ouvir nos anos 70.
Pode ser que assim seja, mas, para mim, somente ouvinte e amante de música, é, não o álbum que mais me toca da banda, mas um trabalho marcante e cujos sons ainda estão nos meus ouvidos: “Ob-La-Di, Ob-La-Da”.
Nuno Caldeira da Silva
Nuno Caldeira da Silva, 60 anos, Conselheiro Politico na Delegação da Comissão Europeia sediada em Banguecoque, Tailândia.Anterior Presidente da PT Internacional, ICL/Fujitsu Financial Services, ICL Portugal
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