Antes de saber o que era o "Álbum Branco", já sabia cantar Ob-La-Di, Ob-La-Da". Verdade.
Está gravado em fita de bobine, guardada algures numa arrecadação. Tinha apenas 3 anos. A minha tia colocava o disco a rodar num pequeno Philips e eu cantarolava por cima. Tudo isto se passou em casa da minha avó. E enquanto esse prédio foi demolido há mais de uma década, o “Álbum Branco” parece resistir à erosão do tempo.
Posso afirmar que devorei o “Álbum Branco”. Anos a fio. De uma ponta a outra. Os quatro lados. De “Back In The USSR”, a “Good Night”. Durante a adolescência, sentia-me mais inclinado para o segundo disco. Onde se ouve “Birthday”, “Sexy Sadie” ou “Helter Skelter”.
O exemplar da minha tia foi usado e abusado. Recortei a montagem de fotos do poster grande para colar no caderno da escola, fixei os quatro Beatles na parede, levei os vinis para festas… posso afirmar, repito, que devorei o “Álbum Branco”.
Alguns críticos insistem na tese de que o “Álbum Branco” não deveria ter sido um LP duplo. Equívoco. Para mim, não. Já o tentei reduzir, em cassetes, e recentemente num CD. Porém, falta sempre uma canção. Aquela que não coube, mas devia caber. Por isso, a tese não tem cabimento.
Pensando no assunto, vejo que o “Álbum Branco” vive dentro de mim. Está presente no meu trabalho. “Marionetas”, uma canção que gravei na banda Pedro e os Apóstolos, baseia-se na construção harmónica de “Dear Prudence”. Outra canção da banda, “Mistério”, foi composta sob influência de “I Will”. Para não falar da novela policial que escrevi, “O Segredo dos Beatles” (2006, Editorial Presença), onde “Helter Skelter” assume protagonismo na narrativa…
Agora, oiço o “Álbum Branco”. Como se fosse a primeira vez. É possível. Há sempre novos sons, detalhes por descobrir. Grandes canções, pequenas canções, canções assim-assim, ou canções que nem isso são. Uma experiência única. Em vinil. E de preferência em mono.
Pedro de Freitas Branco
Pedro de Freitas Branco, 41 anos, músico, fundador da banda Pedro e os Apóstolos, vive no Rio de Janeiro, onde grava um disco a solo. Em parceria com António Avelar de Pinho, co-escreveu a colecção juvenil Super 4. É autor, também, de “A Vida em Stereo” (2004) e “O Segredo dos Beatles” (2006).
Está gravado em fita de bobine, guardada algures numa arrecadação. Tinha apenas 3 anos. A minha tia colocava o disco a rodar num pequeno Philips e eu cantarolava por cima. Tudo isto se passou em casa da minha avó. E enquanto esse prédio foi demolido há mais de uma década, o “Álbum Branco” parece resistir à erosão do tempo.
Posso afirmar que devorei o “Álbum Branco”. Anos a fio. De uma ponta a outra. Os quatro lados. De “Back In The USSR”, a “Good Night”. Durante a adolescência, sentia-me mais inclinado para o segundo disco. Onde se ouve “Birthday”, “Sexy Sadie” ou “Helter Skelter”.
O exemplar da minha tia foi usado e abusado. Recortei a montagem de fotos do poster grande para colar no caderno da escola, fixei os quatro Beatles na parede, levei os vinis para festas… posso afirmar, repito, que devorei o “Álbum Branco”.
Alguns críticos insistem na tese de que o “Álbum Branco” não deveria ter sido um LP duplo. Equívoco. Para mim, não. Já o tentei reduzir, em cassetes, e recentemente num CD. Porém, falta sempre uma canção. Aquela que não coube, mas devia caber. Por isso, a tese não tem cabimento.
Pensando no assunto, vejo que o “Álbum Branco” vive dentro de mim. Está presente no meu trabalho. “Marionetas”, uma canção que gravei na banda Pedro e os Apóstolos, baseia-se na construção harmónica de “Dear Prudence”. Outra canção da banda, “Mistério”, foi composta sob influência de “I Will”. Para não falar da novela policial que escrevi, “O Segredo dos Beatles” (2006, Editorial Presença), onde “Helter Skelter” assume protagonismo na narrativa…
Agora, oiço o “Álbum Branco”. Como se fosse a primeira vez. É possível. Há sempre novos sons, detalhes por descobrir. Grandes canções, pequenas canções, canções assim-assim, ou canções que nem isso são. Uma experiência única. Em vinil. E de preferência em mono.
Pedro de Freitas Branco
Pedro de Freitas Branco, 41 anos, músico, fundador da banda Pedro e os Apóstolos, vive no Rio de Janeiro, onde grava um disco a solo. Em parceria com António Avelar de Pinho, co-escreveu a colecção juvenil Super 4. É autor, também, de “A Vida em Stereo” (2004) e “O Segredo dos Beatles” (2006).
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