terça-feira, 21 de agosto de 2018

PRIMAVERA DE PRAGA: 50 ANOS


"Diário Popular", 21 de Agosto de 1968

Esta foi a primeira de 13 manchetes consecutivas que  o vespertino de Lisboa deu à invasão da Checoslováquia pelas tropas do Pacto de Varsóvia (com excepção da Roménia) lideradas pela União Soviética.

Foi o fim da chamada Primavera de Praga, durante a qual - oito meses - Alexander Dubcek tentou amenizar o regime comunista.

Imperou todavia a teoria da "soberania limitada", imposta por Brejnev.

O tiroteio começou às 06H25 TMG (como então se dizia) na Rádio Praga. Cinco minutos depois foi ocupada a televisão.

Morreram 72 pessoas e mais de 700 ficaram feridas.

As tropas invasoras começaram a retirar no dia 26 de Agosto, após acordos obtidos em Moscovo.

A Rússia só viria a pedir desculpa pelo seu acto no dia 04 de Dezembro de 1989, já depois da queda do muro de Berlim.

À época da invasão, encontrava-se em Praga uma delegação portuguesa de cientistas que participavaa no XXII Congresso Internacional de Geologia.

Ninguém deu pelos acontecimentos e todos sairam sem problemas do país.

Eram eles Moitinho de Almeida, chefe dos Serviços Geológicos da Direcção-Geral de Minas e Serviços Geológicos, Barros Carvalhosa, dos mesmos serviço, Orlando Gaspar, geólogo dos Serviços de Fomento Mineiro, Décio Tadeu, professor do Instituto Superior Técnico, Carlos Teixeira, da Faculdade de Ciências de Lisboa, Francisco Eduardo Lapido-Loureiro, chefe da Divisão de Geologia do Instituto de Investigação Científica de Angola, Artur de Figueiredo Nunes, director do Instituto de Investigação Científica de Moçambique e Georges Frizbyfzewfki, dos Serviços Geológicos da Direcção-Geral de Minas e Serviços Geológicos.

Os acontecimentos de Praga tiveram consequências em todo o Mundo, também no seio dos partidos comunistas.

Em Portugal, o PCP começou por dar apoio a Dubcek, após uma visita de Álvaro Cunhal a Moscovo, os comunistas portugueses alinharam com os soviéticos, provocando dissidências várias e importantes, como Cândida Ventura.




segunda-feira, 13 de agosto de 2018

FILIPE MENDES MORREU HOJE


Não sei se era bom ou mau guitarrista, ou mesmo assim-assim. Não era isso que me motivava!

Sei sim que perdi hoje um bonito amigo e que não tive ocasião de me despedir dele. Estivémos quase, mesmo quase, não foi Luis? No dia 31 de Julho (ainda guardo o horário das visitas) e eu a despedir-me dos netos a caminho de França.

Adeus, Filipe, gosto muito de ti e tenho uma grande dívida de gratidão para contigo.

Sei que não gostavas (detestavas mesmo!) de "Calmas São As Imagens", para mim, uma das melhores músicas portuguesas de sempre, feita por ti. E eu sempre te azucrinava para a tocares (o Vitor Mamede que o diga!).

No dia 16 de Maio de 2015, nos 50 anos dos Chinchilas, tocaste-a especialmente para mim, com um novo arranjo, do outro mundo.

"Foi a primeira vez que a tocámos ao vivo", confessaste-me e escreveste no alinhamento: "para o LPA com um grande abraço de grinaldas sonoras".

Chorei, como choro hoje!

Não é por acaso que nunca te tratei como Phil Mendrix!

Um beijo, Filipe!

Luís Pinheiro de Almeida

Imagem de Teresa Lage

domingo, 12 de agosto de 2018

O NASCIMENTO DA FILARMÓNICA FRAUDE


Célebre artigo de Fernando Assis Pacheco no "Diário de Lisboa", no dia 12 de Agosto de 1968 - faz hoje 50 anos -, e que deu a conhecer a Filarmónica Fraude.

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

DESCALÇOS EM TEMPOS DE BOTAS


"Descalços Em Tempos De Botas", João Almeida, Editorial Futura, 2014, 272 págs, 12 €.

Numa altura em que se assinalam os 50 anos do AVC de Salazar, este título é um achado!

O livro é de 2014, mas só agora tomei conhecimento dele por uma nota do Manuel Falcão no "Jornal de Negócios".

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

SALAZAR CAIU HÁ 50 ANOS!


Carta de Boticas de 07 de Setembro de 1968:

Fiquei admirada quando ouvi notícias àcerca da doença do "Velho" na Televisão. Não sabia de nada. Diziam que foi um hematoma. Deve ter sido de alguma queda. Quem o teria empurrado?


nota de edição - Salazar caiu da cadeira no dia 03 de Agosto de 1968, mas pediu (ordenou) que o incidente não fosse revelado. Só a 06 de Setembro, mais de um mês depois, seriam públicos alguns pormenores.