terça-feira, 8 de outubro de 2013
VIVA O PODER POPULAR
Viva O Poder Popular (José Afonso) - Foi Na Cidade Do Sado (letra popular/música de José Afonso) - edição da Associação José Afonso (2013)
José Afonso era, como cantor e cidadão, um homem livre, e assim se manteve até ao fim, sem tutelas partidárias, sem a dependência de estruturas orgânicas e sem espartilhos ideológicos, sempre em condições para agir de acordo com o que a sua consciência lhe ditava.
Porém, a sua identificação programática e de acção com forças como a LUAR e o PRP/BR, de Isabel do Carmo e Carlos Antunes, fez com que o PCP sempre o tivesse encarado com desconfiança (...).
Por isso, Zeca Afonso só actuou uma vez na Festa do Avante, na fase final da sua vida, havendo da parte dos dirigentes do Partido o receio de que pudesse ter alguma intervenção em palco solidarizando-se com Otelo e exigindo a sua libertação. (...)
Porém, muito mal teria ficado a Festa do Avante se, porventura, nunca tivesse chegado a incluir Zeca Afonso na sua programação, que se abriu a tantos nomes nacionais e estrangeiros, muito dos quais pouco ou nada tinham a ver com a esquerda. (...)
José Jorge Letria, in "E Tudo Era Possível"
PS - inclui um DVD com o documentário "Foi Na Cidade Do Sado", de João Pires.
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2 comentários:
“Que é feito dos seus amigos de Coimbra, das baladas, da resistência, do famoso PREC?
Pela minha parte não tenho grande coisa a dizer sobre isso. Acho que os intelectuais deste país têm os Soares que merecem. É realmente uma geração que gosta de se apresentar a si mesma como vítima da desilusão. Para mim é uma atitude de traição, que não têm a coragem de confessar e por isso inventaram grandes malabarismos. Depois encostam-se ao PS, ao PSD ou a qualquer outra muleta do poder. Digamos que são pessoas que não me interessam.” (Excerto de entrevista concedida ao jornalista e escritor José Amaro Dionísio em Junho de 1985.)
E se ao ouvirmos “Os Vampiros”, sentimos que aquilo que foi escrito há 50 anos continua a fazer sentido, só podemos concluir que os “responsáveis” de hoje são mais parecidos com os de então do que aparentam....
“Quando começamos a procurar álibis para justificar o nosso conformismo, então está tudo lixado!”(excerto de entrevista ao Se7e nov 1985)
Sei bem que é o José Amaro Dionísio, trabalhei com ele e não é flor que se cheire...
LT
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