Quem acreditaria que uma destas canções de Natal adaptadas por Frank Sinatra tem autoria portuguesa ?
Pois bem, é corrente dominante que a canção “Adeste Fideles” é inteiramente de autoria portuguesa. Aliás, ainda na actualidade ela continua a ser cantada em muitas igrejas do país, eu próprio, em tempos passados e por diversas vezes, a cantei na igreja do local onde nasci.
É atribuída ao rei D. João IV, o rei da restauração inaugurador da dinastia dos Braganças, cuja filha, Catarina de Bragança, rumaria a Londres para desposar o rei inglês num casamento meramente político, levando como modestíssimo dote as cidades de Tânger e Bombaim ( a porta de entrada da Inglaterra na Índia ) e, decerto, um repertório de cânticos religiosos além do hábito de beber chá.
Desta forma o “Adestes Fideles” passou também para as cordas vocais inglesas e daí para o mundo inteiro. E como as cordas vocais precisam de estímulo e hidratação nada melhor do que um “english breakfast tea” seguido mais tarde de um “five o'clock tea” introduzidos na Corte britânica pelos portugueses do séquito da rainha.
O sacramento do matrimónio, ainda que por motivação política, unindo muito ecumenicamente uma católica lusa a um protestante anglicano pode proporcionar uma boa música e um relaxante e diletante chá. Se Catarina passou por tão grandes tormentos em Londres, não foi certamente por “falta de chá” ou pelo espírito de um belo cântico religioso.
Aproveito para referir que, depois de um um longo reinado de “White Christmas” na versão de Bing Crosby como a minha canção favorita de Natal, desde que ouvi “The Bells Of Christmas (Greensleeves)” pelo dueto Frank Sinatra/ Astrud Gilberto, um bem conseguido mix do frio natalício americano com o calor tropical do Brasil, com orquestra e coral a condizer ( não consta desta colectânea ) deixei o trenó destronado na neve e até hoje não conheço melhor e duvido que algum dia o vá conhecer, ou seja, dum asséptico e gelado “White” passei para um esperançoso e primaveril “Green” (não sintético ).
Em ritmos mais modernos não deixo também de apreciar o “Last Christmas” do agora finado George Michael, mas, reconheça-se, são modalidades diferentes, a tradição e o clássico ainda são reis e senhores, nada como “crooners” para cantar o Natal, embora todos celebrem com igual espírito esse dia de união e de esperança.
2 comentários:
HI !
I must have become stupid overnight, but where can I find the links to this great offer ?
Thanks and Happy Newyear
Quem acreditaria que uma destas canções de Natal adaptadas por Frank Sinatra tem autoria portuguesa ?
Pois bem, é corrente dominante que a canção “Adeste Fideles” é inteiramente de autoria portuguesa.
Aliás, ainda na actualidade ela continua a ser cantada em muitas igrejas do país, eu próprio, em tempos passados e por diversas vezes, a cantei na igreja do local onde nasci.
É atribuída ao rei D. João IV, o rei da restauração inaugurador da dinastia dos Braganças, cuja filha, Catarina de Bragança, rumaria a Londres para desposar o rei inglês num casamento meramente político, levando como modestíssimo dote as cidades de Tânger e Bombaim ( a porta de entrada da Inglaterra na Índia ) e, decerto, um repertório de cânticos religiosos além do hábito de beber chá.
Desta forma o “Adestes Fideles” passou também para as cordas vocais inglesas e daí para o mundo inteiro. E como as cordas vocais precisam de estímulo e hidratação nada melhor do que um “english breakfast tea” seguido mais tarde de um “five o'clock tea” introduzidos na Corte britânica pelos portugueses do séquito da rainha.
O sacramento do matrimónio, ainda que por motivação política, unindo muito ecumenicamente uma católica lusa a um protestante anglicano pode proporcionar uma boa música e um relaxante e diletante chá. Se Catarina passou por tão grandes tormentos em Londres, não foi certamente por “falta de chá” ou pelo espírito de um belo cântico religioso.
Aproveito para referir que, depois de um um longo reinado de “White Christmas” na versão de Bing Crosby como a minha canção favorita de Natal, desde que ouvi “The Bells Of Christmas (Greensleeves)” pelo dueto Frank Sinatra/ Astrud Gilberto, um bem conseguido mix do frio natalício americano com o calor tropical do Brasil, com orquestra e coral a condizer ( não consta desta colectânea ) deixei o trenó destronado na neve e até hoje não conheço melhor e duvido que algum dia o vá conhecer, ou seja, dum asséptico e gelado “White” passei para um esperançoso e primaveril “Green” (não sintético ).
Em ritmos mais modernos não deixo também de apreciar o “Last Christmas” do agora finado George Michael, mas, reconheça-se, são modalidades diferentes, a tradição e o clássico ainda são reis e senhores, nada como “crooners” para cantar o Natal, embora todos celebrem com igual espírito esse dia de união e de esperança.
JR
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