Morreu no dia de Natal, ele que, na altura ainda integrado no dueto Wham!, foi autor, produtor e cantor da mais bem conseguida canção de Natal dos tempos recentes, “Last Christmas”.
Fica para a história a sua actuação na cerimónia de encerramento dos Jogos Olímpicos de 2012, Londres, cantando uma trepidante e desassombrada “White Light” onde relata uma experiência traumática pessoal que quase lhe tinha antecipado a morte, actuação que ia também abafando toda o cerimonial olímpico ao arrebatar-lhe o protagonismo. de Bolt e Phelps.
Não sendo eu um fã incondicional e não ocupando os lugares cimeiros no meu top, para além das citadas, admiro “Heal the Pain” (existe um dueto com McCartney) e sinto que os anos oitenta não seriam a mesma coisa sem o incontornável “Careless Whisper” que nenhuma discoteca de então isentava do alinhamento.
Era dotado de uma voz inconfundível, plena de “glamour”, que lhe proporcionou tantos fãs pelo mundo inteiro, além de ter participado, e muito generosamente, em múltiplas acções de filantropia. Fica-se com a sensação que tinha talento e condições para deixar uma obra muito mais vasta e rica, porém, além da sua assumida aversão ao estrelato seria traído pela toxicodependência, um mal que parece ser rotina obrigatória dos novos artistas aparentemente condenados a não passar a faixa etária dos cinquenta e poucos anos, o mesmo fado de Prince neste mesmo ano tão fatal para tantos astistas.
Quem ouça “Outside”, uma banalíssima melodia com uma letra ainda mais vulgar cuja maqueta qualquer produtor jogaria no cesto dos papéis, poderá compreender o milagre de como uma voz de excepção aliada as uns caprichados arranjos e produção é capaz de transformar um quase lixo num diamante lapidado, fazendo jus aos que dizem que a voz ainda é o melhor dos instrumentos. Não é por acaso que os seus duetos com Aretha Franklim e Elton John figuram entre os melhores de sempre.
Em memorial, deixo aqui links para apreciação do dueto com Aretha e o “sequestro” do final dos Jogos Olímpicos 2012, merecedoras de olímpicas medalhas de ouro auditivas que as minhas palavras jamais poderão descrever, nem ajudadas com a velocidade de Bolt ou o balanço das braçadas de Phelps:
Bem lembrado por GPS, o dueto com Astrud Gilbeto em "Desafinado", sendo de realçar que nela foi cantada a letra original em português e não aquela que Frank Sinatra popularizou e que enfeitiçaria tantos artistas de renome que dela fizeram "covers".
Neste caso, atrevo-me a dizer que o maior dos créditos deste dueto vai para esse genial compositor que foi António Carlos Jobim que dá, conjuntamente com Fancis Albert Sinatra nome a um dos melhores álbuns de sempre onde nada se consegue vislumbrar de desafinado a não ser o tema.
4 comentários:
Morreu no dia de Natal, ele que, na altura ainda integrado no dueto Wham!, foi autor, produtor e cantor da mais bem conseguida canção de Natal dos tempos recentes, “Last Christmas”.
Fica para a história a sua actuação na cerimónia de encerramento dos Jogos Olímpicos de 2012, Londres, cantando uma trepidante e desassombrada “White Light” onde relata uma experiência traumática pessoal que quase lhe tinha antecipado a morte, actuação que ia também abafando toda o cerimonial olímpico ao arrebatar-lhe o protagonismo. de Bolt e Phelps.
Não sendo eu um fã incondicional e não ocupando os lugares cimeiros no meu top, para além das citadas, admiro “Heal the Pain” (existe um dueto com McCartney) e sinto que os anos oitenta não seriam a mesma coisa sem o incontornável “Careless Whisper” que nenhuma discoteca de então isentava do alinhamento.
Era dotado de uma voz inconfundível, plena de “glamour”, que lhe proporcionou tantos fãs pelo mundo inteiro, além de ter participado, e muito generosamente, em múltiplas acções de filantropia. Fica-se com a sensação que tinha talento e condições para deixar uma obra muito mais vasta e rica, porém, além da sua assumida aversão ao estrelato seria traído pela toxicodependência, um mal que parece ser rotina obrigatória dos novos artistas aparentemente condenados a não passar a faixa etária dos cinquenta e poucos anos, o mesmo fado de Prince neste mesmo ano tão fatal para tantos astistas.
Quem ouça “Outside”, uma banalíssima melodia com uma letra ainda mais vulgar cuja maqueta qualquer produtor jogaria no cesto dos papéis, poderá compreender o milagre de como uma voz de excepção aliada as uns caprichados arranjos e produção é capaz de transformar um quase lixo num diamante lapidado, fazendo jus aos que dizem que a voz ainda é o melhor dos instrumentos.
Não é por acaso que os seus duetos com Aretha Franklim e Elton John figuram entre os melhores de sempre.
Em memorial, deixo aqui links para apreciação do dueto com Aretha e o “sequestro” do final dos Jogos Olímpicos 2012, merecedoras de olímpicas medalhas de ouro auditivas que as minhas palavras jamais poderão descrever, nem ajudadas com a velocidade de Bolt ou o balanço das braçadas de Phelps:
https://www.youtube.com/watch?v=fDxzQJaA228
https://www.youtube.com/watch?v=f91PINBFrtQ
RIP
JR
Não gosto muito dos duetos com EJ e AF. Prefiro o dueto com Astrud Gilberto em "Desafinado".
Entre os meus temas preferidos como Wham destaco "Club Tropica" e "Freedom".
A solo prefiro "Careless Whisper" e "Father Figure.
RIP
errata: "Club Tropicana"
Bem lembrado por GPS, o dueto com Astrud Gilbeto em "Desafinado", sendo de realçar que nela foi cantada a letra original em português e não aquela que Frank Sinatra popularizou e que enfeitiçaria tantos artistas de renome que dela fizeram "covers".
Neste caso, atrevo-me a dizer que o maior dos créditos deste dueto vai para esse genial compositor que foi António Carlos Jobim que dá, conjuntamente com Fancis Albert Sinatra nome a um dos melhores álbuns de sempre onde nada se consegue vislumbrar de desafinado a não ser o tema.
JR
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