quarta-feira, 27 de maio de 2015

FÃ PORTUGUESA EXULTA COM McCARTNEY


A decisão de gastar um mês de ordenado para viajar a Londres e assistir a um único concerto não é fácil!

Mais ainda, quando fui pesquisar a agenda de concertos do Sir Paul McCartney, no início de Março, estava a poucas horas da abertura da venda de bilhetes para os concertos na Europa.

E também o pensamento de que ia ver o concerto só porque era o Beatle Paul em pessoa, mesmo que “já não cantasse”, deixava-me com remorsos de gastar o meu precioso dinheiro…

De notar que já vi o Paul em 89, em 93 e em 2004 no primeiríssimo Rock In Rio Lisboa, da primeira fila, bem no centro!

E então, para que não viesse a ficar arrependida, decidi que ao menos uma vez na vida ia assistir ao soundcheck do Sir Paul e ver o concerto de um bom lugar, mesmo que para isso ficasse sem a quantia que me daria, por exemplo, para comprar uma guitarra, objecto que faz parte da minha lista de desejos (já tenho mais do que uma guitarra, claro), dado que toco quase diariamente, por gosto, sozinha ou acompanhada, para mim ou para os outros, com ou sem remuneração…

Também se diga que comecei a tocar guitarra por causa dos Beatles, há uns bons 30 anos…

Bem, tudo passa tão rápido!

Mesmo tendo estado um tempo considerável a apreciar a performance do Paul e da banda na O2 Arena, London, 23 de Maio de 2015, visto que, somando o tempo do soundcheck e do show, foram quase 5 horas de festa, perto de 60 músicas ao todo, parece um sonho! E isto pela magia da sua música, por ver ali à minha frente o mentor daquele “mundo fantástico”, pelos músicos de topo que o acompanham…

O concerto foi absolutamente fabuloso!

O receio que eu tinha de que o Sir Paul já estivesse com pouca energia desvaneceu-se logo na primeira música do soundcheck. E tudo o que se passou nas horas seguintes provou que Paul McCartney é absolutamente único na postura perante a Música! A sua jovialidade é inacreditável!

Toca, canta, fala e move-se como se tivesse 17 anos, tão facilmente como respira, e o seu sentido de humor é o mesmo dos velhos tempos… E no fim do concerto não mostrou mínimo sinal de cansaço!

O reportório musical, também único na sua extensão, qualidade, alegria e positivismo, dava para fazer duas dúzias de concertos de 3 horas só com grandes êxitos sem repetir nenhuma música!!! Existiu alguém, até agora, com este perfil, para além do Sir Paul? Digam-me quem, porque eu não conheço…

Em relação ao público, é de todas as idades e de todas as nacionalidades (falei com brasileiros e japoneses, por exemplo), e são muitos os fãs dedicados, a ver pelos cartazes que levavam. Cheguei a ver casais que afirmam ter-se conhecido por causa do gosto comum pela música dos Beatles!!!

Por outro lado, eu receava que o público permanecesse sentado, pelo menos em parte do concerto, coisa que para mim é impensável num concerto destes. Mas graças a Deus e ao Sir Paul, o público esteve sempre de pé, e eu pude dançar, sentir a música e aproveitar todos os momentos!

Tive uma excelente vista do palco porque, além de estar na sétima fila, praticamente no centro, não tinha ninguém muito alto à minha frente.

Acho que me ficou a 3 euros por minuto (LOL), mas não me arrependo! Ah, e claro, fui sozinha do Porto.

Quanto aos temas tocados, claro que varreram a vastíssima carreira, sendo que várias canções dos Beatles e dos Wings foram estreia nesta digressão. Também tocou temas recentes, como o lindíssimo “Hope For The Future”, o romântico “My Valentine” e o divertido “Queenie Eye”, músicas de estilos muito diferentes e com muita “personalidade”, que não se esperaria que fossem compostas por alguém de 70 anos…

Penso que ele também gosta sempre de tocar alguns temas de rock’n’roll, o que é uma “curtição”, e o facto é que o concerto tem um ritmo quase alucinante, e todos os músicos (incluindo o Paul) tem uma performance excelente, uma pedalada incrível!

O concerto tem dois encores (pelo menos, que me lembre - sim, tem - nota do editor) e um dos últimos temas tocados é o “Helter Skelter”, que “deita a casa abaixo” e eu AMO!!! E nem falemos do “Live And Let Die” que literalmente incendeia a casa!!!!!! “Another Girl”, “All Together Now”, “Paperback Writer”, “Lady Madonna”, um delírio…

Momento verdadeiramente alto em todos os sentidos (a frente do palco subiu e elevou o Paul para tocar sozinho duas músicas em guitarra acústica) foi “Here Today”, dedicado a John Lennon…

Podia ficar aqui horas a escrever sobre todas as canções que ele tocou, sobre as memórias que trazem e os sentimentos que despertam, mas seria infindável…

Em suma: THANK YOU, PAUL! Obrigada por tanta alegria em tantos corações!!!!! LOVE YOU, LOVE YOU, LOVE YOU, LOVE YOU… (The End)

Texto de Cristina Pacheco, em Valongo (Porto)
Imagem de Teresa Lage

7 comentários:

ié-ié disse...

Parabéns pelo texto, Cristina!

LT

filhote disse...

Subscrevo!!!

paulo disse...

Bem... com tanto elogio, com tanto texto tão bem escrito, estou prestes a cometer uma loucura...

Obrigado, Cristina, pelo fantástico relato!

Anónimo disse...

+1

Com este belíssimo relato dá vontade de "Here, Today" ir já a correr como uma "Band on the Run" para apanhar o próximo "Jet", "Flying" à velocidade de "Wings at the speed of sound" em direcção a "London Town" e finalmente assentar os pés "Off the Ground", ali preso com "Chains" ao recinto do concerto para um "Magical Mystery Tour", o melhor "in My life" e também o mais "Long, Long, Long", sendo que, mesmo após o final "Let it Be" no recinto até os primeiros raios do "Sun King" para agarrar bem um memorável "A Day in the Life", podendo até rever o concerto "Eight Days a Week" esperando que nunca aconteça "The End".

Mas, infelizmente, tenho que ficar por aqui porque tenho de acabar a Mod. 3 pois o "Taxman" não perdoa.

JR

"P.S. I Love You"

ié-ié disse...

Sim senhor, imaginativo!

LT

eduardo disse...

Parabéns à Autora e grande ideia do Editor perante uma descrição muito real e sentida. Parabéns também ao Editor.

ié-ié disse...

Obrigado, Eduardo, um abraço!

LT