sexta-feira, 25 de abril de 2014

"A VERDADE SOBRE O 25 DE ABRIL"


"A Verdade Sobre o 25 de Abril", Professor Marcello Caetano, Mundo Português, 1976

Marcello Caetano diz que "soube das reuniões" dos capitães, mas que "nem as autoridades militares nem os serviços civis de informação foram capazes de dizer onde tiveram lugar, quem a elas assistiu e o que nelas se resolveu".

Quanto às exposições de militares, o Presidente do Conselho de Ministros deposto a 25 de Abril de 1974 revelou que "nenhuma das pessoas com quem conversou sobre o assunto julgou possível proceder disciplinarmente contra tantos oficiais - praticamente todos os do quadro".

"Havia que procurar outros caminhos de solução do problema", disse.

Marcello Caetano acreditava que os capitães tinham conivência nos superiores - "o comité coordenador acabou por funcionar no próprio Estado-Maior do Exército" e que a DGS (PIDE) "lhe afirmava que não podia penetrar nos meios militares".

"A única informação extensa e concreta que dos seus serviços recebi, já nas vésperas do 25 de Abril, sobre as intenções dos militares, veio de Moçambique", disse, acrescentando que "só namadrugada do dia 25 de Abril o Director-Geral 8da PIDE) lhe telefonou a comunicar que a revolução estava na rua".

"Fui surpreendido no primeiro sono pelo major Silva Pais a dizer-me que a coisa era grave, os revoltps já tinham ocupado as emissoras de rádio e da TV, estavam senhores do Quartel-General da Região de Lisboa, contavam com caçadores 5, e a Polícia estava tentando averiguar a extensão do movimento".

Marcello Caetano, que passou de automóvel pelas tropas revoltosas sem ser reconhecido, refugiou-se no Quartel do Carmo da GNR.

"O que não encontrei foi quem combatesse pelo Governo".

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