sábado, 11 de fevereiro de 2012

CHRIS ISAAK


Como muito boa gente, cheguei a Chris Isaak através de David Lynch.

A partir daí, segui-o relativamente de perto. Sem muita paixão, mas, também, sem grande decepção. Tive, por isso, pena de não ter podido ir vê-lo a Cascais, no Verão de 2010.

É sempre possível encontrar, num disco de Isaak, uma pontinha de emoção com uma vocalização ou um solo de guitarra, que não nos faz dar por totalmente mal empregue o dinheiro dispendido.

Comprar, no escuro, um disco de Issak é, assim, um risco calculado...

Este importei-o dos Estados Unidos e comprei-o pela capa.

As mulheres tentam-me pelo sorriso; os discos, às vezes, pela capa…

Mas tal como o sorriso das mulheres esconde, por vezes, a sua perfídia, também algumas capas me têm proporcionado enormes desilusões.

Não é o caso desta.

A história é simples e algo banalizada: Mother and Father tinham lá por casa, aos pontapés, discos do Elvis, do Jerry Lee Lewis, do Carl Perkins, do Johnny Cash e do Roy Orbison, e vai daí o rebento, com algum jeito para a música, põe na cabeça o desejo de os homenagear.

Quem conheça minimamente a obra de Chris Issak sabe que ela já está, aqui e acolá, polvilhada por estas memórias.

Mas, agora, é um álbum inteirinho: “Great Balls of Fire”, “Ring of Fire”, “It’s Now or Never”, "I Walk The Line", "Crazy Arms”, “Oh, Pretty Woman”, “Can’t Help Falling in Love”, “My Happiness", são alguns dos exemplos do que aqui iremos encontrar.

Ninguém irá dar voltas no túmulo, num disco que se pretende fiel – por vezes demasiado fiel... - ao espírito dos originais.

É disco que não faz mal a ninguém, mas a verdade é que muito bem também não fará…

E quem, como eu, andava à procura da tal emoçãozinha, sai claramente defraudado. Mas não zangado, que isto ouve-se lindamente em dias de bicha. Ou de resistência, como agora é de melhor tom dizer-se...

Colaboração de Luís Mira

5 comentários:

filhote disse...

O Chris Isaak do início de carreira, dos primeiros discos, é simplesmente brilhante. Ele, e a banda que o acompanha.

"Blue Hotel", "Wicked Game", "Blue Spanish Sky", a versão de "Heart Full of Soul" (Yardbirds), etc, etc, etc, arrebataram-me para sempre... e, apesar das tais evidentes influências - Orbison, Presley, Duanne Eddy, ou Johnny Cash -, a música de Isaak nunca deixou de ser genuína e influente.

Não sei bem por quê, talvez pela repetição da fórmula, fui perdendo o rasto à discografia de Isaak. Sabia dos discos, mas não os ouvia... este, pela capa, pelo repertório, vou ter de averiguar...

Obrigado pela chamada de atenção, Luís!

Jack Kerouac disse...

Belo texto, também gosto do Chris Isaak, até era gaijo para te agradecer uma cópia disso.

(S)LB disse...

Excelete prosa (as usuall), caro xará!

Descobri acidentalmente Chris Isaak através da defunta Rádio Geste/RGT, no final da década de 80 e inícia da de 90 e acompanho o filhote na mesma relação com a sua obra.

Relevo ainda a sua curta carreira como actor, tendo o seu ponto mais alto no mega blockbuster "The Silence of the Lambs", com Anthony Hopkins e Jodie Foster!

ié-ié disse...

Estou contigo, Filhote!

LT

Luís Mira disse...

Bom dia a todos!

Ausente de Lisboa durante todo o fim-de-semana, só agora vi que o "post" já havia sido publicado.

Acho que, basicamente, estamos todos de acordo em relação ao rapaz. Um grnde entusiasmo no início, que foi, a pouco e pouco, esmorecendo. Mas não morrendo.

Conta com a tua cópia, Jack...! My pleasure!

Esqueci-me se salientar, no texto, a alusão do nome do album, mas penso que ela é bem óbvia para todos...

Boa semana!

um abraço do

LM