Não se pode dizer que em Junho de 1975 os Kinks estivessem no auge.
Os mastodontes da música avançavam para os festivais ao ar livre (Knebworth, por exemplo), a moda estava para os solos intermináveis e a pirotecnia musical.
O que é que os Kinks iriam fazer numa noite tórrida de Junho, num teatro velhote (apesar do nome…) do centro de Londres ?
A publicidade dizia apenas "The Kinks Present A Soap Opera". Demasiado enigmático para se poder resistir.
A primeira parte foi preenchida por um grupo vulgar, bem disposto, que tocava algumas covers e que foi despachado com as palmas de circunstância de quem esperava ansiosamente os Kinks.
Segunda parte: aí os temos. Uns Kinks diferentes, com um pianista/organista (John Gosling), vestido de padre (um padre que teria um lugar perfeito num filme de terror), que lhes dava um som mais compacto.
Set Me Free, Sittin' On My Sofa, All Day And All Of The Night, Tired Of Waiting For You, Dandy, Sunny Afternoon, Lola, Waterloo Sunset… you name it.
Mais de uma hora de Best Of ao vivo. A acabar com You ReallyGot Me! Se o espectáculo tivesse acabado aí, ninguém teria nada a dizer, de tal modo foi intenso. Mas havia mais…
Terceira parte: os Kinks voltam com uma secção de metais e três cantoras (uma em primeira linha com Ray Davies). O cenário mudou: a ilustração do escritório de Norman The Starmaker, o pub, a casa com os patos na parede, centro da ansiada felicidade suburbana, iam sendo projectados num écran gigante.
Ray Davies ia mudando de roupa a condizer com as cenas. Mais uma hora, desta vez de descoberta de mais cenas da Inglaterra profunda como só Ray Davies as sabe contar.
Dias depois, ao folhear um "Rock And Folk" francês, deparei-me com uma crítica ao espectáculo feita por um enviado especial que terminava dizendo "I'm in love again!".
As palavras certas.
Colaboração de Queirosiano
Os mastodontes da música avançavam para os festivais ao ar livre (Knebworth, por exemplo), a moda estava para os solos intermináveis e a pirotecnia musical.
O que é que os Kinks iriam fazer numa noite tórrida de Junho, num teatro velhote (apesar do nome…) do centro de Londres ?
A publicidade dizia apenas "The Kinks Present A Soap Opera". Demasiado enigmático para se poder resistir.
A primeira parte foi preenchida por um grupo vulgar, bem disposto, que tocava algumas covers e que foi despachado com as palmas de circunstância de quem esperava ansiosamente os Kinks.
Segunda parte: aí os temos. Uns Kinks diferentes, com um pianista/organista (John Gosling), vestido de padre (um padre que teria um lugar perfeito num filme de terror), que lhes dava um som mais compacto.
Set Me Free, Sittin' On My Sofa, All Day And All Of The Night, Tired Of Waiting For You, Dandy, Sunny Afternoon, Lola, Waterloo Sunset… you name it.
Mais de uma hora de Best Of ao vivo. A acabar com You ReallyGot Me! Se o espectáculo tivesse acabado aí, ninguém teria nada a dizer, de tal modo foi intenso. Mas havia mais…
Terceira parte: os Kinks voltam com uma secção de metais e três cantoras (uma em primeira linha com Ray Davies). O cenário mudou: a ilustração do escritório de Norman The Starmaker, o pub, a casa com os patos na parede, centro da ansiada felicidade suburbana, iam sendo projectados num écran gigante.
Ray Davies ia mudando de roupa a condizer com as cenas. Mais uma hora, desta vez de descoberta de mais cenas da Inglaterra profunda como só Ray Davies as sabe contar.
Dias depois, ao folhear um "Rock And Folk" francês, deparei-me com uma crítica ao espectáculo feita por um enviado especial que terminava dizendo "I'm in love again!".
As palavras certas.
Colaboração de Queirosiano
5 comentários:
Excelente, muito obrigado!
Quem avança com mais relatos na primeira pessoa?
LT
Ainda bem que existe a Internet. E o blog do Ié-Ié. Fazem-me acreditar que não sou o único, um louco solitário a pregar contra as paredes, um Dandy emigrado nos trópicos sempre a defender que as canções de Ray Davies são a coisa mais importante do mundo!
Caro Queirosiano, só de imaginar o turbilhão de emoções vividas nesse concerto de 75...
Obrigado pelo relato.
Tenho mais para contar. Mas haverá interessados em, por exemplo, Screamin' Jay Hawkins a sair do caixão...?
Claro, o LP "What That Is" é uma referência para mim... Screamin' Jay Hawkins... não há blues mais negro, em todos os sentidos, que "Feast of the Mau-Mau"!!!
Conte, conte. Estamos todos ávidos.
LT
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