sábado, 26 de janeiro de 2008

BYRDS

CBS - 6192 - edição portuguesa

Adquirido no dia 08 de Novembro de 1965

14 comentários:

josé disse...

Ao ver isto, percebo instantaneamente, a reacção da vossa geração ( de sessenta) à viragem dos Byrds para o country, inventando de algum modo o country rock com o Sweetheart of the rodeo.

Ouvir em 65 esta música e apanhar em 68 com o Sweetheart deve ter sido um choque epistemológico.

Percebo. No entanto, a minha geração ( de setenta) não ouviu do mesmo modo os Byrds. Apanhou-os na onda country-rock por via dos Eagles, o que explica o gosto diversificado.

filhote disse...

Gosto dos Byrds em qualquer uma das suas "encarnações". Porém, os 4 primeiros LPs são aqueles que mais mexem comigo: "Mr.Tambourine Man", "Turn Turn Turn", "Fifth Dimension", "Younger than Yesterday".

E, reparem, sou grande fã de toda a obra de Gram Parsons, esse "anjo" da Country, inspirador de "Sweetheart of the Rodeo", e também dos Flying Burrito, de Emmylou Harris, e dos próprios Rolling Stones da fase "Sticky Fingers/Exile on Main Street".

O que acontece é que uma banda Pop-Folk-Rock que integra talentos como David Crosby, Roger Mcguinn, Chris Hillman e Gene Clark, está destinada à imortalidade.

Sobretudo Gene Clark, um dos maiores compositores Folk-Pop da História, muitas vezes esquecido. Já ouviram os discos solo dele? Por exemplo, neste EP basta ouvir "I'll Feel a Whole Lotta Better" para atestar a capacidade criativa de Clark - existe uma grande versão de Tom Petty no LP "Full Moon Fever".

Como escrevem vários historiadores do Rock'n'Roll, os Byrds originais foram o cruzamento perfeito entre a música dos Beatles e o liricismo de Dylan. Mais: os Byrds de Clark-Mcguinn-Crosby criaram um som... aquele "jingle jangle" das guitarras eléctricas que em menos de um fósforo se ouvia por todo o mundo. Até em Abbey Road... "If I Needed Someone"... "Nowhere Man"... exactamente: "Rubber Soul", dos Beatles!

josé disse...

Gene Clarke? Antes do mais, é preciso ouvir a Fantastic expedition de Dillard & Clarek ( há um duplo cd que inclui ainda Through the morning through the night que é uma experiência parecida com a audição das Basement tapes de Dylan, pela variedade de temas com inclusão de pérolas sonoras.
O disco é de 68 e merece apreciação porque é contemporâneo do Sweetheart.

Depois, há o disco de 74 No Other. Um disco fundamental de Gene Clarke. Tinha-o comprado em LP e depois esqueci-me que o tinha e fui comprar a versão em cd, "remastered & Expanded) muito publicitada quando saiu por ser a reedição de um disco esquecido de Gene Clarke...

A seguir, White Light, de 1971, muito sobrevalorizado, mas ainda assim, um magnífico disco.

Mas por falar em Gene, não se esqueçam de Chris Hillman. O disco de 1982, Morning Sky é uma obra prima. Todas as composições são boas. Todas. É certo que Ripple é dos Grateful Dead e Hickory Wind é de Parsons e não tem, aliás, um único tema original do antigo membro dos Byrds. Ainda assim, é uma pequena maravilha de gravação e audição.

filhote disse...

Ainda a propósito de Byrds...

A caixa "There is a Season" (Sony-Columbia 2007) é obrigatória e definitiva.

São 99 gravações em 4 CDs, um livro com excelentes textos e profusamente ilustrado, e um DVD bónus que inclui aparições dos Byrds na TV entre 1965 e 1967.

Uma autêntica Pedra de Roseta!

filhote disse...

Ah, José, uma referência fundamental escondida no seu texto... Dillard... tenho todos os discos dos Dillards... uma maravilha!!!

Parece que andamos sintonizados na mesma onda, a ouvir as mesmas músicas... ainda bem...

nota - o Clark de Gene Clark, escreve-se sem um E no final... o Clarke do baterista Michael Clarke (também dos Byrds)é que acrescenta o E.

josé disse...

Pois dos Dillards, só tenho esse que apontei e nem sequer é do grupo propriamente dito.

Claro que não tem E no fim. Tenho aqui os discos e acabei de ouvir o White Light que já não ouvia há muit tempo.
E agora vai uma dose de Chris Hillman.

PS quem me iniciou no disco da Fantastic Expedition foi...Jaime Fernandes, nos Dois Pontos ou na Country Music, música da América.

Jaime Fernandes é um dos meus ídolos e com quem gostaria de falar sobre esses tempos e esses discos.

Sei que para pela Expo ou Pavilhão Atlântico, provavelmente numa daquelas nomeações fantásticas que fazem inveja a qualquer um.

Pois, bem: no caso dele, que lhe faça bom proveito porque bem merece.

josé disse...

Mas por falar neste género de música, também tenho por aqui um LP que poucos terão ouvido por cá: Gene Parsons e Kindlings, de 1973. Vale pelp primeiro tema Monument.

E outro de Michael Murphy, de um LP de 1974: Southwestern Pilgrimmage.

Um clássico.

josé disse...

O que acho piada nesses discos é a qualidade das capas, em cartão mais duro que o habitual por cá, na altura e com um cheiro característico que para mim, era o cheiro da América.
As cores de Kindlings, impressas nesse cartão, valem o disco, mesmo sem o ouvir: Gene Parsons como lenhador e uma imagem interior na gatefold, de uma floresta de árvores abatidas.

Além disso, a maior parte deles, tem um capinha de plástico interior que desliza de modo mais suave pelo vinil, do que as feitas por cá.

josé disse...

Mais um lapso de escrita: Murphey e não Murphy.

josé disse...

Mais uma: há dois anos, em Barcelona descobri um cd de um músico que não ouvia há mais de trinta anos, neste género de música. Jonathan Edwards, com Lucky Day, de 1974, numa gravação ao vivo com o grupo Orphan.

Grande disco.

filhote disse...

O melhor LP dos Dillards talvez seja "Roots and Branches" (Anthem-1972). A capa é dessas de cartão duro, gatefold, com o cheiro da América.

Jaime Fernandes. Também uma referência para mim. A voz e os conhecimentos que generosamente oferecia. Música na América, sempre.

Não conheço esse Murphey. Mas vou procurá-lo. O Gene Parsons, sim, muito bom.

José, você é a pessoa ideal para devorar certo Alternative Coutry das últimas duas décadas. Se é que não o fez já... Uncle Tupelo, Wilco, Son Volt, The Jayhawks, The Thorns, Pete Drodge, Neal Casal, Magnolia, Ryan Adams, Lucinda Williams e mais alguns... muitos...

E, claro, não podemos esquecer... The Band!!!

josé disse...

filhote:

Procura o Southwestern Pilgrimmage, tema do álbum de 74 que contém ainda "Nobody´s gonna tell me how to play my music".

O tema que indiquei é de antologia e daqueles que se ouve vezes sem conta. Aditivo.

Tenho mais discos de Michael Murphey, todos em LP, mas esse para mim, é o melhor.
É um grande músico da América. Todos os géneros confundidos.

josé disse...

Curiosamente, procurei agora mesmo na Amazon esse disco e não aparece. Deve estar esgotado.

Vou escrever um postalzito sobre esses indivíduos da música da América, segundas figuras do country que me apareceram e ao longo dos anos me levaram a gostar de ouvir.

É para já, na lojadeesquina.blogspot.com

ié-ié disse...

Como já era obrigatória e definitiva a caixa "The Byrds", com 4 CDs, editada em 1990.

LT