Desses tempos ainda guardo alguns como da Valentim de Carvalho, Estabelecimentos Electro-Ouro Lda, HMV (363 Oxford Street, Londres, a dos Beatles), Selfridges (também tinha discoteca, não sei se ainda tem), Sounos, I Was Lord Kitchener's Valet e Gear (todas em Carnaby Street), Harlequin Records (que tem um anúncio ao "Top Of The Pops" de que já falei aqui) e Chelsea Drugstore (King's Road).
Gosto de todos, mas tenho especial carinho pelo saco meio roxo do Chelsea Drugstore, pelo que ele representa e pelo tempo que lá passei em 1970.
O Chelsea Drugstore foi inaugurado em Julho de 1968 e manteve-se até Maio de 1971. Ficava situado na esquina da Royal Avenue com a King's Road, sendo esta última, juntamente com Carnaby Street, um dos ícones da Swinging London.
Foi o primeiro drugstore britânico e foi construído com base no francês Le Drugstore na não menos famosa Boulevard de St Germain, em Paris, onde também vivi bons tempos.
O Chelsea Drugstore era fantástico, com uma arquitectura moderna, mas os residentes não acharam muita piada pela concentração de jovens que provocava. Estava aberto 16 horas por dia, sete dias por semana.
Fiz lá excelentes compras como o "Bridge Over Troubled Water", de Simon and Garfunkel, e o "Let It Be" (single), dos Beatles, comprado no dia 28 de Março de 1970, exactamente 13 dias antes da separação da banda.
Ainda guardo também, religiosamente, quase como novo, o single dos Dave Clark Five, "Everybody Get Together", que tanto me apraz. Ainda lá está a etiquetazita "Chelsea Drugstore". Coisas que só têm valor para mim...
O Chelsea Drugstore ficou especialmente famoso por Mick Jagger, dos Rolling Stones, o ter cantado em "You Can't Always Get What You Want", do álbum "Let It Bleed" (1969).
Stanley Kubrick também lá filmou cenas de "A Clockwork Orange".
Hoje em dia está lá aberto um McDonalds, sinal dos tempos.
Em King's Road lembro-me também muito bem do Chelsea Kitchen (as minhas cunhadas trabalharam lá) - um excelente restaurante, também já desaparecido. O mais curioso é que só agora, descobri que o restaurante, nessa altura, era gerido por um português, Jorge Castilho, de Luanda.
Há coisas fantásticas, não há?
De King's Road lembro-me ainda de outro café - Picasso - e da boîte da moda - Bird's Nest - que era um castigo para lá entrar, tal o comprimento da bicha cá fora.
Para quem se interessar por esta swinging London, há um esplêndido livro de Max Décharné intitulado "King's Road - The Rise And Fall Of The Hippest Street In The World".
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