quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

UM COMUNICADOR NATO (02)


João Villaret morreu em Lisboa a 21 de Janeiro de 1961.

O Cinema São Jorge (em Lisboa) passou a evocar a sua memória em sessões, à hora do almoço, servindo-se dos discos que João Villaret deixara gravados. Não tenho elementos que permitam dizer quando essas evocações começaram e em que ano terminaram. Esta foi a única a que assisti.

Um foco de luz projectava-se sobre o palco que tinha o pano corrido. Tenho uma vaga ideia de haver também uma cadeira com um ramo de flores, mas não garanto. A minha memória já conheceu melhores dias.

À entrada foi fornecida a folha que aqui se pode ver e que dava conta dos poemas e dos autores que iríamos ouvir.

O preço era único e a receita do recital destinava-se à Cruz Vermelha Portuguesa.

Na folha podia, também, ler-se que o Cinema São Jorge registava o “amável patrocínio” dado pelo “Diário Popular” e que o Sistema de Alta Fidelidade fora montado pelos Serviços Técnicos de Valentim de Carvalho.

Colaboração de Gin-Tonic

2 comentários:

filhote disse...

Alguém hoje seria capaz de sair de casa para ouvir um disco de poesia numa sala de cinema?

Duvido...

Deviam ser bem interessantes, essas sessões.

gin-tonic disse...

Caro filhote:
Estamos a falar de rapazes que na altura tinham entre 16 e 18 anos, num tempo em que a oferta cultural era quase nula e nada se podia perder.Mais importante que qualquer sessão, deste ou de outro género, era ir, no final, para um café - quando ainda havia cafés - e à volta de uma mesa falar de tudo e mais alguma coisa. Até mesmo daquilo que uma tal manhã de Abril haveria de trazer.