sexta-feira, 12 de junho de 2020

UMA HISTÓRIA (MUITO) MAL CONTADA


Jornal I, 12 de Junho de 2020

Serenamente:

É triste, muito triste ver que o editor do (provavelmente) maior catálogo de música portuguesa dos anos 60/70 (pelo menos) o tenha vendido a uma super-editora em 1983 e venha agora dizer que "não percebe por que não nacionalizam a Orfeu", que o governo "não tem muita experiência nestas coisas", que é "uma estupidez, um absurdo, não haver discos da maior editora portuguesa".

Defende a "nacionalização" do catálogo de que foi único proprietário e que o vendeu num "golpe capitalista", mas diz agora que "não está a cuidar disso (da nacionalização)" e que "o seu filho também não está interessado".

Em que ficamos?

É uma entrevista penosa! E a quantidade de boutades? Que a Orfeu editava 20 LPs por semana, que o "10.000 anos", de José Cid, se vendia por 5.000 dólares em Nova Iorque e em Tóquio, que o disco foi considerado um dos cinco melhores álbuns de rock sinfónico do mundo, que a Orfeu é um "case study mundial", que Elton John esteve na convenção de Ofir, que... que...

Não ponho nem nunca porei em causa o trabalho pioneiro de Arnaldo Trindade na Orfeu, mas nos dias que correm só me apetece citar Juan Carlos: por qué no te callas?.

Quanto a Elton John, já por aqui falado, não há provas, sobretudo fotos e/ou testemunhos da sua presença em Ofir, apenas a palavra de Arnaldo Trindade, já pouco lembrada, como já se viu.

LPA

2 comentários:

rtm disse...

A convenção realizou-se em Ofir e a actuação de Long John Baldry correu bem. Pena que na fotografia não se veja quem o acompanhou. Certo é que Reg Dwight era seu amigo e colaborou com ele ao vivo e em disco. https://tributozecaafonso.blogspot.com/2019/12/i-convencao-internacional-do-disco.html

ié-ié disse...

ninguém diz o contrário! só contesto a afirmação de arnaldo trindade que é o único a defender a presença de elton john. já percorri testemunhos, jornais e revistas e nada, "nadica de nada". andei dois dias na Biblioteca Nacional e nada! até já tentei, de novo, falar com arnaldo trindade, mas o ex-editor optou pelo silêncio, por não responder, no que está no seu direito.

LPA