segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

DESFOLHADA HÁ 50 ANOS!


Há 50 anos, "Desfolhada", de Ary dos Santos e Nuno Nazareth Fernandes, na interpretação de Simone de Oliveira, foi a vencedora do Festival RTP da Canção.

Na Eurovisão não passou de um modesto 15º lugar, penúltimo.

6 comentários:

Anónimo disse...

E fez, muito recentemente, três semanas atrás, sessenta anos de carreira.

É, incontestavelmente, a grande diva da música ligeira portuguesa dotada que foi pela natureza de uma majestática e bem timbrada voz, com amplitudes e contrastes tanto adaptáveis a músicas de ritmo lento como o “Sol de Inverno”, o seu grande clássico, como a ritmos mais ligeiros como a combativa “Não é Verdade”.

E, na altura que começou a sua carreira tinha concorrentes de peso como a recentemente desaparecida Madalena Iglésias que haveria de rumar à América Latina e Maria de Lurdes Resende que abandonou a carreira em protesto pela extinção de uma orquestra que muito prezava.

Trata-se de pois de uma sobrevivente, um autêntico fóssil vivo já que é personagem central de um musical que tem percorrido o país com o seu nome e a si própria dedicado, onde, caso inédito, ela própria actua e canta. É como se o musical “Amália” contasse com a própria.

A minha canção preferida é a referida “Não é Verdade”, um autêntico ralho cantado, capaz de rasgar em fanicos o mais insensível ouvinte, música de Fernando Guerra sobre um poema de Eugénio de Andrade e com os sempre inspirados e bem conseguidos arranjos do saudoso Thilo Krassman, os quais, só por eles, já seria digna de ser obrigatoriamente ouvida. Trata-se de uma combinação dificilmente superável.

Ocorre-me perguntar, parafraseando e adaptando o musical inicial que projectou a carreira de La Feria ;
“What happened to Fernando Guerra ?” Perdido em combate na guerra ?
Bastará a referida “Não é Verdade”, “A Festa” e “Semente” para alcançar que estava ali um genial compositor.

Se não estou errado, é hoje um notável dermatologista. Curioso como médicos como Fernando Guerra, Carlos Paião, Luiz Goes, e fossem só estes, concebem algumas das belas canções da música portuguesa. EUREKA ! Eles estudaram Cardiologia, como tal, sabem como funciona o coração.

Vou anotar na agenda, se acaso alguma vez vier a ser infectado por alguma DST, rumarei de imediato ao consultório do Dr Fernando Guerra e dir-lhe-ei : Depois de uma “Desfolhada” que fiz por gosto, tive uma “Festa”, larguei a “Semente” e agora “Não é Verdade”, tenho uma DST ! ( e neste particular não estou só, o mesmo aconteceu aos Procol Harum relatado no “Souvenir of London”, logo, estarei triplamente bem acompanhado.

JR

cdt disse...

Pouco depois (em 1969 ou 1970) perdeu voz e já não é o mesmo tipo de cantora. Ela até prefere a segunda fase. Gosto de muitas canções (Sol de Inverno, Esta Lisboa Que Eu Amo, Sete Letras, etc) Madalena Iglésias abandonou a carreira após o casamento (penso que em inicios de 70s) e foi viver para a Venezuela mas depois vieram viver para Barcelona. Maria de Lurdes Resende começou a cantar antes das outras duas. As três venceram vários títulos de Rainha da Rádio / TV /Etc

Anónimo disse...

Quando eu era jovem o nacional-cançonetismo interessava pouco quando vislumbravamos o que se fazia lá fora. Simone não era a nossa praia... letras e arranjos à parte, queria-se algo a cores e não a preto e branco. Mas efeméride é efeméride e este blog é bom (também) nisso.

ié-ié disse...

obrigado!

LPA

ié-ié disse...

Fernando Guerra não só é dermatologista (não sei se notável) como é meu senhorio, eheh!

LPA

gps disse...

Tem que fazer uma entrevista ao senhorio :) (pode ser que lhe não lhe aumente a renda)