segunda-feira, 30 de outubro de 2017
BOM DIA, DANIEL!
Quando entrou no tasco para os 10 anos do Ié-Ié, para a saudação ao Daniel Bacelar, três coisas lhe chamaram a atenção: o trabalho andywarholiano da Teresa Lage com o Daniel em fundo, PPBEAT a beber Coca-Cola - qu’é isso, filho meu? Uma homenagem ao Daniel, simplesmente! - e o Camilo com a camisola estampada com aquele "Eu Ouvi Daniel Bacelar - Luanda-1962".
Estava Camilo em terra luandense e ouvia a versão local do Quando O Telefone Toca e sempre, sempre, sempre aquele nunca me deixes, não, não partas assim, tu estás tão longe e eu sinto-me tão perto de mim do Daniel, que era top one de todas as noites e as lágrimas lhe corriam pela cara, colocando de rastos essa merda onde dizem que um homem não chora.
E no fim do repasto, deu a camisola à Fernanda Bacelar para o museu do artista, oferta que era para ter sido feita ao próprio, mas não se proporcionou, coisas do ingrato quotidiano, criar da angústia uma cadeira para assistir à noite, como escreveu Jorge de Sena.
Lembra-se da noite, Setembro de 2008 – caramba! a quantidade de águas turbulentas que já passaram por debaixo das pontes… - em que o Camilo apareceu com aquela camisola, numa festa homenagem a José Almada, quiçá – tão só opinião dele!... - estupidamente estragada por uma excessiva rockalhada vickyana… (também a minha opinião - nota do editor).
O Daniel tinha um especial carinho por este blogue. Em cada almoço de guedelhudos grisalhos ele contava que fazia a primeira mijinha do dia e depois arrancava para o computador para comentar os textos que por lá estavam e a felicidade deveria espelhar-se no rosto.
Até que disseram que ele extravasava na linguagem, chateou-se com a observação e não mais comentou…
Texto: Gin-Tonic
Imagem: Teresa Lage
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1 comentário:
Marcianita versão 2017
http://www.ondapop.pt/nordm90.html
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