A propósito do lançamento de uma retrospectiva de carreira, "Survival", uma excelente caixa com vários inéditos, entre os quais uma actuação ao vivo no Lyceum em Londres, com Brian Bennett (sim, o dos Shadows...) na bateria. Isto um ano depois de uma outra caixa, "The Whole World Is Shaking", traçar o percurso dos anos 1963-1965. Oportuno, depois de Georgie Fame ter anunciado em 2015, aquando do lançamento de "Swan Songs", que não voltará a gravar. Quem quiser vê-lo, terá de de se precipitar para arranjar entrada no Ronnie Scott's...
Não gosto especialmente da fase pop, habitualmente designada por "fase-CBS", em que se pretendeu fazer dele un crooner contra-natura. Também não me desperta especial interesse a aventura pop com Alan Price, que foi acima de tudo um retrocesso musical. Mas toda a fase r'n'b e a panóplia jazzística com que nos brindou ao longo dos anos, é ímpar.
Independentemente de gostos mais ou menos localizados, e como se dizia em tempos no Record Collector, "quem não venera Georgie Fame não é respeitável".
Viva, é sempre um prazer e um privilégio ler as suas prosas e as suas opinões e obrigado pela oportunidade que me está a dar agora para reouvir "The Whole World's Shaking". Neste particular, divergimos um pouco. Por motivos sentimentais e de época, prefiro a fase pop. Não discuto se é a melhor ou se é a pior, é "a que mais me diz". Lembro-me bem de receber na Praia de Mira, directamente de High Wycombe, os singles de GF e de ir a correr buscar os amigos e as francesas para irmos dançar ao "caveau" do Mira Sol.
Apesar de tudo, considero-me "respeitável" porque "venero" Colin Powell e só estou à espera que "Survival" desça um pouco de preço para a adquirir, independentemente de ser mais jazzístico ou não. O que tem de ser, tem muita força (e não é uma "quote" do RC).
Já agora, e como já falámos nisso, eu e uns amigos estamos em grandes conversações para trazer cá Georgie Fame. Ele não só quer vir cantar a Portugal como quer cá ficar uns dias. Mas não estamos a conseguir financiamento. Todos acham "porreiro", mas ninguém se adianta. Mas não vamos desistir. Também queríamos assinalar os 50 anos de "A Whiter Shade Of Pale".
Claro que as tiradas extremas do Record Collector são para interpretar cum grano salis. Justifica-se, quanto a mim, ainda assim por a carreira e a obra de Georgie Fame terem sido criminosamente ignoradas ao mesmo tempo que se incensavam grupos e cantores de vão de escada. Claro que GF terá alguma culpa (ou alguém por ele), por querer de tal modo diversificar a carreira que em certos momentos se tornou errático.
Dito isto, seria magnífico que o vosso "projecto Georgie Fame" pudesse concretizar-se. Não será do gosto de toda a gente, mas Swan Songs é um álbum soberbo. Um dos problemas é que, por razões de custos e de logística, o nosso homem tende a deslocar-se sozinho e a utilizar bandas locais. Haveria que encontrar gente à altura dele... Não propriamente em termos "técnico-musicais", passe a horrível expressão - até porque há por cá muita gente com capacidade -, mas sobretudo em termos de feeling daquilo que GF faz e representa, o que já não é assim tão evidente.
5 comentários:
A propósito do lançamento de uma retrospectiva de carreira, "Survival", uma excelente caixa com vários inéditos, entre os quais uma actuação ao vivo no Lyceum em Londres, com Brian Bennett (sim, o dos Shadows...) na bateria. Isto um ano depois de uma outra caixa, "The Whole World Is Shaking", traçar o percurso dos anos 1963-1965. Oportuno, depois de Georgie Fame ter anunciado em 2015, aquando do lançamento de "Swan Songs", que não voltará a gravar. Quem quiser vê-lo, terá de de se precipitar para arranjar entrada no Ronnie Scott's...
Não gosto especialmente da fase pop, habitualmente designada por "fase-CBS", em que se pretendeu fazer dele un crooner contra-natura. Também não me desperta especial interesse a aventura pop com Alan Price, que foi acima de tudo um retrocesso musical. Mas toda a fase r'n'b e a panóplia jazzística com que nos brindou ao longo dos anos, é ímpar.
Independentemente de gostos mais ou menos localizados, e como se dizia em tempos no Record Collector, "quem não venera Georgie Fame não é respeitável".
Viva, é sempre um prazer e um privilégio ler as suas prosas e as suas opinões e obrigado pela oportunidade que me está a dar agora para reouvir "The Whole World's Shaking". Neste particular, divergimos um pouco. Por motivos sentimentais e de época, prefiro a fase pop. Não discuto se é a melhor ou se é a pior, é "a que mais me diz". Lembro-me bem de receber na Praia de Mira, directamente de High Wycombe, os singles de GF e de ir a correr buscar os amigos e as francesas para irmos dançar ao "caveau" do Mira Sol.
Apesar de tudo, considero-me "respeitável" porque "venero" Colin Powell e só estou à espera que "Survival" desça um pouco de preço para a adquirir, independentemente de ser mais jazzístico ou não. O que tem de ser, tem muita força (e não é uma "quote" do RC).
Já agora, e como já falámos nisso, eu e uns amigos estamos em grandes conversações para trazer cá Georgie Fame. Ele não só quer vir cantar a Portugal como quer cá ficar uns dias. Mas não estamos a conseguir financiamento. Todos acham "porreiro", mas ninguém se adianta. Mas não vamos desistir. Também queríamos assinalar os 50 anos de "A Whiter Shade Of Pale".
Sorry, Clive Powell.
Claro que as tiradas extremas do Record Collector são para interpretar cum grano salis. Justifica-se, quanto a mim, ainda assim por a carreira e a obra de Georgie Fame terem sido criminosamente ignoradas ao mesmo tempo que se incensavam grupos e cantores de vão de escada. Claro que GF terá alguma culpa (ou alguém por ele), por querer de tal modo diversificar a carreira que em certos momentos se tornou errático.
Dito isto, seria magnífico que o vosso "projecto Georgie Fame" pudesse concretizar-se. Não será do gosto de toda a gente, mas Swan Songs é um álbum soberbo. Um dos problemas é que, por razões de custos e de logística, o nosso homem tende a deslocar-se sozinho e a utilizar bandas locais. Haveria que encontrar gente à altura dele... Não propriamente em termos "técnico-musicais", passe a horrível expressão - até porque há por cá muita gente com capacidade -, mas sobretudo em termos de feeling daquilo que GF faz e representa, o que já não é assim tão evidente.
Inclui CD, ou apenas o código para descarregar?
Obrigado
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