ODEON 10C 006-064.845 - 1982 - edição espanhola
Take It Away - I'll Give You A Ring
Este lado B também é um cromo bem difícil de arranjar, e é uma bonita canção. Que eu saiba, também não existe em CD (oficial).
Adquirido em 1982 em El Corte Inglés, de Vigo, por 215 pesetas.
Take It Away - I'll Give You A Ring
Este lado B também é um cromo bem difícil de arranjar, e é uma bonita canção. Que eu saiba, também não existe em CD (oficial).
Adquirido em 1982 em El Corte Inglés, de Vigo, por 215 pesetas.
9 comentários:
E gosto muito da capa. O Macca ainda com cara de menino e a sua guitarra Martin...
Nada melhor do que a carreira de McCartney depois do fim dos Beatles para concluir que a parceria Lennon-McCartney era uma aliança contra-natura e conflitual. Foi essa dialética que ajudou ao sucesso dos Beatles e, simultaneamente, esteve na génese do seu fim.
Abraço
JC
Mais ou menos de acordo. A dificuldade reside na interpretação dos seus conceitos de "contra-natura" e/ou "conflituoso". Hoje em dia, é fácil destrinçar as personalidades de um e de outro. Na altura, essas personalidades - que hoje chamamos de "contra-natura" e/ou "conflituosas" - eram, pelo contrário, "harmoniosas" e "consensuais" e daí o sucesso. Mas isto é pano para muitas mangas.
LT
Caro Ié-Ié:
Estou mais a referir-me a uma certa conflitualidade de conceitos ou géneros musicais. Lennon está muito mais perto do rock n' roll puro e duro, enquanto McCartney, musicalmente, o está dos conceitos mais melódicos e de harmonia do chamada música ligeira. Isso era já visível durante a vida do grupo e reflecte as personalidades de ambos (mais rebelde de JL e mais integrada a de Paul), nas composições atribuídas a cada um deles embora todas fossem assinadas com o nome da parceria. Não é por acaso que "Yesterday" (McCartney)é o tema do grupo c/ maior nº de covers... Pois foi essa dicotomia,essa dialética sistema/anti-sistema, que esteve na base de uma grande parte do sucesso do grupo (sim, eu sei que não sou particular admirador do grupo...)
Abraço
JC
Enfim, não quero escrever muito sobre o assunto, mas estou em desacordo com o JC. As origens e referências musicais de Lennon e McCartney são exactamente as mesmas! Mais: cresceram na mesma cidade, viveram experiências similares (a precoce morte da mãe, por exemplo).
Agora, qualquer artista é uma individualidade por si só, e não podemos esperar que fossem os dois iguais.
Se o JC for ouvir os discos dos Wings da fase aurea (que culmina no Wings Over America) constatará que o McCartney a solo foi muito mais Rock'n'Roll que o Lennon. Os Wings eram uma típica banda de Power Pop com laivos de Hard-Rock, Glam... "Jet", "Soily", "Rockshow","Band on the Run"... será que o Lennon a solo tem algum Rock tão seminal quanto o "Let me Roll It" ou o "Oh Woman, Oh Why"????
Nos Beatles,o Macca escreveu "yesterday", mas também "Birthday", "Helter Skelter", "I'm Down", etc, etc, etc..
E não foi o Lennon que escreveu "Good Night", "Woman", "War is Over" (até a Ana Malhoa fez uma versão!), "Girl", ou "All You Need is Love"?
E o público em geral desconhece que era o Macca quem trazia as revoluções sonoras para a banda, quem ajudou a montar a Indica gallery, quem conheceu primeiro a Yoko, quem colaborou com o alternativo International Times, quem bebia de outras inspirações como Ginsberg, Magritte... o Lennon estava em casa com a Cynthia...
Duas personalidades diferentes, claro, mas artisticamente, não tanto assim... sobrava irreverência em Lennon, e transbordava talento no Macca...
Caro Filhote:
Ok, ok, admito tenha razão e a minha visão não seja a mais correcta. De facto, não conheço assim tão bem como v. a carreira dos Wings (a banda nunca me interessou, confesso), apenas me baseando, para as minhas afirmações, num conhecimento mais superficial que o seu e, principalmente, referente ao período doa Beatles. Por isso, não me sinto com conhecimento suficiente para contra-argumentar como gostaria, embora alguns autores/ensaístas da história do rock partilhem esta minha opinião - o que tb não quer dizer estejam certos e v. errado. E, claro, não nego o talento de McCartney, nem isso estava em causa. Falando de outras músicas, não gosto particularmente de Verdi, por exemplo (um pouco o McCartney da ópera), mas não nego o seu imenso talento e capacidade para construir óperas populares que ficaram tb populares até hoje!
Abraço
JC
Uma boa comparação, a do Verdi... bem visto...
O problema dessa dicotomia Lennon/McCartney é que ao longo dos anos os media alimentaram o mito de que o Lennon era o rocker e o Macca o baladeiro. Não corresponde à verdade, como hoje sabemos.
Não se pode negar é que o McCartney promoveu sempre os seus discos (solo, Beatles, ou Wings) através de uma canção garantidamente comercial, escondendo do público o carácter experimental e roqueiro das obras. Daí, essa imagem criada.
Tomemos como exemplo "Red Rose Speedway", um LP eminentemente alternativo promovido pela balada "My Love"... ou o primeiro LP solo, completamente fora da normalidade musical, mas promovido por "Maybe I'm Amazed" (por sinal, uma grande canção)... nos Beatles era a mesma coisa!
Caro JC, não somos obrigados a gostar de tudo, muito menos do Macca (às vezes ele é bem irritante), mas quando tiver tempo e disposição oiça os discos, saltando os "clássicos"... por exemplo, para quem não gosta de Macca, o último LP, "Memory Almost Full", é aconselhável... omitindo "Dance Tonight, a faixa de abertura...
Confesso o meu crime... sou altamente suspeito... as três paixões musicais da minha vida são os Stones (acima de todos), os Kinks, e... MACCA!!!!
Obrigado pela sugestão, caro Filhote. Quanto a gostar de Kinks e Stones mas tb de McCartney, a coisa não parece lá mtº coerente, mas do politicamente correcto já temos que baste. E já que falei de outras músicas, eu tb gosto de Mozart mas tb de Wagner, o que não parece lá mtº lógico. E do Conjunto António Mafra! Vá lá a gente entender estas coisas da música...
A peça mais experimental dos Beatles (fora Revolution 9) é tão experimental, tão experimental que ainda não viu a luz do dia. Esteve para sair na Antologia, mas houve um veto, o de George. Chama-se "Carnival Of Light" e é da autoria de Paul. è uma peça psicadélica. E o que dizer de "Sky Is Always Blue" que Paul gravou há pouco com Yoko?
LT
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