Ahahahahah! O Sérgio Godinho ainda acredita no Pai Natal. O José Mário Branco, esse, nem se fala. A Isabel do Carmo anda recolhida a aconselhar receitas para emagrecimento. O Carlos Antunes, nem sei.
O Mouta Liz, foi á Gulbenkian insultar o Sócrates.
No meio disto tudo resta o PCP. Ainda há o António Vilarigues com quem se pode discutir publicamente.
Pois é, apesar de tudo, contra ventos e marés, às vezes ainda dou por mim com saudades daqueles tempos. A vida fervilhava por todos os poros e tínhamos todos menos trinta anos...
As saudades desses tempos advém da mesma substância que me faz simpatizar com quem não partilho ideias políticas concretas:
Há trinta anos, havia mais liberdade de escolha, mas paradoxalmente, menos liberdade de pensamento. Tudo era tributário da esquerda rompante que entendia o socialismo como o destino fatal do Homem português.
Ainda hoje, por exemplo, uma boa parte das pessoas que conheço desse tempo, quando lhes mostro o jornal O Diabo perguntam: mas esse jornal reaccionário ainda existe?
Para esses que são muitos, a maioria, na minha opinião, o tempo ideológico continua o mesmo, apesar das mudanças económicas e sociais.
É essa questão magna que me faz discutir política aqui e noutros lados: a incapacidade de mudança no pensamento.
Há pessoas que foram de esquerda pura e dura como os tais do GAC e que são perfeitamente incapazes de se mudarem e entenderem o capitalismo global como o modelo inescapável de organização da sociedade. Os modelos que seguiam então, com destaque para os chineses, já mudaram. Os próprios chineses abandonaram os mitos da organização social em conformidade com a luta de classes.
Mesmo assim, os Josés Mários Branco e outros Vitorinos, continuam a entender a coisa como "fazível" e não mudam um milímetro, a não ser na táctica.
Quando falo em maior liberdade de escolha, pretendo dizer:
Maior liberdade para escolher emprego, com menos problemas práticos.
Maior liberdade para criticar políticos e escolher partidos diversos, até alguns sem serem verdadeiramente partidos ( Ramalho Eanes, Pintassilgo, etc).
Maior liberdade em escolha cultural do que hoje, em que tudo chega enlatado e empacotado, nas medidas certas que os lugares de produção permitem e que são muito menos do que antes. A França já não conta. A Itália também. A Espanha idem. Aliás, tem o mesmo problema que nós, tendo a escolha mais reduzida do que antes.
Acabaram os filmes de qualidade surpreendente. Acabou a banda desenhada de qualidade. Os livros que se escrevem são mais mainstream. Etc etc.
E no entanto, nunca houve tanta oportunidade para inovar do que hoje. Tanto campo para desbravar como hoje.
Seja na música, seja nos livros, seja na arte em geral.
Porque é tudo tão uniformemente acelerado, hoje em dia?
Meus queridos amigos Não me digam que não estão satisfeitos com o desenvolvimento que o país têve nestes 33 anos.!!! Ninguém segura este pais1111 OLHA O PRECIPI...........CIO!!
12 comentários:
Pergunta a propósito ou talvez nem tanto: para quando a saída da discografia do GAC em CD?
Apesar de tudo... as musicas são muito interessantes!
Apoio! GAC já!
Patético!
Saia o GAC. Todo!
A cantiga é uma arma, contra a burguesia...
Ahahahahah! O Sérgio Godinho ainda acredita no Pai Natal. O José Mário Branco, esse, nem se fala.
A Isabel do Carmo anda recolhida a aconselhar receitas para emagrecimento. O Carlos Antunes, nem sei.
O Mouta Liz, foi á Gulbenkian insultar o Sócrates.
No meio disto tudo resta o PCP. Ainda há o António Vilarigues com quem se pode discutir publicamente.
Classe contra classe
até à vitória final
Viva a classe operária
abaixo o capital
A palavra socialismo
Como está hoje mudada.
De colarinhos à sueca,
Sempre muito aperaltada.
Pois é, apesar de tudo, contra ventos e marés, às vezes ainda dou por mim com saudades daqueles tempos. A vida fervilhava por todos os poros e tínhamos todos menos trinta anos...
As saudades desses tempos advém da mesma substância que me faz simpatizar com quem não partilho ideias políticas concretas:
Há trinta anos, havia mais liberdade de escolha, mas paradoxalmente, menos liberdade de pensamento. Tudo era tributário da esquerda rompante que entendia o socialismo como o destino fatal do Homem português.
Ainda hoje, por exemplo, uma boa parte das pessoas que conheço desse tempo, quando lhes mostro o jornal O Diabo perguntam: mas esse jornal reaccionário ainda existe?
Para esses que são muitos, a maioria, na minha opinião, o tempo ideológico continua o mesmo, apesar das mudanças económicas e sociais.
É essa questão magna que me faz discutir política aqui e noutros lados: a incapacidade de mudança no pensamento.
Há pessoas que foram de esquerda pura e dura como os tais do GAC e que são perfeitamente incapazes de se mudarem e entenderem o capitalismo global como o modelo inescapável de organização da sociedade.
Os modelos que seguiam então, com destaque para os chineses, já mudaram. Os próprios chineses abandonaram os mitos da organização social em conformidade com a luta de classes.
Mesmo assim, os Josés Mários Branco e outros Vitorinos, continuam a entender a coisa como "fazível" e não mudam um milímetro, a não ser na táctica.
Arre!
Quando falo em maior liberdade de escolha, pretendo dizer:
Maior liberdade para escolher emprego, com menos problemas práticos.
Maior liberdade para criticar políticos e escolher partidos diversos, até alguns sem serem verdadeiramente partidos ( Ramalho Eanes, Pintassilgo, etc).
Maior liberdade em escolha cultural do que hoje, em que tudo chega enlatado e empacotado, nas medidas certas que os lugares de produção permitem e que são muito menos do que antes.
A França já não conta. A Itália também. A Espanha idem. Aliás, tem o mesmo problema que nós, tendo a escolha mais reduzida do que antes.
Acabaram os filmes de qualidade surpreendente. Acabou a banda desenhada de qualidade. Os livros que se escrevem são mais mainstream. Etc etc.
E no entanto, nunca houve tanta oportunidade para inovar do que hoje. Tanto campo para desbravar como hoje.
Seja na música, seja nos livros, seja na arte em geral.
Porque é tudo tão uniformemente acelerado, hoje em dia?
Who knows?
Meus queridos amigos
Não me digam que não estão satisfeitos com o desenvolvimento que o país têve nestes 33 anos.!!!
Ninguém segura este pais1111
OLHA O PRECIPI...........CIO!!
(...) "entenderem o capitalismo global como o modelo inescapável de organização da sociedade."
COMO???????
O pensamento único a funcionar em pleno.
http://resistir.info/varios/mentalidade_submissa.html
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