Vista nascente da cidade, da baixa para a Polana, esta imagem deve datar dos meados dos anos 60, uma vez que o terreno por detrás do edifício da Universidade (primeiro plano) ainda se encontra desocupado (nele viriam a ser construídos os cinemas Dicca e Estúdio 222, tendo aquele sido inaugurado a 15 de Abril de 1969).
Em baixo, à direita, no seguimento da Praça 7 de Março e da estátua a António Enes vê-se ainda um pouco do cais onde se costumava tomar o barco para a Catembe (tipo a “outra banda” daqui de Lisboa).
Em frente à Universidade, do outro lado da praça encontra-se a fortaleza e a ocupar toda a diagonal da foto situa-se a Av. da República, ladeada pelo jardim Vasco da Gama e logo de seguida pelo pequeno planalto (onde se situa o complexo desportivo do Sporting e do Desportivo) que faz a transição para a parte alta da cidade.
Texto de Rato
Em baixo, à direita, no seguimento da Praça 7 de Março e da estátua a António Enes vê-se ainda um pouco do cais onde se costumava tomar o barco para a Catembe (tipo a “outra banda” daqui de Lisboa).
Em frente à Universidade, do outro lado da praça encontra-se a fortaleza e a ocupar toda a diagonal da foto situa-se a Av. da República, ladeada pelo jardim Vasco da Gama e logo de seguida pelo pequeno planalto (onde se situa o complexo desportivo do Sporting e do Desportivo) que faz a transição para a parte alta da cidade.
Texto de Rato
12 comentários:
LOURENÇO MARQUES,THE LOVELY CITY BY THE SEA
Como cantava o nosso amigo TUDELA há muitos muitos anos
Moçambique, comparado com Angola, é muito pobre.
Portugal, separado das ex-colónias, ainda mais pobre ficou.
Ainda assim, pobrinho como era, Portugal, no tempo de Salazar-Caetano, conseguiu fazer o que a imagem mostra e muito mais.
Há pessoas que não conseguem vislumbrar para além dos seus horizontes ideológios, para dizer que Portugal explorou as ex-colónias, para produzir o que se pode ver na imagem.
Uma pergunta fica então: e agora, estão melhores?
Responda quem souber.
"I Like to Spend some time in Mozambique"
Bob Dylan, 1975
Caro José
Há pobres e há pobres. Se Angola tinha as riquezas do subsolo (que o tal Portugal do Salazar-Caetano muito mal soube explorar, diga-se de passagem) e era o El Dorado do novo riquismo, Moçambique tinha (e tem) a sua gente boa e uma maneira única de estar na vida. A nível cultural, então, o abismo entre as duas províncias era colossal. Hoje considero-me um privilegiado por ter nascido e crescido naquela terra maravilhosa. E tudo aquilo que de lindo um dia existiu foi fruto da entrega dos homens e das mulheres que lá viviam. O Portugal do Salazar-Caetano era um estrangeiro, apenas com direito de voto e pouco mais.
rato:
Quem planeou aquelas avenidas? Quem as asfaltou e arranjou? Quem levou os carros que então existiam? Quem foram os arquitectos que planearam e projectaram aqueles edifícios? Quem os ocupou? Que serviços acolhiam e de quem eram?
Quem mandava administrativamente»? Quem produzia a riqueza que por lá havia? De quem eram as farms? As quintas a perder de vista? Quem plantava, semeava e colhia depois?
Parece-me a mim que a resposta não pode ser equívoca, porque agora não ha nada disso em termos evolutivos como seria normal esperar.
Quem fez a mesma coisa na África do Sul? Na Zambézia? No Zaire? Na Rodésia?
Foram os colonos brancos, voilà. Tinham um fardo pesadíssimo e alguns deles ainda o carregam.
Não entendo onde está o equívoco, José. Aliás, a todas as tuas perguntas já a resposta tinha sido dada no meu comentário anterior: "os homens e as mulheres que lá viviam". E não necessariamente "colonos", aliás a esmagadora maioria era já tudo gente nascida lá (a geração dos meus avós é que foram os verdadeiros últimos "colonos"). Os poucos que ainda continuavam a partir de Portugal demandavam muito mais solo angolano do que moçambicano. Era mais perto e as oportunidades de enriquecimento fácil muito mais abundantes.
O que eu pretendi realçar no comentário anterior foi que a obra feita nada teve a ver com o Governo Português da altura. Esses estavam cá todos, nos seus gabinetes, e muitos deles nunca sequer pisaram terra africana. Aliás, o culpado nº 1 do rumo que as coisas tomaram foi precisamente o Governo Salazar-Caetano, especialmente o deste último, que teve a oportunidade da mudança e n
ao teve a coragem suficiente para a pôr em práctica (ou os ultras do regime não o deixaram).
Bem, as perguntas tinham outro sentido. Que é este:
Se foram os que lá estavam que fizeram aquilo tudo, para onde é que eles foram?
É que depois deles, aquilo ficou na mesma. Ou antes, pior, porque tudo o que havia se degradou e não houve qualquer melhoria significativa em termos relativos.
O mesmo se passa, aliás, em Luanda. É só muceques a perder de vista.
Os arquitectos luandenses, são-no de muceques. Quilómetros e quilómetros de muceques, quase todos formados a partir da independência e guerra civil.
Mesmo assim, depois disso, nada de nada mudou subtancialmente. Aliás, as únicas mudanças ,estão a fazer-se com as empresas europeias que para lá vão agora.
30 anos para um desenvolvimento mínimo, seria razoável esperar, não?
Então porque não?
Linda a maneira como o Rato defende a sua Terra que por acaso conheço, fui lá tocar com uma embaixada de músicos Moçambicanos.
Ainda havia a Guerra civil, e não se podia sair da Capital (Maputo), os outros companheiros de viagem todos Moçambicanos, denotaram grandes diferenças sobretudo nas infra-estruturas, muito degradadas. A simpatia das pessoas foi exemplar, ali havia "escola", havia princípios.
Apesar de tudo (e de hoje pensar que a politica colonialista Salazar-Caetano estava errada) não sou dos que sentem nojo de serem Portugueses.
Noutra opinião do Rato também sobre Portugalidade, quando disse que sentiu orgulho de ser português quando os hoquistas "LOURENÇO MARQUINOS" foram Campeões do Mundo, aí meu caro Rato, só dizer que quando eles foram Campeões já Portugal tinha sido várias vezes Campeão, a 1º vez foi salvo erro em 1947 com Cipriano Santos, Cruzeiro, António Raio, Olivério e Sidónio Serpa, e os primos Correias, e Emídio Pinto do Paço D'Arcos, o Edgar do Hockey C. de Sintra, e José Lisboa, Perdigão, do Benfica.
Conheci pessoalmente o Senhor Velasco, um virtuoso do hóquei, e uma pessoa cheia de boa disposição. Foi pelo hóquei que topei as suas origens, caro Rato.
Linda Terra Lourenço Marques, lembra-se dos Nigth Star's?
NIGHT STAR'S pois claro!
Saiu errado, troca de dedos acontece.
E o meu amigo não me quer escrever um textozito para o meu bloguezito sobre o Velasco, o Adrião, o Bouçós... ? Também dou desses heróicos tempos!
LT
ENTÃO LÁ VAI UM TEXTO SOBRE OS TEMPOS GLORIOSOS DO HÓQUEI.
Nos meus tempos de menino o hóquei era a menina dos meus olhos, no futebol sempre fui doente pelo meu Sporting, mas nada me tirava uma jogo de hóquei em patins, nem a mim nem à malta da minha geração, a minha equipa era o Hóckey Club de Sintra, e se o adversário fosse o "meu Sporting", eu era Sintra.
Então lá vão alguns dos meus conhecimentos (sem fazer pesquisa), mesmo só do que me lembro dos meus tempos.
Por exemplo a 1ª equipa de Lourenço Marques que foi Campeã Mundial era formada por:
-Moreira, guarda redes, Souto, defesa, Carrelo, médio, Velasco e Bouçós,avançados, o Zé Adrião ainda era muito menino mas já fazia parte da equipa e jogou partes dos desafios.
Esta equipa maravilha vinha fazer estágios para Portugal e fazia jogos de preparação com as equipas de cá, dando a algumas delas grandes "cabazadas", com outras tinha mais dificuldades, mas com o Hóckey de Sintra, em SINTRA,nunca ganhou.
Um dia em Cascais encontrei o Sr. Velasco já sem a sua preciosa mão (salvo erro direita), tinha sido amputada, e cumprimentei-o e falei-lhe neste facto ao que ele com a sua graça me respondeu; pois era, aquela "velhada" lá de Sintra nunca nos deixava ganhar.
Para a história a equipa do Sintra era composta então por Victor Domingos, Fernando Santos, Edgar Soares, Pompílio, e Rui Faria. O guardião Victor Domingos sucedeu na selecção portuguesa, ao Moreira definitivamente.
O Acúrsio Carrelo, (também foi óquista e era irmão do outro Carrelo)notabilizou-se como guarda redes do FUTEBOL CLUBE DO PORTO, e da selecção Nacional,no tempo do Matateu do Costa Pereira, do Travassos, e do Juca, vinham estagiar para Sintra, antes dos Jogos Internacionais. O Acúrsio era louco por caracóis. A garotada andava sempre perto dos idolos, e dissemos que íamos fazer uma caracolada, ele pediu-nos logo caracóis que em troca nos dava uma bola de futebol, os caracóis foram mas a bola ainda hoje estamos à espera.
Outro Moçambicano giro era o Matateu, um verdadeiro crack, considerado o Stanley Mathews português jogou até aos 50 anos, teve azar de ter nascido cedo de mais 26/7/1927.
Quando estava em Sintra a estagiar com a Selecção,(era proibido beber) mas ele tinha sempre um garrafão de 5 litros escondido no barbeiro.
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