Quis começar 2008 com uma colaboração de Hugo Santos, como incentivo à participação de todos e à partilha de informação. Afinal, foi também com esse objectivo que este blogue surgiu.
Eis pois o texto de Hugo Santos, que muito agradeço. E já tenho outros em pipeline, como agora se diz.
Eis pois o texto de Hugo Santos, que muito agradeço. E já tenho outros em pipeline, como agora se diz.
"Nasci em Março de 1945.
"Pertenço à geração Ié-Ié e isso nunca me causou qualquer tipo de comichão, outros preferem ser “Geração de 60”.
"Sou mais de livros e de filmes do que de músicas. Musicalmente não sou tipo de confiança. Todo o meu gosto musical é caótico, uma completa anarquia, não dá para entender. Se gosto, gosto, se não gosto, passo à frente.
"Vai de Vivaldi ao Conjunto da Maria Albertina, passa por Tony Bennett, Pete Seeger, Gram Parsons, Neil Young, Agostinho dos Santos. Confuso? Certamente que sim, mas a família diverte-se, os amigos nunca entenderam e, no fundo, apenas tento seguir os passos do velho Saint-Just quando dizia que a felicidade, seja lá o que isso for, é possível!
"Eram de 78 RPM os primeiros discos de casa do meu pai, que rodavam num “pick-up” instalado num móvel com um rádio “Blaupunkt” que, para além do alti-falante central, tinha dois laterais.
"O meu pai tentava fazer perceber ao meu avô que aquilo era a estereofonia, o meu avô era quase surdo e acenava com a cabeça.
"Os bailes de aniversário, ou Carnaval, tinham, por exemplo, o Renato Carosone a cantar “Torero” ou a Maruzella, também Nat “King” Cole e Line Renaud, enfim, o que havia à mão e não era muito. Os bailes da vida como, noutro contexto diria, o Milton Nascimento.
"Vieram depois uns 33 RPM, (que eram um “LPs” mais curtos) “Popular Favourites” da “Philips” com selecção de canções do Frankie Laine, da Jo Stafford, dos “Four Aces” a “Orquestra de Roberto Inglês”, por aí fora. Depois chegaram os “EPs”. O meu pai tornou-se um fã do Paul Anka, do Pat Boone e apanhei a boleia.
"Os 78 rotações partiram-se. Guardava um da Hebe Camargo a cantar “Índia”, mas nunca mais o vi. Dos EPs e dos 33 rotações a maior parte perdeu-se ou foi desviada. Mas ainda tenho por aí uma série de discos de que lhe irei enviando as respectivas capas, um ou outro comentário a que se juntam os que depois fui comprando. Disso tudo o meu amigo fará o que quer que seja e como muito bem entender.
"O primeiro “EP” comprei-o na “Discoteca Universal” (30.06.1966) , “You Were on My Mind”, do Crispian St. Peters, por causa do “The Pied Piper” que ainda hoje ouço com imenso prazer e que me traz sempre à memória, o Cândido Mota a dizer, no “Em Órbita”, já com as primeiras espiras a correr: “sigam-me que eu sou o tocador da flauta mágica”.
"O primeiro “LP”, também na “Discoteca Universal” (20.07.1966) foi : “Adamo à L’Olympia – enregistrement original réalisé em direct Le Soir de la Premiére Le Jeudi 16 Septembre 1965”.
"Estes os primeiros discos que comprei. Os outros que existiam eram as habituais ofertas de aniversário e Natal e os que o meu pai ia comprando quando o orçamento permitia.
"Sou um completo zero à esquerda no que à informática diz respeito, sei o trivial… trivialíssimo… Como não sei como lhe enviar as capas, tirei fotografias com uma máquina digital quase de loja de 300".
Colaboração de Hugo Santos aka Gin-Tonic
"Pertenço à geração Ié-Ié e isso nunca me causou qualquer tipo de comichão, outros preferem ser “Geração de 60”.
"Sou mais de livros e de filmes do que de músicas. Musicalmente não sou tipo de confiança. Todo o meu gosto musical é caótico, uma completa anarquia, não dá para entender. Se gosto, gosto, se não gosto, passo à frente.
"Vai de Vivaldi ao Conjunto da Maria Albertina, passa por Tony Bennett, Pete Seeger, Gram Parsons, Neil Young, Agostinho dos Santos. Confuso? Certamente que sim, mas a família diverte-se, os amigos nunca entenderam e, no fundo, apenas tento seguir os passos do velho Saint-Just quando dizia que a felicidade, seja lá o que isso for, é possível!
"Eram de 78 RPM os primeiros discos de casa do meu pai, que rodavam num “pick-up” instalado num móvel com um rádio “Blaupunkt” que, para além do alti-falante central, tinha dois laterais.
"O meu pai tentava fazer perceber ao meu avô que aquilo era a estereofonia, o meu avô era quase surdo e acenava com a cabeça.
"Os bailes de aniversário, ou Carnaval, tinham, por exemplo, o Renato Carosone a cantar “Torero” ou a Maruzella, também Nat “King” Cole e Line Renaud, enfim, o que havia à mão e não era muito. Os bailes da vida como, noutro contexto diria, o Milton Nascimento.
"Vieram depois uns 33 RPM, (que eram um “LPs” mais curtos) “Popular Favourites” da “Philips” com selecção de canções do Frankie Laine, da Jo Stafford, dos “Four Aces” a “Orquestra de Roberto Inglês”, por aí fora. Depois chegaram os “EPs”. O meu pai tornou-se um fã do Paul Anka, do Pat Boone e apanhei a boleia.
"Os 78 rotações partiram-se. Guardava um da Hebe Camargo a cantar “Índia”, mas nunca mais o vi. Dos EPs e dos 33 rotações a maior parte perdeu-se ou foi desviada. Mas ainda tenho por aí uma série de discos de que lhe irei enviando as respectivas capas, um ou outro comentário a que se juntam os que depois fui comprando. Disso tudo o meu amigo fará o que quer que seja e como muito bem entender.
"O primeiro “EP” comprei-o na “Discoteca Universal” (30.06.1966) , “You Were on My Mind”, do Crispian St. Peters, por causa do “The Pied Piper” que ainda hoje ouço com imenso prazer e que me traz sempre à memória, o Cândido Mota a dizer, no “Em Órbita”, já com as primeiras espiras a correr: “sigam-me que eu sou o tocador da flauta mágica”.
"O primeiro “LP”, também na “Discoteca Universal” (20.07.1966) foi : “Adamo à L’Olympia – enregistrement original réalisé em direct Le Soir de la Premiére Le Jeudi 16 Septembre 1965”.
"Estes os primeiros discos que comprei. Os outros que existiam eram as habituais ofertas de aniversário e Natal e os que o meu pai ia comprando quando o orçamento permitia.
"Sou um completo zero à esquerda no que à informática diz respeito, sei o trivial… trivialíssimo… Como não sei como lhe enviar as capas, tirei fotografias com uma máquina digital quase de loja de 300".
Colaboração de Hugo Santos aka Gin-Tonic
2 comentários:
Belíssimo relato.
how!
eu sou mais bolos dos anos setenta a ouvir os ié ié's a dizer o que a gente havia de ler por ali andavamos todos na cidade universitária a pensar bué
:))
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