Tim, dos Xutos e Pontapés, juntou um punhado de músicos amigos e está a ensaiar uma nova direcção para a sua carreira a solo a que muitos já designam por "folk-rock".
A experiência tem estado a ser feita - e continuará a sê-lo em Maio - na Fábrica Braço de Prata, em Lisboa, um local magnífico para este tipo de concertos intimistas tipo "unplugged".
Para uma assistência de 50 pessoas, entre as quais notáveis como Jorge Palma (com uma t-shirt do Café Fresco, da Zambujeira do Mar), David Ferreira (que segurou a letra de "Tejo") e João Teixeira, novo patrão da EMI, Tim deliciou com uma banda de quatro excelentes músicos, João Cardoso (piano), Moz Carrapa (guitarra), Fernando Júdice (baixo) e Fred (bateria), todos sentados, o que deu uma perspectiva ternurenta.
Bem disposto, mas algo intimidado por estar a um metro da assistência e, sobretudo, por ficar de costas para os restantes músicos, Tim aos poucos e poucos foi-se libertando do estigma e ofereceu um magnífico concerto, aliás bem coadjuvado.
"Gosto de tocar com músicos e o equívoco é que estou a tocar de costas para eles", queixou-se Tim, mas era o espaço que tinha.
"Um E Outro", "Contraluz", "O Gato E A Manta De Lã", "Turbilhão", "Desencontro", "Sobrescrito", "Tejo Que Levas As Águas", "instru mentol" (uma bela peça instrumental ainda inacabada), "A Hora Das Gaivotas", "Voar", "Fado Do Encontro", "O Último Barco", "No Cimo Do Monte", "Epitáfio" e "Por Quem Não Esqueci" foram as canções entoadas.
Como é que eu sei as canções todas?
Porque o Tim fez o favor de me oferecer o alinhamento, autografando-o.
Ao estilo de "storyteller", Tim foi falando informalmente com a assistência, contando a génese das canções, como foram compostas, como surgiram e ainda tinha tempo para responder às bocas de Jorge Palma.
Já é tempo de os artistas portugueses com responsabilidade se enobrecerem com este tipo de concertos, que deveriam ser obrigatoriamente gravados para fruição universal.
Jorge Palma estava tão entusiasmado que se ofereceu para fazer um próximo.
Sempre animado, Jorge Palma fez questão de através deste blog mandar um abraço a José Almada (foi produtor do seu segundo álbum, "Não, Não, Não Me Estendas A Mão") e lamentou não poder estar presente num próximo encontro com Almada: "agora estou a cantar no Algarve".
E, no meio da conversa, fez-me uma revelação surpreendente:
"O que tu não sabes é que foi o Carlos Bastos que me ensinou os primeiros acordes de guitarra no colégio interno".
Tóing!
A experiência tem estado a ser feita - e continuará a sê-lo em Maio - na Fábrica Braço de Prata, em Lisboa, um local magnífico para este tipo de concertos intimistas tipo "unplugged".
Para uma assistência de 50 pessoas, entre as quais notáveis como Jorge Palma (com uma t-shirt do Café Fresco, da Zambujeira do Mar), David Ferreira (que segurou a letra de "Tejo") e João Teixeira, novo patrão da EMI, Tim deliciou com uma banda de quatro excelentes músicos, João Cardoso (piano), Moz Carrapa (guitarra), Fernando Júdice (baixo) e Fred (bateria), todos sentados, o que deu uma perspectiva ternurenta.
Bem disposto, mas algo intimidado por estar a um metro da assistência e, sobretudo, por ficar de costas para os restantes músicos, Tim aos poucos e poucos foi-se libertando do estigma e ofereceu um magnífico concerto, aliás bem coadjuvado.
"Gosto de tocar com músicos e o equívoco é que estou a tocar de costas para eles", queixou-se Tim, mas era o espaço que tinha.
"Um E Outro", "Contraluz", "O Gato E A Manta De Lã", "Turbilhão", "Desencontro", "Sobrescrito", "Tejo Que Levas As Águas", "instru mentol" (uma bela peça instrumental ainda inacabada), "A Hora Das Gaivotas", "Voar", "Fado Do Encontro", "O Último Barco", "No Cimo Do Monte", "Epitáfio" e "Por Quem Não Esqueci" foram as canções entoadas.
Como é que eu sei as canções todas?
Porque o Tim fez o favor de me oferecer o alinhamento, autografando-o.
Ao estilo de "storyteller", Tim foi falando informalmente com a assistência, contando a génese das canções, como foram compostas, como surgiram e ainda tinha tempo para responder às bocas de Jorge Palma.
Já é tempo de os artistas portugueses com responsabilidade se enobrecerem com este tipo de concertos, que deveriam ser obrigatoriamente gravados para fruição universal.
Jorge Palma estava tão entusiasmado que se ofereceu para fazer um próximo.
Sempre animado, Jorge Palma fez questão de através deste blog mandar um abraço a José Almada (foi produtor do seu segundo álbum, "Não, Não, Não Me Estendas A Mão") e lamentou não poder estar presente num próximo encontro com Almada: "agora estou a cantar no Algarve".
E, no meio da conversa, fez-me uma revelação surpreendente:
"O que tu não sabes é que foi o Carlos Bastos que me ensinou os primeiros acordes de guitarra no colégio interno".
Tóing!
15 comentários:
Fantástica reportagem, meu querido, e que lindo está o Tim! Adoro os Xutos e depois de ler isto fiquei com água na boca, mas o querido não diz em que dias são os próximos concertos. Parabéns pela esplêndida reportagem e beijocas.
Emília
Como se diz aí na terrinha, deve ter sido porreiro...
Fantástico! Fico com uma inveja que passa logo, ao saber que há projectos novos na música portuguesa de qualidade.
Só de ler o nome Moz Carrapa, fico a pensar nas maravilhas que podem sair do acompanhamento acústico às canções.
E a voz do Tim, costuma ser uma boa apresentação.
Gosto muito do Tim, tanto nos Xutos como noutros projectos. Permitam-me colocar 2 questões fora deste Post. Existe algum Disco de Scarpa,Carrapa,Cid e Nabo ? E existe algum registo da homenagem aos Beatles que se realizou no Pv Atlântico onde os Xutos estiveram espectaculares como Sgt Peppers ?
Cumps
Scarpa e Carrapa, Cid e Nabo?
Há quantos anos não via este alinhamento.
Nas minhas revistas antigas, guardo umas fotos, destes indivíduos a tocar. Salvo erro numa Flama ou Século Ilustrado.
Noto agora, que a Mundo da Canção nunca lhes deu qualquer importância. O Disco, música & moda, sim.
Mas ainda assim, pouca.
Esses tipos, no entanto, devem guardar memórias desse tempo, se é que não se esfumaram, com o passar dos anos e desenganos.
A química do cérebro é muito complexa e se ainda por cima, lhe juntarem ingredientes artificiais, fica tudo pior.
Scarpa, para quem não saiba, é o Guilherme Inês com outro dos seu nomes.
Sim, Guilherme Scarpa Inês, Moz Carrapa, José Cid e Zé Nabo....não sei é se chegaram a gravar. Era a onda dos nomes tipo Crosby,Stills Nash & Young, ou Peter Paul & Mary...ondas
Devo dizer que tive uma conversa muito interessante com o Carrapa. Numa das canções, o gajo tocou guitarra com uma válvula e isso deu-me ensejo para lhe falar dos Bábulas. Ficou aprazada uma conversa mais a sério, até porque ele é um dos responsáveis pela reincarnação dos Sheiks.
LT
Nunca houve nada gravado com a designação "Cid, Scarpa, Carrapa & Nabo", mas os 4 músicos gravaram, pelo menos, os 3 trabalhos seguintes.
- José Cid - single "Ontem, Hoje e Amanhã" (1976): lado B, "Mosca Super-Star"
- José Cid - EP "Vida (Sons do Quotidiano) (1977)
- Vieira da Silva - Single "A Sudoeste / O Tempo É de Guerra" (1977)
Todos os temas são recomendáveis: "Mosca Super-Star" é um rock bem engraçado, com uma letra que continua actual. O tema conceptual "Vida (Sons do Quotidiano)" ocupa os dois lados do disco e retrata a vida de um ser humano, do nascimento à morte. O single de Vieira da Silva, que foi aliás o último disco que gravou, tem no lado B uma composição de folk-rock de influências progressivas e de sabor mediterrânico que urge (re)descobrir!
Afinal basta procurar um bocadinho que aparece, e existe mesmo muita coisa perdida que era bom que alguém recuperasse. O problema é que muitas dessas pérolas foram gravadas para editoras diferentes e obscuras. Só nos resta a esperança na "Pirataria Honesta" ;)
Mas o grupo existiu com essa designação. E já que estamos na onda do Moz Carrapa, se não estou em erro ele também fez parte do Circo da Vida do Fernando Girão. Outro projecto interessante.
As gravações do tributo aos Beatles no Pavilhão Atlântico não ficaram em condições, por isso não há disco, como se chegou a pensar. Mas no DVD dos Xutos há um extracto da sua participação.
Eu tenho uma gravação pirata do tributo com som terrível.
LT
Por acaso, os três discos que referi até são todos da Valentim de Carvalho. Vale a pena ouvi-los!
Quanto ao Circo da Vida, tanto quanto sei, nunca editou nada. Infelizmente...
"Mosca Super-Star" há em CD e "Vida (Sons do Quotidiano)" também, na primeira reedição em CD de "10000 Anos Depois Entre Vénus e Marte" (e na pirata coreana, que clonou a americana).
O Carrapa, é um músico instrumentista de alto gabarito.
Não será grande compositor, porque nunca ouvi nada com a sua chancela, mas a acompanhar, faz-me lembrar o inglês que acompanha Clapton, no Unplugged: Andy Fairweathrt Low.
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