No Natal de 1970, eu e o irmão caçula oferecemos à nossa Mãe o EP de José Almada, "Mendigos", e escrevemos na contracapa do disco: "o Zé Almada diz coisas importantes".
Nunca mais ninguém soube de José Almada.
No dia 30 de Novembro de 2007, lancei aqui o alerta: o que é feito de José Almada?
Um filho do cantor-poeta ouviu-me e estabeleceu o contacto.
Hoje, dia 25 de Abril de 2008, 38 anos depois de "Mendigos" e 34 anos depois do 25 de Abril, José Almada, no interior da sua casa no Furadouro, privilegiou-me com uma audição única de "Hóspede" que nenhum microfone alguma vez registou.
Mentiria se não dissesse que as lágrimas não rolaram...
O dia estava tórrido, o mar agitado com ondas a sério. Na esplanada do "Pé de Vento", eu aguardava a chegada de José Almada. Como seria? A minha memória era a de um puto.
A Teresa avisou-me: "acho que vem aí, é ele!":
O coração bateu como o caraças e o abraço foi fraterno. A conversa foi para distrair as emoções.
Belenenses (o José Almada é fã), Veterinária (a mulher do Zé é veterinária, os meus dois filhos são veterinários, o Pai da Teresa é veterinário, o Tio da Teresa é veterinário...), Souto de Lafões, Douro, tudo era desculpa.
Ninguém quis enfrentar o momento, tudo serviu para assobiar para o lado. Sabíamos que o momento seria inevitável, mas nenhum dos dois o queria pegar pelos cornos.
O sol estava abrasador, as saladas óptimas.
Caminhávamos perigosamente para o clímax. A Teresa já me sussurrava: "é o Syd Barrett português".
Mala hippie a tiracolo, batemos a marginal até à simpática moradia de José Almada, um pouco mais distante das areias cálidas.
Fui um privilegiado: José Almada pegou na viola e cantou-me, só para mim e para a Teresa "Hóspede", "Ó Pastor Que Choras", "Os Anjos Cantam", "Eh! Amigo Lagarto", "Ah! Se Um Dia O Pedro Louco", "Ah! Como Odeio".
Meu Deus!
Que mais poderia eu desejar num 25 de Abril?
Obrigado mesmo, José Almada!
Até breve!
O meu amigo Rato fez-me o favor de colocar o video no blog dele. Tks!
Nunca mais ninguém soube de José Almada.
No dia 30 de Novembro de 2007, lancei aqui o alerta: o que é feito de José Almada?
Um filho do cantor-poeta ouviu-me e estabeleceu o contacto.
Hoje, dia 25 de Abril de 2008, 38 anos depois de "Mendigos" e 34 anos depois do 25 de Abril, José Almada, no interior da sua casa no Furadouro, privilegiou-me com uma audição única de "Hóspede" que nenhum microfone alguma vez registou.
Mentiria se não dissesse que as lágrimas não rolaram...
O dia estava tórrido, o mar agitado com ondas a sério. Na esplanada do "Pé de Vento", eu aguardava a chegada de José Almada. Como seria? A minha memória era a de um puto.
A Teresa avisou-me: "acho que vem aí, é ele!":
O coração bateu como o caraças e o abraço foi fraterno. A conversa foi para distrair as emoções.
Belenenses (o José Almada é fã), Veterinária (a mulher do Zé é veterinária, os meus dois filhos são veterinários, o Pai da Teresa é veterinário, o Tio da Teresa é veterinário...), Souto de Lafões, Douro, tudo era desculpa.
Ninguém quis enfrentar o momento, tudo serviu para assobiar para o lado. Sabíamos que o momento seria inevitável, mas nenhum dos dois o queria pegar pelos cornos.
O sol estava abrasador, as saladas óptimas.
Caminhávamos perigosamente para o clímax. A Teresa já me sussurrava: "é o Syd Barrett português".
Mala hippie a tiracolo, batemos a marginal até à simpática moradia de José Almada, um pouco mais distante das areias cálidas.
Fui um privilegiado: José Almada pegou na viola e cantou-me, só para mim e para a Teresa "Hóspede", "Ó Pastor Que Choras", "Os Anjos Cantam", "Eh! Amigo Lagarto", "Ah! Se Um Dia O Pedro Louco", "Ah! Como Odeio".
Meu Deus!
Que mais poderia eu desejar num 25 de Abril?
Obrigado mesmo, José Almada!
Até breve!
O meu amigo Rato fez-me o favor de colocar o video no blog dele. Tks!
8 comentários:
Privilégios, Luís...
Só espero que o "Ah! Se um Dia o Pedro Louco" tenha sido cantado com o mesmo sotaque que aparece no disco da Valentim de Carvalho!...
"Agora que estou só já posso arrancar da boca os versos da canção que te alimentará."
Sabendo do teu deleite pela canção, os meus lábios permaneceram selados, à espera que um dia possas ter o mesmo privilégio que eu!
LT
Isto é que eu chamo mesmo de uma grande surpresa! Fico feliz por ti Luís.
bem me lembro da canção; onde é que para o disco???
De ceretza que a maré em Ovar (furadouro) ainda ficou mais cheia...
E porquê Souto de Lafões???
Grande novidade! Espero poder partilhar um dia a experiência, ao vivo ou em disco relançado e com memória refeita, nos media.
O José Almada merece o reconhecimento público pelo que fez nesses dois discos.
Em Portugal, não há muitos músicos que possam dizer o mesmo.
Aliás, os que há podem contar-se pelos dedos de uma só mão.
A sogra e a cunhada de José Almada vivem em Souto de Lafões no chamado "solar dos Bandeiras".
LT
Obrigado, companheiro Rato! Estou mesmo radiante! E há mais! Este Mundo é mesmo uma aldeia muito pequenina. Fiquei hoje a saber que uma tia minha é muito amiga da sogra do Zé Almada! E andei eu há procura dele durante mais de 30 anos e, afinal, as coisas estavam tão perto...
LT
uma linda casa, ao pé da igreja...como o mundo é pequeno...
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