ORFEU STAT 013
Da história deste disco se fala na contracapa.
Pelo ano de 1969, José Niza encontrava-se em Zaú Évua, no norte de Angola, a cumprir serviço militar. O correio da guerra levara-lhe um livro, “Poemas Completos”, de António Gedeão, e um recado: “para musicar”.
De poemas, aparentemente soltos, resultou uma história:
“Venho da terra assombrada,
Do ventre da minha mãe
Não pretendo roubar nada
Nem fazer mal a ninguém.
Só quero o que me é devido
Por me trazerem aqui,
Que eu nem sequer fui ouvido
No acto de que nasci.”
Início de “Fala do Homem Nascido”, que, a terminar, dirá que não há poder que o vença, mesmo morto há-se passar rumo, à estrela polar.
É um disco belíssimo, ouvido e reouvido durante o reino do medo. “Se sentires medo”, canta, disse alguém e era isso que fazíamos em momentos partilhados com gente que gostava de sentir palavras e sons de esperança, que colocassem nos ombros sinais carregadas de futuro, aquele que há 34 anos aconteceu.
Poemas de António Gedeão para músicas de José Niza, interpretações de Carlos Mendes, Duarte Mendes, Samuel e Tonicha.
O álbum foi produzido por José Niza em Novembro de 1972, gravação de orquestra em Madrid nos Estúdios Celada, gravação de vozes em Lisboa nos Estúdios da Polysom por Moreno Pinto.
Colaboração de Gin-Tonic
Da história deste disco se fala na contracapa.
Pelo ano de 1969, José Niza encontrava-se em Zaú Évua, no norte de Angola, a cumprir serviço militar. O correio da guerra levara-lhe um livro, “Poemas Completos”, de António Gedeão, e um recado: “para musicar”.
De poemas, aparentemente soltos, resultou uma história:
“Venho da terra assombrada,
Do ventre da minha mãe
Não pretendo roubar nada
Nem fazer mal a ninguém.
Só quero o que me é devido
Por me trazerem aqui,
Que eu nem sequer fui ouvido
No acto de que nasci.”
Início de “Fala do Homem Nascido”, que, a terminar, dirá que não há poder que o vença, mesmo morto há-se passar rumo, à estrela polar.
É um disco belíssimo, ouvido e reouvido durante o reino do medo. “Se sentires medo”, canta, disse alguém e era isso que fazíamos em momentos partilhados com gente que gostava de sentir palavras e sons de esperança, que colocassem nos ombros sinais carregadas de futuro, aquele que há 34 anos aconteceu.
Poemas de António Gedeão para músicas de José Niza, interpretações de Carlos Mendes, Duarte Mendes, Samuel e Tonicha.
O álbum foi produzido por José Niza em Novembro de 1972, gravação de orquestra em Madrid nos Estúdios Celada, gravação de vozes em Lisboa nos Estúdios da Polysom por Moreno Pinto.
Colaboração de Gin-Tonic
14 comentários:
Alguém sabe se existe em cd? Pesquisei, mas não encontrei nada!
Já agora, um desafio: se vos pedissem que indicassem os 10 álbuns fundamentais (de sempre) da música portuguesa, qual seria a vossa lista? Alguém se atreve?
Nunca vi o CD mas lembro-me de ter lido que em 1998 a Movieplay fez uma reedição em formato CD.Se não fez anunciava que iria fazer mas, repito, nunca vi o CD
Houve uma edição em cd, de 1998, da Movieplay. Tenho esse cd.
Tem ainda um pequeno libreto de vinte páginas, com as letras e um texto comemorativo dos 25 anos da edição do disco (1972-1997).
O disco está bem gravado e só me espanta por ter aparentemente esgotado.
É uma obra-prima da música popular portuguesa, com destaque para a voz de Samuel e Carlos Mendes e ainda Duarte Mendes.
Tenho este disco em CD
Já fizémos o desafio dos álbuns portugueses:
http://guedelhudos.blogspot.com/2007/10/0s-10-portugueses.html
Podes acrescentar os teus!
LT
Ó José, por acaso não me queres poupar uns euros? Acontece que já tinha posto de parte esse vinil para o mandar passar para CD, juntamente com as "Canções de ex-cravo a mal viver" do Carlos Mendes, que o Hugo Santos me fez o favor de emprestar (este julgo nunca ter conhecido versão CD). É que assim, em vez desse mandava os dois primeiros albuns do GAC, nos quais parece haver muita gente interessada.
Entretanto enviavas-me os ficheiros do "Homem Nascido" em mp3 (se possível a 192 kbps, pelo menos) para depois colocar o album no blog do Rato. Valeu?
Valeu! (eheheh)
LT
Já está no ripanço. Vamos lá a ver se isto sai como deve ser a 256 K.
Não costumo fazer destas operações e quando as tento, saem sempre com bugs.
Se der, envio já.
Bem...ripado e bem ripado, já está. E agora, para mandar, como é que se faz?
É que só a primeira tem cerca de 13 Mb...
VocÊs pagam para passar vinyl para cd ??? eu faço isso em casa, hoje em dia é relativamente fácil.
Não se trata de transcrever apenas de vinil para CD mas sim de "tratar" convenientemente o som. Acredita, Kerouac, que me têm feito verdadeiros "milagres" nesse campo. E, claro, é um trabalho que se tem de pagar e não sai tão barato como isso (aqui o Luís que o diga)
Ok, aí realmente sou forçado a concordar. Passar para digital é fácil, o tratamento já é outra conversa. Para consumo caseiro serve, agora para ficar perfeitinho já é preciso outro material e conhecimentos :)
O Daniel Bacelar é um bom coração! E os amigos agradecem!
E do Rato então, nem se fala. Basta ir ao blog dele para ver o que disponibiliza gratuitamente. Um verdadeiro herói.
LT
Olá,
Há cerca de 40 anos que procuro este bendito álbum. Alguém me poderia enviar os ficheiros mp3? Isso deixar-me-ia tão feliz!
Este álbum foi-me dado a conhecer por uma professora de Português no 7º ano de escolaridade. Adorei na altura e ainda hoje recordo aquelas maravilhosas aulas.
Desde já um muito obrigada.
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