Pedro de Freitas Branco, 40 anos, é um jovem talento português. Multifacetado. É filho de Luís de Freitas Branco que pertenceu aos Claves, de boa memória, vencedores do Concurso Ié-Ié de 1965/1966 no Teatro Monumental, em Lisboa.
Pedro vive agora no Brasil e mandou-me um
email simpático, dizendo que este blog é
fascinante. Não sei como dele teve conhecimento, mas sei que trocou os Beatles pelos Rolling Stones.
Define-se como
guedelhudo tuga, amante do yé-yé e nostálgico da swinging London.
Vive agora no Rio de Janeiro onde tem uma banda de tributo aos Rolling Stones, chamada Like A Rolling Stone (percebo que no Brasil a concorrência é grande no que respeita às bandas de tributo aos Beatles).
Diz - e eu acredito - que faz tremendo sucesso na noite carioca e que vai pisar o mítico palco do Circo Voador no dia 01 de Novembro no
3º Festival Nacional de Blues.
Parabéns, Pedro!
Com formação na área do Cinema e do Teatro, Pedro de Freitas Branco foi autor e guionista de televisão, especialmente na área da ficção nacional, ao longo de vários anos.
É um nome sobejamente conhecido do universo dos leitores portugueses. Os mais novos associam-no à série juvenil
Os Super 4, que criou e e escreveu em parceria com António Pinho (sim, esse mesmo que foi da Filarmónica Fraude e da Banda do Casaco e que teve, não há muito, um AVC em plena consulta ao seu cardiologista).
Escreveu "A Vida Em Stereo" - que não conheço - e este "Segredo dos Beatles", um romance policial.
Enquanto músico, editou - que eu saiba - três álbuns em Portugal: "Mesmo Para Quem Não É Crente" (1996), "Momentos" (1998) e "Formigas Em Férias" (2002), sob a designação de Pedro e os Apóstolos.
O primeiro álbum é praticamente todo de Pedro de Freitas Branco, apenas com uma versão em português de "Learning To Fly", de Tom Petty.
Nos agradecimentos, cita Paul McCartney, Ray Davies, Glimmer Twins (Mick Jagger e Keith Richard) e Sérgio Godinho.
"Momentos" é todo Pedro de Freitas Branco. Tem agradecimentos vários, desde Jwana e Sérgio Godinho a Pedro Abrunhosa, passando por Luís Pinheiro de Almeida e Ramon Galarza.
Finalmente, "Formigas Em Férias" é um álbum ambicioso, quiçá dispendioso. Inclui uma versão de "The Last Time", dos Rolling Stones, e uma homenagem a George Harrison, "I Believe (In Love)", já inserta em colectâneas russas da especialidade.
Neste álbum - um regresso à parceria com António Pinho - há ainda evocações dos Kinks, "Lola Fantástica", John Lennon, "Deixo-me Levar", e Sérgio Godinho, "Lisboa Que Não Amanhece".
No dia 26 de Outubro de 1993, tive o privilégio de acompanhar Pedro de Freitas Branco à conferência de imprensa e concerto de Paul McCartney no Palau St. Jordi, em Barcelona.
Ainda guardo o que Pedro escreveu então para o "SuperMúsica". Eis o intróito:
"Barcelona, 27 de Outubro, duas horas da manhã. Estou exausto, mas completamente satisfeito. Paul McCartney, o maior compositor pop de todos os tempos, realizou há menos de duas horas atrás, no Pavilhão Sant Jordi da deslumbrante aldeia olímpica, um concerto memorável. Revisitou vinte canções dos Beatles, três ou quatro dos Wings e algumas do seu último álbum "Off The Ground".
"O público encheu totalmente e o público da Catalunha, com uma faixa etária dos 10 aos 60 anos, entrou em autêntica histeria com as interpretações de clássicos como "Drive My Car", "All My Loving", "Can't By Me Love", "Penny Lane", "Paperback Writer", "Let Me Roll It", "C'Mon People" ou "Looking For Changes".
"Depois, mais ou menos a meio do espectáculo, Robbie, Hamish, Blair, Wix, Linda e Paul juntararam-se no centro do palco para uma sessão "unplugged" que viajou por
standards como "Good Rockin' Tonight", "Here, There And Everywhere", "Michèlle", "Yesterday", "We Can Work It Out", "Ain't No Sunshine" (com Paul na bateria e Hamish Stuart na voz solo) e ainda "I Lost My Little Girl", a primeira composição, de sempre, de McCartney.
"Quando o concerto terminou com o hino "Hey Jude", senti que o espírito da música dos Beatles continua bem vivo.
"Mas toda esta aventura catalã não termina aqui. Algumas horas antes do concerto, a SuperMúsica teve a oportunidade, única, de surpreendentemente, McCartney deu.
"As duas centenas de jornalistas que ali estavam, criaram um ambiente de autêntica loucura na sala, parecendo que alguma "figura de estado" estava p´ra chegar.
Quando Paul se sentou à nossa frente, as perguntas choveram".
Malandro! Agora trocou os Beatles pelos Stones!