DISQUES VOGUE - CLVLXEK 211 - edição francesa
Side One
Strange Days - You're Lost Little Girl - Love Me Two Times - Unhappy Girl - Horse Latitudes - Moonlight Drive
Side Two
People Are Strange - My Eyes Have Seen You - I Can't See Your Face In My Mind - When The Music's Over
Volto ao assunto das discotecas, verba gratia, lojas de discos. Já aqui da falei da "Melodia", da "Universal", da "Discoteca do Carmo", da "Sinfonia", tudo em Lisboa, claro.
Agora, ao remexer em papéis velhos dei conta de um anúncio de uma das discotecas que mais frequentei nos anos 60 e 70, a "Sol & Dó" que ficava na Praça Marquês de Pombal 1, em Lisboa, nas arcadas do Hotel Flórida, loja 7.
Era uma discoteca francesa. Vi um anúncio de Outubro de 1963: "Sol & Dó" (boutique do disco) - salut les copains - chegados de férias, com as últimas novidades de Paris - representante do clube francês do disco".
Fui lá há pouco e no local da "Sol & Dó" está agora um Centro Óptico Delgado Espinosa e um Snack Napolitano. O hotel continua.
É por isso que o meu primeiro álbum dos Doors - um dos que mais gosto, na imagem - é um LP Vogue, o que prova uma vez mais a dependência que na altura havia da cultura francesa.
Havia outras discotecas que eu frequentava como o Apolo 70, uma pequena discoteca-tabacaria ao pé da Mexicana (ainda lá vou ver como se chama), outra do mesmo tipo ao pé do Hotel Ritz, Tabacaria, Papelaria e Livraria Hélada, na Rua Rodrigo da Fonseca 152 (atende no 160), onde, por exemplo, comprei o EP francês de Mick Jagger, "Memo From Turner", em Dezembro de 1970, por 45$00.
Frequentava também a Frineve, no Areeiro, a Casa Gouveia Machado e, muito mais tarde, até a Cooperativa dos Bancários servia para comprar discos (foi lá, por exemplo, que comprei por 160$00, em 1983, o single dos Rolling Stones, "Undercover Of The Night").
Também comprei muitos discos na Exposicion Solís, em Badajoz, e em duas fantásticas discotecas de Campo de Ourique, em Lisboa, na mesma rua: a Compasso, na Rua Saraiva de Carvalho. 268-C, telefone 66 98 51 e A Concorrente, mais pequena, na mesma rua nos números 139-143, com os telefones 66 21 46 e 66 72 51.
A Compasso já não existe. Em seu lugar está uma loja Stock Out, de utilidades e peças decorativas, bem interessante, que teve o bom gosto de manter aquelas montras fantásticas que a Compasso tinha.
A Concorrente, na esquina da Saraiva de Carvalho (não, não é o capitão de Abril, mas um jurisconsulto que viveu entre 1839 e 1882), ao pé da Cervejaria Canas (ainda lá está), outro ícone dos anos 60, onde as bifanas eram de morrer, ainda existe, multifuncional: papelaria, utilidades, pequenos electrodomésticos, peças Bodrum. Discos é que já não tem.
Do outro lado da Saraiva de Carvalho, na esquina com a Ferreira Borges, lá se mantém a Pastelaria A Tentadora, outrora assaz visitada pelos meninos-bem de Campo de Ourique e por músicos ié-ié, seus aliados.
Quando por lá passei agora num dia lindo de sol, estava Miguel Sousa Tavares na esplanada com um copo de leite e uma tosta. Nem de propósito.
Um pouco mais no interior de Campo de Ourique, no chamado Jardim da Parada, onde vivi nos anos 70, ainda existe hoje em dia a Livraria Ler (Rua Almeida e Sousa, 24 c, esquina com a Rua 4 de Infantaria), onde além dos livros proibidos havia também boa música.
Só mais um pormenor: o Apolo 70, a Sinfonia e o Compasso deviam ser todas geridas pela mesma pessoa, já que o sistema de etiquetagem dos discos era exactamente o mesmo.
1 comentário:
nessa discotea hélada foi também encontrado, sem mais nem menos, o primeiro album a solo de John Lennon......
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