Alguém - com razão - me recriminou pelo facto de não relevar aqui a música soul.
É uma evidência, mas há uma razão. Por muito que doa aos meus amigos, não sou especialmente fã de música negra, com a excepção óbvia da música soul dos anos 60, sei lá, Otis, Nina, Aretha, Pickett, Sledge...
Não sendo fã, não sou muito conhecedor, logo não gosto de me meter onde não me sinta bem.
Mas estou aberto a colaborações, sugestões, cortesias...
É uma evidência, mas há uma razão. Por muito que doa aos meus amigos, não sou especialmente fã de música negra, com a excepção óbvia da música soul dos anos 60, sei lá, Otis, Nina, Aretha, Pickett, Sledge...
Não sendo fã, não sou muito conhecedor, logo não gosto de me meter onde não me sinta bem.
Mas estou aberto a colaborações, sugestões, cortesias...
22 comentários:
para além da soul...também já me questionei do porquê ainda não ter havido referências (que me lembre) a johnny cash...
Mas a musica Soul que interessa é a que foi feita nos anos 60 até á 2ª metade dos anos 70. Eu adoro Soul!!!!!
se não estou enganado até à p'ra aí um genérico do Bonanza :-)
A Soul tem vindo a renascer em Inglaterra e nos Estados Unidos. Mick Hucknall, líder dos Simply Red, acaba de lançar um disco de homenagem ao excelente, e subestimado, Bobby Bland. O novo disco de Al Green, "Lay It Down" é excepcional. E o que dizer da excelente Alicia Keys?
Mas se vamos falar um pouco de Soul Music, comecemos pela trindade génio-rei-prodígio, ou seja, Ray Charles, James Brown e Stevie Wonder.
E, Ié-Ié, não acredito nesse parcial desinteresse pela música Soul... por quê?... quem gosta de Stones e Beatles, não pode dizer que não gosta particularmente de música negra!
fantomas: toda a música que realmente interessa tem o seu terminus ainda na primeira metade dos anos 70, não só a música soul. Há excepções, claro, mas que apenas confirmam a regra.
filhote: essa de emparceirares James Brown e sobretudo Stevie Wonder com o grande Ray Charles não estava mesmo à espera de ver brotar da tua escrita. Ora substitui lá esses dois pelo Otis Redding e pela Aretha Franklin para assim chegarmos a um acordo (os nomes de Sam Cooke ou mesmo Smokey Robinson também não destoariam). Se bem que um dos meus maiores "guilty pleasures" venha precisamente da área soul e dê pelo nome de Percy Sledge. Mas neste caso há uma forte razão: os bailaricos dos anos sessenta...
Ui..lá vem outra Batalha de criar bixo. Mas porquÊ desconsiderar o James Brown, independetemente do valor do Otis ou da Aretha, o James Brown será sempre um dos maiores intérpretes de Soul, e um dos principais "culpados" da sua notoriedade. Estará para o Soul, como o Elvis esteve para o Rock, grosso modo.
Nesta, estou mais próximo do Rato. James Brown? Vade retro, Satana! Não consigo achar piada! Não conheço Bobby Bland, vou ouvir, mas não me chamem para Al Green e outros que tantos. Sam Cooke? Sim, grande!
Acho que é a Alicia Keys que tem uma versão fabulosa de "With A Little Help". Vou confirmar.
LT
James Brown é mais Ritmo que outra coisa. Para se dançar, é a melhor coisa que existe no Soul e no Funk. É um ritmo frenético que é capaz de pôr um cadaver a dançar.
Desde que não tragam o Michael Jackson por mim podem vir todos, inclusive todo o catálogo da Motown e da Atlantic... Mais um disparate: há uns anos atrás passei dias e noites a ouvir Billy Preston & Syreeta e gostava. Hoje já não estou tão certo. Terei que reouvir. A Nina Simone cabe por aqui ou é mais uma das muitas minhas confusões?
Soul é intrepretação também, e aí o James Brown não tem rival. Também aconselho Sam and Dave, Iéié, mas como diz o Filhote e bem, quem gosta de Beatles, tem que gostar de soul também.
Não me apetece entrar na discussão (o verão traz consigo alguma preguiça mental), embora ache que o Gin Tonic sintetizou bem: "Desde que não tragam o Michael Jackson... venha o catálogo da Atlantic e da Motown". É mesmo isso. Mas, para quem queira ter o essencial do tipo "Best Of" sem gastar mtº dinheiro sugiro a colectânea da Atlantic "Atlantic Rhythm & Blues" 1947-1974" (7 CD's a preço módico) e a da Motown "Tamla Motown Gold" (3 CDs).
Correndo o risco de estar a dizer um disparate (fronteira entre soul e R&B), lanço mais um nome para discussão. Então e o grande (literalmente) Solomon Burke?
Acrescentando-se a Stax (há uma bela edição da Rhino, 10 cds, "The Stax Singles" ou coisa assim - cito de memória), está o essencial. Mas, já agora, ponha-se lá também o Reverendo Solomon Burke, que bem merece.
Não acho que o Michael Jackson seja soul, é mais uma espécie de pop negro oportunista. Stevie Wonder também é mais pop que outra coisa. O que aliás tem tudo a ver com os objectivos da Motown, que era ser uma editora pop. O que não a impediu de ter uma das melhores house bands de todos os tempos, os Funk Brothers.
Outra grande voz da Soul e que ainda ninguêm falou, WILSON PICKETT!!!!! Tinha uma energia do caraças!!!!
É um dos homens da Atlantic, está na compilação. O melhor que gravou foi em Memphis com Booker T & The MGs, mas para a Atlantic.
The complete Stax/Volt soul singles. É este o nome, UM. Em tempos, vendeu-se na Virgin dos Restauradores!Não incluí pois é um pouco mais para o "carote" (a ideia das sugestões era o mtº bom por pouco €), e um pouco mais "desigual" em termos de importância e qualidade. Mas tem nomes incontornáveis, como Carla Thomas, Eddie Floyd, Booker T. Jones e Isaac Hayes. Penso, não tenho a certeza, que há uma versão "condensada" em menos CDs. Tenho uma vaga ideia de ter visto algo, mas pode não passar de um erro meu.
Ai, senhores, vocês andam mesmo toldados pelo calor!
Algumas notas:
01. Não sou fã de James Brown. Porém, desgostos à parte, ele foi de longe o maior intérprete da Soul pós-Ray Charles. Otis Redding, de quem eu gosto mais, começou por imitar James Brown ("She's Alright"). O próprio o admitiu - leiam o grande livro de Peter Guralnick...
Não esquecer que, ritmicamente, James Brown revolucionou a música POP. Era ele quem idealizava aqueles arranjos fantásticos. E é o maior "animal de palco". Até Mick Jagger o imitou escandalosamente! Oiçam o "Live at the Apollo"... nem é preciso ver para imaginar!!!
02. Alicia Keys também tem uma versão sublime de "Wild Horses" (Unplugged MTV).
03. Bobby Bland é obrigatório.
04. Subestimar Stevie Wonder, só é possível desconhecendo LPs como "Talking Book", "Music of My Mind", ou "Innervisions"... um músico de excelência ímpar, e capaz de revoluções sonoras apenas comparáveis, na música negra, às de Marvin Gaye... aliás, ninguém falou deste génio... "What's Going On"????????
05. Sim, Gin-Tonic, a Nina Simone está autorizada a figurar no panteão.
06. O Mico Jackson, embora extremamente talentoso, pertence de facto a outra liga...
07. Solomon Burke? Sam Cooke? Esqueceram-se que sou fã dos Stones? Esses, o Arthur Alexander e afins, oiço-os todos os dias! Fenomenais! Aconselho vivamente a audição do LP "Nightbeat" de Sam Cooke... Billy Preston no órgão... hui!!!
08. Metam-se no carro, na van, na combi, na lambreta, e acelerem para a praia ao galhardo som de Wilson Pickett... "Mustang Sally"!!!!
Parece-me que ninguém subestimou Stevie Wonder. Simplesmente, não é soul. Marvin Gaye também não é. São excelentes, mas são outra coisa. Como disse antes, a Motown nao tinha sequer ambições soul, queria apenas fazer concorrência às editoras pop brancas.
Peter Guralnick, precisamente (suponho que estamos a falar de Sweet Soul Music): ignora olimpicamente a Motown.
Quem subestimou Stevie Wonder, e James Brown, foi o Mr. Rato...
Lançei o rastilho de Peter Guralnick como provocação... rsrsrsrs... para ver se alguém chegava a "Sweet Soul Music", esse livro notável... pelo menos "UM" reagiu de pronto!
De acordo, UM. Em parte. Se formos puristas, realmente os artistas Motown não se incluem na cartilha da Soul Music. Mas tem de concordar que essa opinião é subjectiva e nunca consensual...
Não sou grande apologista de delimitar fronteiras tão vincadas entre os estilos musicais. A arte não se compadece com isso.
Tudo bem, há discos ou artistas que não deixam dúvidas... o Muddy Waters canta Blues... porém, qual era o estilo de Elvis Presley, por exemplo? R&B? Rock'n'Roll? Pop? Gospel? Country? Soul? (Guralnick fala dele no livro)... e pensando na música dos Stones - para puxar a brasa à minha sardinha -, falamos de Rock, Pop, Soul, Blues, Disco, Country...
De facto, a Stax/Atlantic são referências quando se fala da Soul pura e dura. No entanto, Ray Charles também foi um artista Country...
E se ouvirmos o LP "What's Going On" de Marvin Gaye, ou a canção "Superstition" de Stevie Wonder... não é verdade que se trata de música negra de dimensão espiritual? De música visceral? Que brota da alma (soul)?
Muitos estudiosos da coisa, credíveis, afirmam que "What's Going On" é dos melhores discos da História da Soul! O que dizer isto?
Enfim, o importante é ouvirmos boa música!
Errata: em vez de "o que dizer isto", ler "o que dizer disto".
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