Sou um fã moderado de Lou Reed. Gostei (e gosto) dos Velvet Underground, mas não da sua reunião post-mortem, acho "Transformer" um dos mais importantes álbuns do rock, tenho algum apreço por "New York" e "Songs For Drella" (com John Cale).
Nem sequer conheço muito bem "Berlin", a base do concerto que se realizou esta noite (dia 19 de Julho) no Campo Pequeno, em Lisboa.
Mas após duas horas e um quarto de espectáculo, saí dos curros verdadeiramente siderado.
Só em palco estavam 27 músicos! Imaginem o que é alojar e alimentar toda aquela gente, quanto mais pô-los a tocar e a cantar todos ao mesmo tempo.
Não houve uma única falha e Lou Reed, 66 anos, alto e magro, elegante, diria mesmo, agarra-se à guitarra e ao rock qual teenager.
Não deixa de ser bizarro: o próprio Lou Reed cultiva uma imagem de austeridade, anti-vedeta, mítico, de uma certa antipatia até (são famosas as suas diatribes contra jornalistas), mas o palco transforma-o.
Foi vê-lo de guitarra em punho, a bater o pé, a entregar-se de alma e coração a duelos de guitarra com os seus companheiros. Que surpresa! Que brilhantismo!
Para dizer a verdade, só reconheci "Satellite Of Love", já no encore, mas não deixei de apreciar de forma bastante positiva o desempenho em palco.
Numa semana, vi três monstros-sagrados do rock: Lou Reed (66 anos), Neil Young (63 anos) e Bob Dylan (67 anos), doses inusitadas de rock. No conjunto, 196 anos!
É preciso dizer mais?
Foto de Teresa Lage (sim, sabemos que é longe e escura, mas foi o que se arranjou!)
Mas após duas horas e um quarto de espectáculo, saí dos curros verdadeiramente siderado.
Só em palco estavam 27 músicos! Imaginem o que é alojar e alimentar toda aquela gente, quanto mais pô-los a tocar e a cantar todos ao mesmo tempo.
Não houve uma única falha e Lou Reed, 66 anos, alto e magro, elegante, diria mesmo, agarra-se à guitarra e ao rock qual teenager.
Não deixa de ser bizarro: o próprio Lou Reed cultiva uma imagem de austeridade, anti-vedeta, mítico, de uma certa antipatia até (são famosas as suas diatribes contra jornalistas), mas o palco transforma-o.
Foi vê-lo de guitarra em punho, a bater o pé, a entregar-se de alma e coração a duelos de guitarra com os seus companheiros. Que surpresa! Que brilhantismo!
Para dizer a verdade, só reconheci "Satellite Of Love", já no encore, mas não deixei de apreciar de forma bastante positiva o desempenho em palco.
Numa semana, vi três monstros-sagrados do rock: Lou Reed (66 anos), Neil Young (63 anos) e Bob Dylan (67 anos), doses inusitadas de rock. No conjunto, 196 anos!
É preciso dizer mais?
Foto de Teresa Lage (sim, sabemos que é longe e escura, mas foi o que se arranjou!)
7 comentários:
Meu caro, Ié-Ié, eu sei que não se pode ir a todas, mas nunca é tarde para conhecer... e "Berlin", é de longe o melhor disco da carreira de Lou Reed.
Próximo do brilhantismo desse LP de 1973, apenas o citado "Transformer"
(72), "Coney Island baby" (76), "Street Hassle" (78), "New York" (89) e "New Sensations" (84). Também "Rock'n'Roll Animal" (74) e "Live" (75) para registos ao vivo, e os discos dos Velvet, claro.
O show de "Berlin" deve ter sido inesquecível. Actualmente, é mesmo o único espectáculo de que tenho imensa pena de não ter visto. Muito dificilmente o verei. Não consta que Lou Reed venha à América do Sul com esse espectáculo.
Já vi Lou Reed ao vivo. Três vezes. Foi bom, mas não era o concerto de "Berlin"... nem quero imaginar a maravilha que deve ser ouvir "Men of Good Fortune", "The Kids", ou "Caroline Says", nessas condições de luxo... shuifff...
Algumas notas:
01. Na gravação original de "Berlin", os músicos que acompanham Lou Reed são: Jack Bruce, Bob Ezrin, Michael e Randy Brecker, Tony Levin, Steve Winwood, Steve Hunter, B.J. Wilson... ufa!
02. Para aqueles que gostam de "Transformer" pela sua vertente mais POP - como o Ié-Ié -, aconselho vivamente o LP "New Sensations"...
03. "Songs for the Drella", citado aqui pelo Ié-Ié, é um LP feito a meias com John Cale... não chegou a altura deste blogue falar um pouco desse génio nascido no País de Gales???
Mantendo a tradição... e esse TOP 5 de LPs do Lou Reed? Sai ou não sai? O meu sai agora:
1. "Berlin"
2. "Transformer"
3. "Coney Island Baby"
4. "New York"
5. "New Sensations"
Ié-Ié.Erraste no numero de monstros sagrados do rock'n roll, q vistes numa semana.Faltou-te mencionar dois nomes:Daniel Bacelar, y Vicky.Soma lá mais 125 anitos.
Só tenho pedalada para 2 e 1/2:
1 - Transformer
2 - New York
3 - Songs For Drella (com John Cale).
LT
Hey man, what´s your style? How do you get your kiks for living?
Estas linhas de Coney Island baby, fazem o disco e a música é de boa cepa.
Tenho quatro ou cinco discos de Lou Reed, a solo, para além dos Velvet de Sunday Morning.
O primeiro que me impressionou, foi Transformer. Musicalmente, porque como imagem ou tema ilustrado, passo bem sem tal coisa. Demasiado transformista para o meu gosto. Equívoco. Decadente. Gay. Nada disto me agrada, mas ainda assim, gosto da música.
Depois, gosto de Berlin. O conceito e a música.
Depois ainda, Rock n´roll heart ( i guess i´m just dumb, cause i know i ain´t smart, but deep down inside i got a rock n´roll heart). Na altura em que saiu, em 1976, era um dos discos do ano, para mim.
Depois, o tal Coney Island baby, um disco subestimado, mas de música muitíssimo agradável, do princípio ao fim. FOi essa a sensação que tive quando o ouvi pela primeira vez, depois de o ter escutado quando saiu, salvo erro em 1976
Depois, finalmente, o New Sensations. Boa música corrente.
Reparo que o top é parecido com o do filhote. O que já vai sendo rotina.
O problema de "Transformer" é esse mesmo, José. As canções são excelentes, mas a estética demasiado homo.
Sinal dos tempos. Nessa época, Lou Reed foi resgatado de um limbo artístico pelo transformista Ziggy Stardust, aka David Bowie - um velho fã dos Velvet.
Todo o projecto "Transformer" foi liderado por Bowie e Mick Ronson... daí aquela sonoridade de cabaret-rock decadente, marca registada dos discos de Bowie da época e do fantástico LP de Mick Ronson, "Slaughter on 10th Avenue"!
O que fazer?!? A verdade é que ouvimos "Walk on the Wild Side" ou "Perfect Day", por exemplo, e somos arrebatados instantaneamente...
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