Valentim de Carvalho/Som Livre VSL 1197-2 - 2007
Estou ainda em estado de choque! E já tenho uns 60 anitos!
É nestas ocasiões que tenho orgulho em ser amigo de pessoas como Jorge Mourinha e Miguel Cadete! Que belas edições! É das poucas vezes que não nos envergonhamos da nossa indústria discográfica!
Estou com pressa e, por isso, só ainda abri os Sheiks.
Começo pela capa: não é a mais óbvia, mas é a mais "beatle". Por alguma razão os Sheiks são conhecidos como os "Beatles portugueses".
O CD propriamente dito tem a imagem de um vinil. Nem acredito que estou perante um produto português, feito por portugueses. Mais me parece uma edição da Magic Records, da RPM, da RevOla, sei lá.
O autocolante que fecha o digipack é o (brilhante) logotipo da Do Tempo Do Vinil que pode ser guardado, desde que tirado com o devido respeito. E cuidado para não rasgar a capa!
Parabéns, Som Livre!
Como a lombada é que importa, a colectânea chama-se "Missing You". São 76' 04'' de música dos Sheiks com qualidade ultra em 32 faixas.
Como não há bela sem senão, parece-me que a ilustração da discografia dos Sheiks poderia ser mais cuidada.
Como quer que seja, há ocasiões em que sinto orgulho em ser português: esta é uma delas!
7 comentários:
OLÁ LUIS
É REALMENTE UM PRAZER VER UMA EDITORA COMO A "SOM LIVRE"COMEÇAR A EDITAR COMO DEVE SER ALGUMAS DAS NOSSAS JOIAS MUSICAIS.
MAS CONFESSO QUE DAÍ A SENTIRES-TE ORGULHOSO POR SERES PORTUGUÊS DEVIDO A TAL FACTO NÃO SERÁ UM BOCADO DE EXAGERO????
ANTEONTEM,ASSISTI A UMA INTERESSANTE ENTREVISTA DA MARIA FILOMENA MÓNICA NA TV NA QUALQUER TERMINOU DIZENDO QUE NA REALIDADE TIRANDO TALVEZ??? A ÉPOCA DAS DESCOBERTAS NUNCA CONTRIBUIMOS EM NADA PARA O MUNDO.
ESTOU PLENAMENTE DE ACORDO,SÓ DE ME LEMBRAR QUE O PEDRO ALVARES CABRAL QUANDO IA SEGUIR A ROTA DO VASCO DA GAMA PARA O CAMINHO MARITIMO PARA A INDIA FOI PARAR AO BRASIL.....AH!!!GANDA NAVEGADOR!!!!
POIS É,EU SEI QUE DOI,MAS AINDA VAI DOER MAIS QUANDO DAQUI A UNS ANITOS SE FIZEREM EXCURSÕES PARA O RESTO DO MUNDO VIR VISITAR "ESTE PORTUGAL"O ÚNICO PAIS DA EUROPA QUE NUNCA EVOLUIU!!!!
CONFESSO,SINTO-ME ENVERGONHADO,E BASTA OLHAR PARA "NUESTROS HERMANOS",NÃO É PRECISO IR MAIS LONGE.
OS MEUS AMIGOS QUE ME PERDOEM,CLARO QUE FICO MUITO SATISFEITO POR FINALMENTE COMEÇAR-SE A EDITAR COM NIVEL ALGUMA COISA DA NOSSA MÚSICA RECENTE,(JÁ ERA TEMPO!!)MAS DAÍ A SENTIR-ME ORGULHOSO DE SER PORTUGUÊS VAI UMA GRANDE DISTÂNCIA.
JÁ SEI QUE VOU LEVAR NA CABEÇA,MAS DESCULPEM-ME,ESTA É A MINHA OPINIÃO!!!
Sim ter orgulho em ser português, seria ter o melhor nível de vida da Europa, ter o melhor serviço de saúde, isto é estar nos primeiros lugares europeus de qualquer rancking...!Tenho orgulho de ter o CD dos Sheiks sem dúvida, mas estou de acordo contigo Daniel...Daí a a ter orgulho em ser português vai uma grande distância...
Perdoem-me se ofendi alguém...!Não foi minha intenção!
Pois quanto a nacionalismos bacocos também eu nunca me considerei um alinhado, longe disso, sempre me pautei por um certo anarquismo contemplativo (deixo a interpretação do termo ao vosso critério). Só que mais uma vez compreendo laminarmente o Luís e partilho da satisfação dele por finalmente ver que as coisas podem efectivamente mudar no panorama editorial português. Assim continue a haver gente verdadeiramente interessada nisso e não preocupada apenas com o lado lucrativo da questão. E os exemplos são tão raros nesta selva que nos envolve que quando estes "dons quixotes" aparecem há que aplaudi-los publicamente e em bom som.
Quanto ao tal “orgulho de ser português”, pois é tudo muito relativo (tal como o Luís muito bem diz tem a ver com ocasiões ou momentos em que efectivamente nos podemos sentir “especiais”), mas de uma coisa tenho a certeza: nunca quis nem nunca haverei de querer ter nascido inglês, francês, alemão ou espanhol (ou israelita ou árabe ou americano). A “portugalidade” é algo que existe mesmo e só quando saímos cá do nosso rectângulozinho é que nos damos conta de que afinal a palavra “saudade” não é um termo vão.
Se morasse em LX, se conhecesse o Jorge e o Miguel, se fosse a concertos sem pagar, se tivesses os discos à borla, se tivesse sido um dos responsáveis pelo lixo que as rádios debitaram durante décadas, se não fizesse a ponta de um corno, também eu diria: viva POrtugal. Estou orgulhoso de ser português!!! Como diria o Reininho: os óculos ainda estão em Madrid. Give Peace a Chance!!!
VINTE OCASIÕES EM QUE SENTI (OU SINTO) ORGULHO EM SER PORTUGUÊS, ENUMERADAS EM ORDEM PERFEITAMENTE ALEATÓRIA:
- Quando o Afonso Henriques bateu na mãe
- Quando o Benfica ganhou as Taças dos Campeões Europeus
- Sempre que ouço o Zeca cantar
- Quando vi em directo o Carlos Lopes vencer a maratona em Los Angeles
- Quando D. Pedro I eternizou a sua Inês
- Sempre que leio os nossos poetas: a Florbela, o Pessoa, o Eugénio de Andrade, o Joaquim Pessoa e tantos outros
- Quando Portugal venceu a Inglaterra na Luz no Euro
- Sempre que ouço um estrangeiro elogiar o Fado
- Quando um país inteiro veio para a rua no 1º de Maio de 1974
- Quando ouvi os Lobos a cantar o Hino
- Sempre que ouço uma guitarra trinar
- Quando a padeira de Aljubarrota aviou os castelhanos
- Todas as vezes que os magníficos hoquistas moçambicanos (Adrião, Bouçós, Velasco, Vaz Guedes, Moreira...) foram campeões mundiais
- Quando o Eusébio chorou no Estádio de Wembley e o Rui Costa na Luz
- Todas as vezes que olho para os nossos mosteiros, castelos, palácios...
- Quando ouvia o Mário Viegas a dizer poesia
- Sempre que ouço a língua portuguesa nos locais mais improváveis do planeta
- Quando o Saramago ganhou o Prémio Nobel
- Sempre que devoro um bom cozido à portuguesa regado com um tinto alentejano
- Agora que todo o Reino Unido clama por José Mourinho para treinador nacional
Haveria com certeza muitos outros momentos a citar, mas fico-me pela vintena. Por outro lado, também podia facilmente enumerar vinte ou mais ocasiões em que me senti profundamente decepcionado e nada ufano da minha condição lusa, sobretudo ao nível das mentalidades. Mas já basta ter de levar com elas no dia-a-dia, não são coisas a que se deva dar a relevância que não merecem. E apesar de tudo continuo sendo um optimista...
POR VEZES ISTO ESQUECE UM BOCADO A QUEM NÃO SABE.
Quem tirou a quarta classe "do tempo da outra senhora", aprendeu que o Pedro Álvares Cabral, se propunha descobrir o caminho marítimo para a índia rumando para ocidente.
Os portugueses aqui estão a ser pouco mais que mal tratados, até os desses tempos que eram temidos em todo o mundo, foram pioneiros e tinham conhecimentos tanto de navegação, cartografia e de astronomia que ninguém tinha, sabiam que se a terra era redonda tanto se podia chegar lá por um lado ou por outro, óbvio.
Já tenho criticado noutros locais da net, esta onda de que é fino deitar abaixo. E ter orgulho de ser português é corriqueiro, e quando vão ao estrangeiro falam inglês e dizem que são tudo menos portugueses. Dizem que só os "tugas foleiros" é que choram quando ouvem o hino cantado com vibração amor e paixão, e mais isto e mais aquilo.
Não quero fazer grandes considerandos sobre este tema da Portugalidade, e dos feitos dos portugueses, porque embora sejamos um país de políticos corruptos, que está na cauda da Europa no que aos índices de cultura desenvolvimento e outros diz respeito, não tem muitas hipóteses de crescer pelo menos enquanto estes "Velhos do Restelo", não levarem uma volta, e houver mais derrotistas, que pessoas que criem e façam ou tenham feito algo para o bem da humanidade. Mesmo assim eu amo o meu país, podia tê-lo trocado por muitos outros, era só escolher e nunca o fiz. Tem muitos defeitos eu também tenho, quem os não tem?
Mas é belo, tem sol, tem praia, a malta está tesa, mas "ta bonita".
Criticar de barriga cheia é péssimo.
Dizer mal de nós próprios então não cabe na cabeça de ninguém, mas neste país infelizmente há milhares deles, mas desses não há um que mexa um dedo para mudar isto.
AH! Antes de acabar, este deve ser o único sitio onde o "GATO" está de acordo com o "RATO", gostei da tua prosa, e lendo-a fiquei com a sensação que és de Moçambique, se és músico sou bem capaz de te conhecer.
GATO PRETO
A prosa do Daniel Bacelar, ainda por cima em maiúsculas, é um bocado insuportável. Os tais para quem ser português é um problema já fizeram por acaso alguma coisa para que isto melhorasse (à parte ir ao Vává dizer mal dos políticos) ?
Diga-se também em abono da verdade que este discurso de taxista (de que a Matia Filomena Mónica é aliás um dos expoentes) é um dos paradigmas nacionais.
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