Naquelas trocas amigáveis de músicos que havia então e que faziam com que o Edmundo Silva, dos Sheiks, tivesse tocado connosco durante um contrato em que tínhamos de tocar todas as noites na boîte «A Ronda», no Monte Estoril, até às 3 da manhã, porque o Alex tinha um emprego normal em que tinha de entrar às 9h, fui baterista dos Jets para efeitos do concurso do Cinema Roma em que ganharia o grupo que melhor imitasse os britânicos «The Shadows».
Isto porque o baterista dos Jets - não seria o João Alves da Costa? - se magoou numa mão, ou coisa assim.
Pelo meio, ainda actuei com eles no teatro da Marinha Grande, numa célebre sessão em que faltou a luz. Os protestos e a pateada da assistência foram enormes e começou a temer-se pela integridade das cadeiras. Os únicos instrumentos não eléctricos eram uma viola e a bateria.
Foi então que um dos irmãos Oliveira Leite (acho que era este o apelido, sendo o terceiro elemento da frente o Ricardo Levi, mentor da banda por ter muita massa, dado ser filho do dono das Caves Aliança, cargo que ocupa agora), iluminado pelas lanternas dos bombeiros, cantou, sem aparelhagem, acompanhando-se à viola e discretamente por mim na bateria, aquela letra jocosa sobre a História de Portugal:
"Se não me falha a memória / O primeiro rei da História / Foi um tal Afonso Henriques"... A letra acabava: «Veio depois um tal Tomás / Que não era mau rapaz / E andou na Escola Naval / Foi promovido a General / Por muitas vezes gritar / Viva, viva Portugal».
Tomás era o Almirante Américo Thomaz, Presidente da República da altura. Foi uma apoteose, já que estávamos na esquerdíssima e reviralhíssima Marinha Grande. Claro está que, dias depois, os Jets foram chamados à PIDE, para prestar declarações e acto de contrição.
Eu, talvez por não ser músico efectivo deles, não tive de lá ir. Já agora, no tal concurso, ganhou o Conjunto Mistério e os Jets (comigo na bateria) ficaram em 5.º lugar, entre perto de 50 «conjuntos» concorrentes de todo o País.
Colaboração de Daniel Gouveia (Quinteto Académico)
Isto porque o baterista dos Jets - não seria o João Alves da Costa? - se magoou numa mão, ou coisa assim.
Pelo meio, ainda actuei com eles no teatro da Marinha Grande, numa célebre sessão em que faltou a luz. Os protestos e a pateada da assistência foram enormes e começou a temer-se pela integridade das cadeiras. Os únicos instrumentos não eléctricos eram uma viola e a bateria.
Foi então que um dos irmãos Oliveira Leite (acho que era este o apelido, sendo o terceiro elemento da frente o Ricardo Levi, mentor da banda por ter muita massa, dado ser filho do dono das Caves Aliança, cargo que ocupa agora), iluminado pelas lanternas dos bombeiros, cantou, sem aparelhagem, acompanhando-se à viola e discretamente por mim na bateria, aquela letra jocosa sobre a História de Portugal:
"Se não me falha a memória / O primeiro rei da História / Foi um tal Afonso Henriques"... A letra acabava: «Veio depois um tal Tomás / Que não era mau rapaz / E andou na Escola Naval / Foi promovido a General / Por muitas vezes gritar / Viva, viva Portugal».
Tomás era o Almirante Américo Thomaz, Presidente da República da altura. Foi uma apoteose, já que estávamos na esquerdíssima e reviralhíssima Marinha Grande. Claro está que, dias depois, os Jets foram chamados à PIDE, para prestar declarações e acto de contrição.
Eu, talvez por não ser músico efectivo deles, não tive de lá ir. Já agora, no tal concurso, ganhou o Conjunto Mistério e os Jets (comigo na bateria) ficaram em 5.º lugar, entre perto de 50 «conjuntos» concorrentes de todo o País.
Colaboração de Daniel Gouveia (Quinteto Académico)
6 comentários:
E de quem era o Mg Midget, o elemento mais interessante da fotografia?
Segundo informação do Daniel, o MG era do Mário Assis Ferreira.
LT
Saudações!
Sabe-em dizer onde é que posso encontrar a letra completa dessa música (a tal "jucosa" da História de Portugal)?
Continuação de boas postagens,
D
Boa tarde
Também gostava de saber a letra completa desta visão da história de Portugal
Obrigado
boa tarde.
por favor alguém que publique a letra completa. a memória já perdeu uns versos aqui e ali e seria interessante recuperar a totalidade do poema.
antecipadamente grato.
Pedro Costa
Ainda não a consegui descobrir...
LT
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