A notícia dos crocodilos do Zambeze é de longe a mais interessante da manchete. Quanta à data, calhou a uma 5ª feira e, segundo crónicas familiares, apareci logo aos primórdios do dia, pela 1.30 da madrugada. Ah, e pesava 4,50 kg, um autêntico RATÃO! A clínica, ainda hoje existente, ficava na Av. 24 de Julho, em LM, logo a seguir ao Teatro Manuel Rodrigues. Pode-se assim inferir que a minha cinefilia começou logo à nascença. A música mais em voga era na altura o "I Believe", do Frankie Laine.
O que há de mais curioso nesta 1ª página do “Diário Popular”, é a caixa, ao meio da página, onde se pode ler: “Estão encerrados amanhã os nossos escritórios e oficinas não se publicando o “Diário Popular” tal como nos anos anteriores”. O dia seguinte era o 1º de Maio e, naquele tempo, os tipógrafos, seguindo uma antiga tradição da classe, eram a única profissão que comemorava o 1º de Maio. Salazar e Marcelo Caetano nunca conseguiram impedir esta comemoração por parte dos tipógrafos e, por arrastamento por parte dos jornalistas, porque sem tipógrafos não havia jornal. A censura proibia que se dissesse o motivo porque ao outro dia não havia jornal, daí o aviso da caixa ser omisso porque estavam encerrados os escritórios e oficinas dos jornais. É provável que os estivadores e conferentes marítimos dos portos portugueses também não trabalhavam no 1º de Maio, mas não tenho qualquer documento que suporte tal facto.
Obrigado pela chamada de atenção, realmente não tinha associado a caixa à razão por detrás dela. Hoje estamos tão habituados ao feriado do 1º de Maio que nem nos lembramos de como era antigamente. E é verdade que as coisas se passavam mesmo assim: eram as pequenas "vitórias" dos não-alinhados...
3 comentários:
A notícia dos crocodilos do Zambeze é de longe a mais interessante da manchete.
Quanta à data, calhou a uma 5ª feira e, segundo crónicas familiares, apareci logo aos primórdios do dia, pela 1.30 da madrugada. Ah, e pesava 4,50 kg, um autêntico RATÃO!
A clínica, ainda hoje existente, ficava na Av. 24 de Julho, em LM, logo a seguir ao Teatro Manuel Rodrigues. Pode-se assim inferir que a minha cinefilia começou logo à nascença. A música mais em voga era na altura o "I Believe", do Frankie Laine.
O que há de mais curioso nesta 1ª página do “Diário Popular”, é a caixa, ao meio da página, onde se pode ler: “Estão encerrados amanhã os nossos escritórios e oficinas não se publicando o “Diário Popular” tal como nos anos anteriores”.
O dia seguinte era o 1º de Maio e, naquele tempo, os tipógrafos, seguindo uma antiga tradição da classe, eram a única profissão que comemorava o 1º de Maio. Salazar e Marcelo Caetano nunca conseguiram impedir esta comemoração por parte dos tipógrafos e, por arrastamento por parte dos jornalistas, porque sem tipógrafos não havia jornal. A censura proibia que se dissesse o motivo porque ao outro dia não havia jornal, daí o aviso da caixa ser omisso porque estavam encerrados os escritórios e oficinas dos jornais.
É provável que os estivadores e conferentes marítimos dos portos portugueses também não trabalhavam no 1º de Maio, mas não tenho qualquer documento que suporte tal facto.
Obrigado pela chamada de atenção, realmente não tinha associado a caixa à razão por detrás dela. Hoje estamos tão habituados ao feriado do 1º de Maio que nem nos lembramos de como era antigamente. E é verdade que as coisas se passavam mesmo assim: eram as pequenas "vitórias" dos não-alinhados...
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