sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

TODOS GOSTAM DO REI


Gal Costa não faz a coisa por menos: “Roberto? Paixão de minha vida”. Caetano Veloso, numa canção, diz a baby: “Você precisa ouvir aquela canção do Roberto". Maria Bethânia, aquando de um concerto em Lisboa no ano de 1982, considerou-o um dos grandes da música do Brasil e Elis Regina que, segundo James Anhanguera, tem excelentes versões de Roberto e era a sua melhor intérprete, disse: “Roberto é o feixe de tudo o que um grupo muito grande de pessoas pensa. E ele consegue juntar, fotografar e revelar esses sentimentos de uma forma que ninguém conseguiu até hoje. Tenho muito respeito por ele".

Muita gente teve uma fase Roberto Carlos. Tive a minha e nunca necessitei, tal como os catedráticos de literatura que às escondidas lêem a Banda Desenhada dos filhos, de esperar que a família se deitasse para ouvir o ouvir.

Amado e odiado, Roberto Carlos foi um tempo. Perdeu-se ou fizeram com que se perdesse, talvez que a CBS tenho feito o seu trabalhinho de sapa. A velha questão de o que é bom para a CBS…

Este EP tem uma particularidade: “História de um Homem Mau” é a versão, de Roberto Rei, para um tema de Louis Armstrong – “Ol’ Man Mose”.

Eu vou contar p'ra todos a história de um rapaz
Que tinha a muito tempo a fama de ser mau
Seu nome era Temido e sabia atirar bem
Seu gênio violento jamais gostou de alguém
E ninguém jamais viveu p'ra dizer
Que o contrariou sem depois morrer

Nos duelos nem piscava, no gatilho ele era o tal
Todos que o desafiavam tinham seu final
Mas eis que numa tarde alguém apareceu
Com ele quis lutar e o mundo até tremeu
Marcaram numa esquina antes do pôr-do-sol
E todos já sabiam que um ía morrer

Nesse dia, porém, o homem mau tremeu

Logo entrou num bar e no bar bebeu
Ninguém tinha visto ainda ele em tal situação
Mas somente ele sabia qual era a razão
Chegando então a hora do outro encontrar
Chegando na esquina parou para olhar
O outro estava firme com a arma na mão
Fazia grande alarde fazendo sensação
O homem mau então quis logo matar
E no valentão quis logo atirar
E depois de um tiroteio todo o mundo estremeceu
Quando um grito se ouviu
O homem mau morreu".

O disco reúne ainda “Parei…olhei”, de Rossini Pinto, e “Eu Sou Fan do Monoquini” e “Não quero ver você triste”, ambas da dupla Roberto Carlos/Erasmo Carlos.

Colaboração de Gin-Tonic

1 comentário:

filhote disse...

Roberto Carlos é o maior artista Pop brasileiro de todos os tempos. Sem discussão.

Os primeiros discos dele são verdadeiras obras-primas. E mesmo na fase da música << para sopeiras >>, como se escreveu algures neste blog, compôs canções notáveis. "Detalhes", por exemplo...

Hoje em dia, Roberto vive escondido na Urca e só aparece uma vez por ano no megashow montado pela TV Globo. É tradição. Todos os reveillons da Globo, sem excepção, contam com o Especial Roberto Carlos na programação. Em horário nobre. E é um sucesso.

Trata-se de um concerto no estilo do Elvis Hawaii TV Show, cheio de celebridades na plateia, uma grande orquestra no palco, e duetos escolhidos a dedo. Este ano cantaram com o Rei, o ministro Gilberto Gil, os Roupa Nova, a Camila Pitanga, e a Alcione (fantástica!). Para mim, o momento alto foi a interpretação a la Elvis de "Eu Sou Terrível".

Durante o resto do ano, Roberto Carlos canta em cruzeiros de luxo...